The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
+6
ladymarion
Priscila.
Serena
Eli
KristyAnne
P.Schoeller
10 participantes
Página 2 de 3
Página 2 de 3 • 1, 2, 3
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
"Eu sou um maravilhoso e sexy"
Todas as mulheres concordam com isso kkkkkkkkk
Ameii!!!
Ri muitooo imaginando do Jane drogado e o comentário da Van Pelt kkkkkkkkk
Todas as mulheres concordam com isso kkkkkkkkk
Ameii!!!
Ri muitooo imaginando do Jane drogado e o comentário da Van Pelt kkkkkkkkk
Priscila.- Detetive Novato
- Data de inscrição : 23/05/2010
Mensagens : 252
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
Van Pelt chegou perto dela correndo, parecendo abalada e irritada.
- Me diga que você tem algo para eu fazer. – Ela implorou.
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
EURI só Lisbon pra aguentar Jane...ADOGO
- Me diga que você tem algo para eu fazer. – Ela implorou.
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
EURI só Lisbon pra aguentar Jane...ADOGO
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
Hahahaha, demais.
Jane já é uma figura normalmente, drogado então, hahahaha.
Lisbon penou na mão dele.
Amei a briguinha deles na CBI
Ri muito.
Belo cap
Beijinhos
gi
Jane já é uma figura normalmente, drogado então, hahahaha.
Lisbon penou na mão dele.
Amei a briguinha deles na CBI
Ri muito.
Belo cap
Beijinhos
gi
ladymarion- Mentalista Treinee
- Data de inscrição : 05/05/2009
Mensagens : 444
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
Adorei este capitulo, o que me ri com a figura de jane drogado.. amei mesmo..
Espero que actualize o mais rapidamente possivel
Beijinhos
Espero que actualize o mais rapidamente possivel
Beijinhos
Serena- Curioso
- Data de inscrição : 07/06/2010
Mensagens : 28
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
hora da minha sentença -q
Meninas! Perdões pela demora. Eu tava toda atarefada com a escola que mal tive tempo pra mexer no pc. Dai qnd arranjei tempo, o note estragou. Agora eu to trazendo aqui, muito atrasada, metade do cap. É infelizmente, metade. -q Mas eu vou tentar postar o mais rápido possível a outra metade. Espero que ngm tenha criado barba e rugas com a minha demora. -q
Ficar para trás pois Lisbon havia mandado era chato, ele já havia descoberto isso. Lisbon, porém, estava sentada na observação enquanto interrogavam Matthews. Mas Jane tinha ido dar uma volta. Ele havia considerado se juntar a ela na observação, incomodá-la, talvez fazê-la falar da noite anterior, mas ele acabou se distraindo. Ele encontrou um alvo melhor, uma pessoa melhor para com a qual conversar (não que ele considerasse Lisbon uma pessoa que não dava pra conversar, mas ela não era a pessoa mais divertida para conversar quando estava de mal humor). Do lado de fora da observação haviam várias cadeiras para os que estavam esperando para serem interrogados, e sentada ali, havia uma garota da idade parecida com a da vítima, com a cabeça enterrada em páginas de notas escritas a mão e com um livro aberto ao seu lado.
- Oi.
A garota olhou para cima com um sobressalto, visivelmente pulando. Ela estava surpresa por velo por perto, mas isso o deu uma visão clara do rosto dela, sem o papel cobrindo-o. Ele a reconheceu instantaneamente lembrando-se de tê-la visto nas diversas fotos no quarto de Melissa Joliss. O seu cabelo ruivo a fazia parecer com uma Grace mais nova, porém, o seu era mais curto, delineando o rosto e acentuando os olhos verdes.
- Desculpa, eu não quis assustá-la.
- Eu não sabia que tinha alguém...
- E não tem. Eles estão interrogando seu amigo. Sou só eu. Sarah Walcott? – Ele checou.
Ela assentiu.
- Aham.
- Oi. Eu sou Patrick Jane. – Ele disse, estendendo a mão para cumprimentá-la. – Sou consultor na equipe da Agente Lisbon. Eu sinto muito pela usa perda. Perder um amigo é sempre difícil.
Ela deu a ele um sorriso tristonho.
- Obrigada.
- Está estudando? – Ele adivinhou.
- Sim. Eu tenho um trabalho inglês para entregar amanhã.
O mesmo que Melissa esteve fazendo, ele deduziu. Essa era a amiga que ela iria comparar o trabalho e checar as respostas.
- Cenas de crime não são uma desculpa para entrega fora de prazo, suponho.
Sarah bufou.
- Nem se for sua melhor amiga. Do jeito que minha professora é, é bem provável que ela diria que isso é “uma invenção altamente imaginativa para aliviar a pressão dos trabalhos”.
Jane parecia impressionado.
- Essa é uma grande descrição.
- Foi o que ela disse da minha ultima desculpa. – Ela revelou.
- Ensino médio, hein? – Ele brincou, sentando do lado dela.
- É, você sabe como é.
- Na verdade não. – Ele corrigiu.
Ela o olhou.
- Estudou em casa?
Ele procurou pela resposta, e resolveu não elaborá-la. a maioria das pessoas parava de levá-lo a sério assim que ele usava a palavra “circo”.
- Algo parecido. – Ele decidiu.
- Sortudo. – Ela reclamou. – Eu queria que meus pais me deixassemeu estudar em casa.
- Não, você não queria. – Ele disse, lendo instantaneamente as palavras dela. – Você pode não gostar do trabalho, mas você gosta do ambiente. Festas, bailes, comícios...
- Eu gosto de alguns dos trabalhos. – Ela contou a ele, inconscientemente passando os dedos sobre o papel.
Ele sorriu com o movimento dela.
- Você deve gostar do trabalho que está fazendo agora.
- O que faz você pensar isso? – Ela perguntou.
Ele deu de ombros, indicando as notas dela.
- O fato de que você perdeu recentemente uma amiga muito próxima, e enquanto você está esperando para ser interrogada você está escrevendo notas sobre um poema do William Blake.
Ela franziu as sobrancelhas.
- O que o faz pensar...
- Seu livro de textos. – Ele apontou.
- Oh. – Ela se deu conta, olhando para o livro a seu lado, Canções da Experiência. – É, eu acho que o livro torna isso meio óbvio.
Ele assentiu.
- Qual poema você está estudando?
- Nós podíamos escolher qual queríamos analisar. – Ela explicou. – Eu escolhi The Tyger.
Ele se sentia novamente sentado naquela cadeira, amarrado fortemente a ela com camadas intermináveis de filme plástico. Ele estava tão preso que era impossível até mover os ombros, mesmo quando ele ouviu os passos sinistros atrás de si, tão cadenciados pelo som que era assustador. Ele podia lembrar dos tremores de quando a cadeira foi levantada do chão, colocada de volta no ângulo correto. Ele lembrava como era aquela máscara de Halloween escondendo a identidade do homem que tinha causado-o tanta dor, até mesmo das respirações, que eram a única que estavam o ajudando na tarefa de não vomitar por estar sendo tocado pelo homem que matou sua esposa e sua filha. Ele quase podia sentir a respiração de Red John na sua orelha enquanto ele praticamente insultava-o com suas palavras.
Jane se viu murmurando junto com a memória.
- Tyger, Tyger, burning bright, in the forests of the night. What immortal hand or eye could frame thy fearful symmetry? – Como ele se lembrava dessas palavras, como elas traumatizaram e contribuíram pra sua insônia, fazendo tudo muito mais difícil enquanto ele remoia as palavras em sua mente.
Meninas! Perdões pela demora. Eu tava toda atarefada com a escola que mal tive tempo pra mexer no pc. Dai qnd arranjei tempo, o note estragou. Agora eu to trazendo aqui, muito atrasada, metade do cap. É infelizmente, metade. -q Mas eu vou tentar postar o mais rápido possível a outra metade. Espero que ngm tenha criado barba e rugas com a minha demora. -q
CAPÍTULO 5
Ficar para trás pois Lisbon havia mandado era chato, ele já havia descoberto isso. Lisbon, porém, estava sentada na observação enquanto interrogavam Matthews. Mas Jane tinha ido dar uma volta. Ele havia considerado se juntar a ela na observação, incomodá-la, talvez fazê-la falar da noite anterior, mas ele acabou se distraindo. Ele encontrou um alvo melhor, uma pessoa melhor para com a qual conversar (não que ele considerasse Lisbon uma pessoa que não dava pra conversar, mas ela não era a pessoa mais divertida para conversar quando estava de mal humor). Do lado de fora da observação haviam várias cadeiras para os que estavam esperando para serem interrogados, e sentada ali, havia uma garota da idade parecida com a da vítima, com a cabeça enterrada em páginas de notas escritas a mão e com um livro aberto ao seu lado.
- Oi.
A garota olhou para cima com um sobressalto, visivelmente pulando. Ela estava surpresa por velo por perto, mas isso o deu uma visão clara do rosto dela, sem o papel cobrindo-o. Ele a reconheceu instantaneamente lembrando-se de tê-la visto nas diversas fotos no quarto de Melissa Joliss. O seu cabelo ruivo a fazia parecer com uma Grace mais nova, porém, o seu era mais curto, delineando o rosto e acentuando os olhos verdes.
- Desculpa, eu não quis assustá-la.
- Eu não sabia que tinha alguém...
- E não tem. Eles estão interrogando seu amigo. Sou só eu. Sarah Walcott? – Ele checou.
Ela assentiu.
- Aham.
- Oi. Eu sou Patrick Jane. – Ele disse, estendendo a mão para cumprimentá-la. – Sou consultor na equipe da Agente Lisbon. Eu sinto muito pela usa perda. Perder um amigo é sempre difícil.
Ela deu a ele um sorriso tristonho.
- Obrigada.
- Está estudando? – Ele adivinhou.
- Sim. Eu tenho um trabalho inglês para entregar amanhã.
O mesmo que Melissa esteve fazendo, ele deduziu. Essa era a amiga que ela iria comparar o trabalho e checar as respostas.
- Cenas de crime não são uma desculpa para entrega fora de prazo, suponho.
Sarah bufou.
- Nem se for sua melhor amiga. Do jeito que minha professora é, é bem provável que ela diria que isso é “uma invenção altamente imaginativa para aliviar a pressão dos trabalhos”.
Jane parecia impressionado.
- Essa é uma grande descrição.
- Foi o que ela disse da minha ultima desculpa. – Ela revelou.
- Ensino médio, hein? – Ele brincou, sentando do lado dela.
- É, você sabe como é.
- Na verdade não. – Ele corrigiu.
Ela o olhou.
- Estudou em casa?
Ele procurou pela resposta, e resolveu não elaborá-la. a maioria das pessoas parava de levá-lo a sério assim que ele usava a palavra “circo”.
- Algo parecido. – Ele decidiu.
- Sortudo. – Ela reclamou. – Eu queria que meus pais me deixassemeu estudar em casa.
- Não, você não queria. – Ele disse, lendo instantaneamente as palavras dela. – Você pode não gostar do trabalho, mas você gosta do ambiente. Festas, bailes, comícios...
- Eu gosto de alguns dos trabalhos. – Ela contou a ele, inconscientemente passando os dedos sobre o papel.
Ele sorriu com o movimento dela.
- Você deve gostar do trabalho que está fazendo agora.
- O que faz você pensar isso? – Ela perguntou.
Ele deu de ombros, indicando as notas dela.
- O fato de que você perdeu recentemente uma amiga muito próxima, e enquanto você está esperando para ser interrogada você está escrevendo notas sobre um poema do William Blake.
Ela franziu as sobrancelhas.
- O que o faz pensar...
- Seu livro de textos. – Ele apontou.
- Oh. – Ela se deu conta, olhando para o livro a seu lado, Canções da Experiência. – É, eu acho que o livro torna isso meio óbvio.
Ele assentiu.
- Qual poema você está estudando?
- Nós podíamos escolher qual queríamos analisar. – Ela explicou. – Eu escolhi The Tyger.
Ele se sentia novamente sentado naquela cadeira, amarrado fortemente a ela com camadas intermináveis de filme plástico. Ele estava tão preso que era impossível até mover os ombros, mesmo quando ele ouviu os passos sinistros atrás de si, tão cadenciados pelo som que era assustador. Ele podia lembrar dos tremores de quando a cadeira foi levantada do chão, colocada de volta no ângulo correto. Ele lembrava como era aquela máscara de Halloween escondendo a identidade do homem que tinha causado-o tanta dor, até mesmo das respirações, que eram a única que estavam o ajudando na tarefa de não vomitar por estar sendo tocado pelo homem que matou sua esposa e sua filha. Ele quase podia sentir a respiração de Red John na sua orelha enquanto ele praticamente insultava-o com suas palavras.
Jane se viu murmurando junto com a memória.
- Tyger, Tyger, burning bright, in the forests of the night. What immortal hand or eye could frame thy fearful symmetry? – Como ele se lembrava dessas palavras, como elas traumatizaram e contribuíram pra sua insônia, fazendo tudo muito mais difícil enquanto ele remoia as palavras em sua mente.
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
Ai...........
Que tenso.
Pobre Jane, dá uma peninha dele quando começa a recordar o seu triste passado.
Ah Lisbon, consola ele, heheheheheh.
Adorei o cap.
Beijinhos
gi
Que tenso.
Pobre Jane, dá uma peninha dele quando começa a recordar o seu triste passado.
Ah Lisbon, consola ele, heheheheheh.
Adorei o cap.
Beijinhos
gi
ladymarion- Mentalista Treinee
- Data de inscrição : 05/05/2009
Mensagens : 444
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
Beeeeeeeem, aqui ta mais um cap! Acho que nao demorei tanto quanto da outra vez. E acho que agora vou demorar beeeeeem menos pra atualizar. PKOSAPKOSAPKO Espeto que ainda estejam acompanhando a fic xD
- x -
- Tyger, Tyger, burning bright, in the forests of the night. What immortal hand or eye could frame thy fearful symmetry? – Como ele se lembrava dessas palavras, como elas traumatizaram e contribuíram pra sua insônia, fazendo tudo muito mais difícil enquanto ele remoia as palavras em sua mente.
- x -
- Você conhece. – Sarah observou.
Jane apenas assentiu.
- Eu já ouvi antes. – Várias vezes, numa interminável volta dentro de sua cabeça na noite.
- Você deve ter uma memória muito boa. – Ela disse, admirada.
- É necessário na minha linha de trabalho. – Ele disse. – É um poema de difícil compreensão, entretanto.
- No início é. – Ela adicionou, de alguma maneira seu rosto contradizendo-a. – Mas depois que você começa a entrar nele, linha por linha, é cristalino como água.
Ele sorriu.
- Ou talvez, você só seja extremamente inteligente.
Sarah balançou a cabeça, envergonhada. Obviamente, não eram muitas as pessoas que comentavam a inteligência dela, ele deduziu. Isso era provavelmente o porquê do rosto dela tê-la traindo num momento anterior. Ela sabia que entendia o conteúdo, a estrutura... Ela havia estudado todas as partes desse poema, mas ela não tinha confiança suficiente pra mostrar isso. Ela, sem duvida, faria um ótimo trabalho, mas, se a pedissem para se levantar e apresentar em frente a classe, ela não faria um trabalho tão bom.
- Não, não é isso. – Ela disse. – Você deveria ver todas as minhas notas. Se essa é a única coisa que consigo analisar bem, eu quero fazer direito, não qualquer coisa. Quero tirar um A pra poder esfregar na cara da Srta. Luciana.
Jane assentiu, pensando que tudo que essa Srta. Luciana precisava mostrar era um pouco mais de encorajamento.
- Eu tenho que dizer que estou curioso sobre a sua análise. A Agente Lisbon não vai estar pronta em um bom tempo e...
Ela franziu a testa.
- Achei que era o Agente Cho que ia me interrogar.
- O Agente Cho vai estar ocupado. – Ele explicou, sabendo que de alguma forma quem acabaria interrogando-a ia ser Lisbon. Ele estava sentindo isso.
Ela continuou com a testa franzida, entretanto, não deixando isso passar, enquanto procurava uma brecha entre suas palavras.
- Vocês acharam a pessoa que machucou Melissa? – Ela perguntou ansiosamente. Machucou, ele percebeu. Ela disse machucou ao invés de matou, ou assassinou. Machucou. Ela ainda estava negando que a amiga estivesse morta. A garota não conseguia associar o ato de total brutalidade com a amiga que conhecia a tanto tempo. Era por isso que ela estava tão bem, como ela havia conseguido se focar tanto em um trabalho escolar apenas dias após sua melhor amiga ter morrido, e enquanto esperava para ser interrogada sobre a última vez que havia visto esta viva.
- Nós vamos descobrir logo. – Ele a assegurou. – Entretanto, a Agente Lisbon ainda precisa fazê-la algumas perguntas, e, já que temos tempo, porquê você não divide suas análises comigo?
Ela mostrou a ele um pequeno sorriso.
- Você não tem que fingir que está interessado para mascarar que na verdade está sendo minha babá. – Ela disse.
- Eu não sou sua babá. – Ele disse, olhando em volta deles. – Na verdade, eu tenho certeza que a Agente Lisbon colocou alguém de babá para mim.
- Então, esse alguém não está fazendo um bom trabalho. – Ela sorriu.
- Não, mas vão me achar logo. – Ele disse. – Então, sem mais tempo a perder!
- Certo. – Sarah assentiu, passando o livro a ele, para que assim ele pudesse ver o poema inteiro. Só agora ele havia se dado conta que estava tudo na sua frente. Red John havia citado esse exato poema por um motivo. E ele estava prestes a descobrir o por que. Meses de luta para entender aqueles palavras estavam prestes a acabar com o trabalho escolar de uma garota de 17 anos. Alguém objetivo, alguém que não estava tentando olhar para aquelas palavras e associá-las com Red John, ela estava apenas tentando fazer uma análise para a escola. Uma mente jovem, exatamente o que ele precisava. Por outro lado, ele estava usando uma garota sobre falsos pretextos para descobrir algo no qual ele havia falhado, mas não é como se alguém soubesse sobre a referência do Red John ao poema, ele havia mentido sobre isso.
- Então, esse primeiro verso - ele começou, - o que significa?
- Bem, o poema todo é, basicamente, Blake dividindo seus pensamentos, suas perguntas. – Ela começou a explicar, sua voz tomando um tom mais formal. Ela teria feito uma boa apresentação, caso tivesse a confiança. – Blake está comparando a natureza feroz do tigre com uma presença queimante nas florestas negras, e ele se pergunta que poder imortal poderia criar tão feroz besta.
Ele concordava plenamente com aquilo. Red John estava certo em usar o inicio do poema em sua citação. Essa havia sido a fascinação mórbida de Jane a cada novo caso de Red John que começava - Que poder poderia criar um monstro como ele? Ele havia passado por todas as possibilidades dentro de sua mente, as clássicas: abusado quando criança, negligenciado, ato de rebelião contra uma infância que ele havia sido obrigado a desistir, testemunha de um crime brutal... Mas nada parecia se encaixar. Nada parecia explicar essa total brutalidade da natureza dele. Red John era o tigre das palavras de Blake, mas quem o havia criado? Algo poderoso, algo terrível. Ele não disse nada, não querendo alertar Sarah para seus motivos pelos quais a estava ouvindo, e foi para o próximo verso.
- In what distant deeps or skies, burnt the fire of thine eyes? On what wings dare he aspire? What the hand dare seize the fire?
Ela consultou suas notas por um instante e voltou seus olhos para o poema que ele estava segurando.
- Este é Blake dizendo que os olhos do tigre são como um fogo distante que somente alguém com asas poderia alcançá-los, e, somente com mãos impermeáveis poderia segurá-los. – Ela disse, indicando as páginas enquanto falava. – Então, ele está se perguntando de onde tão poderoso fogo poderia ter vindo. Eu penso que “deeps or skies” representam o Inferno e o Céu. O que quer dizer que, o que Blake Poe estar insinuando, é que o tigre pode somente ter sido criado ou por Deus ou pelo diabo.
Mais uma vez, ele simplesmente assentiu em concordância. Algo maior que uma força normal havia trazido Red John para esse caminho. Algo que eles não iriam entender até descobrir sua verdadeira identidade.
- And what shoulder, and what art could twist the sinews of thy heart? And when thy heart began to beat, what dread hand and what dread feet? – Jane leu em voz alta.
- Isso é uma alusão. – Sarah disse, imediatamente. – Mostrando o quão desumano o tigre deve ser para com sua presa.
Oh, quão desumano Red John era. Ele era. De que outra maneira ele poderia tirar a vida de tantas jovens mulheres e também de uma criançinha – sua criançinha – a não ser que ele realmente fosse o cruel bastardo que todos acreditavam que ele era. Não havia a possibilidade de Red John voltar para casa depois de mais um assassinato e chorar ao dormir ou ficar acordado a noite inteira por causa da culpa. Não. Ele criava essas emoções e reações a todos os outros. Ele queria que famílias das vitimas chorassem ao dormir todas as noites antes de dormir, que seu marido ficasse horas vagando pela sua casas, minado de culpa toda a hora que passasse por uma foto do casamento, a palma da mão da filha pintada na parede do quarto, a roupa suja para lavar da esposa ainda na máquina, o triciclo da filha.
- E esse verso - Jane perguntou, - What the hammer? What the chain? In the furnace was thy brain? What the anvil? What dread grasp? Dare it's deadly terrors clasp?... Esse se refere ao criador do tigre? – Ele chutou.
- É, é isso que eu acho. – Ela concordou. – Diz que o tigre só poderia ser criado em um lugar que confronta sua natureza. Se o criador tivesse recuperado o cérebro do tigre da fornalha, como diz nessa linha – ela apontou, - então, isso mostra que o tigre teria esse comportamento hostil desde o começo, e que sua mera criação começou o “terror mortal”.
- When the starts threw down their spears, and watered heaven with their tears, did he smile his work to see? Did he who made the Lamb make thee?... Foi Deus quem fez o cordeiro. – Jane se deu conta.
- Mas, se Deus foi o criador do cordeiro, poderia ele também ser criador do tigre? – Sarah debateu. – É uma criação conflitante. O tigre é feroz e predador, e o dócil cordeiro é a vítima potencial dele. A parte do início do verso é a mais interessante, entretanto.
- Como? – Ele perguntou.
- É sobre o processo de criação. – Ela explicou. – Fazendo a luz da estrelas simbólicas para o processo destrutivo.
- Então, o nascimento do tigre foi o nascimento da destruição. – Ele compreendeu.
- Exatamente.
- Tyger, Tyger, burning bright, in the forests of the night, what immortal hand or eye, dare frame thy fearful symmetry.
- É a mesma coisa que o primeiro verso, mas ao invés de perguntar quem fez o tigre, ele pergunta quem se atreve. – Ela indicou. – Então, depois de passar o poema inteiro se perguntando quem seria capaz disso, ele chega a conclusão de que provavelmente foi um ser imortal, então, não pode ser questionado. Mas são sua força e poder um sinal de que vem do Céu, ou sua ferocidade e predatório próximos a tudo mais que vem do Inferno?
- Inferno. – Jane decidiu. Sem duvidas disso, aquele monstro veio do Inferno. De nenhuma maneira aquele monstro havia ido para o lugar onde ele havia assumido que era o lugar para onde Violeta e Claire foram.
- Eu pensei isso primeiramente. – Sarah disse, assentindo. – Mas daí me dei conta que não é sobre a resposta.
- É sobre a pergunta.
- Isso depende da interpretação do leitor sobre a criação. – Ela explicou. – Algumas pessoas verão o tigre como uma linda criatura merecedora de admiração, mas outros irão vê-lo como um monstro que massacra o inocente cordeiro. Os que vêem esse monstro irão presumir que ele é do Inferno, porque nada do Céu poderia ser o predador sobre os cordeiros do mundo.
E, de repente, tudo fez sentido. Red John havia falado a ele o primeiro verso como uma mensagem. Ele queria que Jane descobrisse a pista enigmática que sussurrou em seu ouvido. Ele queria que Jane trabalhasse nisso, passasse noites sem dormir decodificando-a até ele descobrir mais uma parte da essência do Red John. Ele queria ser descoberto, ele queria ser entendido, e quando Jane não foi capaz de fazer isso rápido o suficiente para o gosto dele, ele arrastou Melissa para essa mistura.
- Sarah, qual poema Melissa estava estudando, você sabe? – Ele perguntou.
- Nós escolhemos o mesmo. – Ela contou a ele. – Entretanto, o dela deve estar bem melhor. – Ela adicionou, uma pontada de ressentimento em sua voz.
- Por que você diz isso?
- Ela estava reprovando, tempos difíceis. – Ela revelou. – Pior que eu. Ela não iria se formar se não tirasse nota máxima nesse trabalho. Então sua mãe concordou em contratar um professor particular. Nós tivemos uma briguinha, porque o professor dela queria que ela escolhesse The Tyger e eu já o havia pego.
- Mas ela ainda o fez? – Jane perguntou.
Sarah assentiu.
- Ela disse que o professor falou a ela que esse era o poema com o maior insight, e que as interpretações que ele podia compartilhar com ela seriam muito melhores que as que eu poderia mostrar.
A interpretação era o corpo de Melissa. Ela havia sido pressionada para fazer o trabalho, e então sido assassinada. Ela era a mensagem, Jane se deu conta. Red John estava usando a morte de Melissa para apressá-lo. Essa era o perfeito insulto – como você não consegue descobrir como uma criança consegue? Jane balançou a cabeça lentamente, o que Sarah tomou como se fosse um sinal de empatia com sua situação, mas ele estava se repreendendo. Ele havia retrocedido alguns passos, mas agora podia ver o que Red John queria, e porque Red John queria que ele visse aquilo. Era tudo sobre a excitação de caçá-lo, e quando Jane não havia decifrado o poema rápido o suficiente, isso havia esfriado a caçada, forçando-o a matar novamente, para deixar uma próxima mensagem. Essa era a única maneira que ele conhecia para se comunicar, para conseguir a atenção desejada.
- Os pais da Melissa não mencionaram um professor particular. – Ele disse.
- Melissa também não, só para mim. – Ela contou a ele. – Eles não queriam que ninguém soubesse que ela estava reprovando. Ambos os pais dela foram pras escolas Ivy League e se formaram com honra. Sua mãe uma editora de revistas e seu pai um editor de livros, ambos famosos. E a sua filha reprovando em inglês?
- Porque não ajudá-la eles mesmos? – Jane franziu a testa.
- Esse cara se ofereceu, aparentemente. Eles se conheceram no lançamento de um livro do pai dela e manteram contato. – Ela disse.
- Ela alguma vez te disse o nome dele? – Jane perguntou.
- John alguma coisa. – Ela tentava se lembrar, enquanto Jane colocou rapidamente o livro ao lado da garota. Ela olhou confusa para Jane, quando se deu conta que o tom das perguntas dele haviam mudado um pouco. – Sr. Jane, o que está acontecendo? – Ela perguntou, quando ele se colocou de pé. – Eu pensei que a Agente Lisbon que iria fazer a entrevista.
- Ela vai. E nós estamos indo vê-la agora.
- x -
Bem, essa é a segunda parte do cap 5. Tem mais uma parte. Vou tentar trazer o mais rápido possivel. E juro que a tensão de RJ jájá passa
- x -
- Tyger, Tyger, burning bright, in the forests of the night. What immortal hand or eye could frame thy fearful symmetry? – Como ele se lembrava dessas palavras, como elas traumatizaram e contribuíram pra sua insônia, fazendo tudo muito mais difícil enquanto ele remoia as palavras em sua mente.
- x -
- Você conhece. – Sarah observou.
Jane apenas assentiu.
- Eu já ouvi antes. – Várias vezes, numa interminável volta dentro de sua cabeça na noite.
- Você deve ter uma memória muito boa. – Ela disse, admirada.
- É necessário na minha linha de trabalho. – Ele disse. – É um poema de difícil compreensão, entretanto.
- No início é. – Ela adicionou, de alguma maneira seu rosto contradizendo-a. – Mas depois que você começa a entrar nele, linha por linha, é cristalino como água.
Ele sorriu.
- Ou talvez, você só seja extremamente inteligente.
Sarah balançou a cabeça, envergonhada. Obviamente, não eram muitas as pessoas que comentavam a inteligência dela, ele deduziu. Isso era provavelmente o porquê do rosto dela tê-la traindo num momento anterior. Ela sabia que entendia o conteúdo, a estrutura... Ela havia estudado todas as partes desse poema, mas ela não tinha confiança suficiente pra mostrar isso. Ela, sem duvida, faria um ótimo trabalho, mas, se a pedissem para se levantar e apresentar em frente a classe, ela não faria um trabalho tão bom.
- Não, não é isso. – Ela disse. – Você deveria ver todas as minhas notas. Se essa é a única coisa que consigo analisar bem, eu quero fazer direito, não qualquer coisa. Quero tirar um A pra poder esfregar na cara da Srta. Luciana.
Jane assentiu, pensando que tudo que essa Srta. Luciana precisava mostrar era um pouco mais de encorajamento.
- Eu tenho que dizer que estou curioso sobre a sua análise. A Agente Lisbon não vai estar pronta em um bom tempo e...
Ela franziu a testa.
- Achei que era o Agente Cho que ia me interrogar.
- O Agente Cho vai estar ocupado. – Ele explicou, sabendo que de alguma forma quem acabaria interrogando-a ia ser Lisbon. Ele estava sentindo isso.
Ela continuou com a testa franzida, entretanto, não deixando isso passar, enquanto procurava uma brecha entre suas palavras.
- Vocês acharam a pessoa que machucou Melissa? – Ela perguntou ansiosamente. Machucou, ele percebeu. Ela disse machucou ao invés de matou, ou assassinou. Machucou. Ela ainda estava negando que a amiga estivesse morta. A garota não conseguia associar o ato de total brutalidade com a amiga que conhecia a tanto tempo. Era por isso que ela estava tão bem, como ela havia conseguido se focar tanto em um trabalho escolar apenas dias após sua melhor amiga ter morrido, e enquanto esperava para ser interrogada sobre a última vez que havia visto esta viva.
- Nós vamos descobrir logo. – Ele a assegurou. – Entretanto, a Agente Lisbon ainda precisa fazê-la algumas perguntas, e, já que temos tempo, porquê você não divide suas análises comigo?
Ela mostrou a ele um pequeno sorriso.
- Você não tem que fingir que está interessado para mascarar que na verdade está sendo minha babá. – Ela disse.
- Eu não sou sua babá. – Ele disse, olhando em volta deles. – Na verdade, eu tenho certeza que a Agente Lisbon colocou alguém de babá para mim.
- Então, esse alguém não está fazendo um bom trabalho. – Ela sorriu.
- Não, mas vão me achar logo. – Ele disse. – Então, sem mais tempo a perder!
- Certo. – Sarah assentiu, passando o livro a ele, para que assim ele pudesse ver o poema inteiro. Só agora ele havia se dado conta que estava tudo na sua frente. Red John havia citado esse exato poema por um motivo. E ele estava prestes a descobrir o por que. Meses de luta para entender aqueles palavras estavam prestes a acabar com o trabalho escolar de uma garota de 17 anos. Alguém objetivo, alguém que não estava tentando olhar para aquelas palavras e associá-las com Red John, ela estava apenas tentando fazer uma análise para a escola. Uma mente jovem, exatamente o que ele precisava. Por outro lado, ele estava usando uma garota sobre falsos pretextos para descobrir algo no qual ele havia falhado, mas não é como se alguém soubesse sobre a referência do Red John ao poema, ele havia mentido sobre isso.
- Então, esse primeiro verso - ele começou, - o que significa?
- Bem, o poema todo é, basicamente, Blake dividindo seus pensamentos, suas perguntas. – Ela começou a explicar, sua voz tomando um tom mais formal. Ela teria feito uma boa apresentação, caso tivesse a confiança. – Blake está comparando a natureza feroz do tigre com uma presença queimante nas florestas negras, e ele se pergunta que poder imortal poderia criar tão feroz besta.
Ele concordava plenamente com aquilo. Red John estava certo em usar o inicio do poema em sua citação. Essa havia sido a fascinação mórbida de Jane a cada novo caso de Red John que começava - Que poder poderia criar um monstro como ele? Ele havia passado por todas as possibilidades dentro de sua mente, as clássicas: abusado quando criança, negligenciado, ato de rebelião contra uma infância que ele havia sido obrigado a desistir, testemunha de um crime brutal... Mas nada parecia se encaixar. Nada parecia explicar essa total brutalidade da natureza dele. Red John era o tigre das palavras de Blake, mas quem o havia criado? Algo poderoso, algo terrível. Ele não disse nada, não querendo alertar Sarah para seus motivos pelos quais a estava ouvindo, e foi para o próximo verso.
- In what distant deeps or skies, burnt the fire of thine eyes? On what wings dare he aspire? What the hand dare seize the fire?
Ela consultou suas notas por um instante e voltou seus olhos para o poema que ele estava segurando.
- Este é Blake dizendo que os olhos do tigre são como um fogo distante que somente alguém com asas poderia alcançá-los, e, somente com mãos impermeáveis poderia segurá-los. – Ela disse, indicando as páginas enquanto falava. – Então, ele está se perguntando de onde tão poderoso fogo poderia ter vindo. Eu penso que “deeps or skies” representam o Inferno e o Céu. O que quer dizer que, o que Blake Poe estar insinuando, é que o tigre pode somente ter sido criado ou por Deus ou pelo diabo.
Mais uma vez, ele simplesmente assentiu em concordância. Algo maior que uma força normal havia trazido Red John para esse caminho. Algo que eles não iriam entender até descobrir sua verdadeira identidade.
- And what shoulder, and what art could twist the sinews of thy heart? And when thy heart began to beat, what dread hand and what dread feet? – Jane leu em voz alta.
- Isso é uma alusão. – Sarah disse, imediatamente. – Mostrando o quão desumano o tigre deve ser para com sua presa.
Oh, quão desumano Red John era. Ele era. De que outra maneira ele poderia tirar a vida de tantas jovens mulheres e também de uma criançinha – sua criançinha – a não ser que ele realmente fosse o cruel bastardo que todos acreditavam que ele era. Não havia a possibilidade de Red John voltar para casa depois de mais um assassinato e chorar ao dormir ou ficar acordado a noite inteira por causa da culpa. Não. Ele criava essas emoções e reações a todos os outros. Ele queria que famílias das vitimas chorassem ao dormir todas as noites antes de dormir, que seu marido ficasse horas vagando pela sua casas, minado de culpa toda a hora que passasse por uma foto do casamento, a palma da mão da filha pintada na parede do quarto, a roupa suja para lavar da esposa ainda na máquina, o triciclo da filha.
- E esse verso - Jane perguntou, - What the hammer? What the chain? In the furnace was thy brain? What the anvil? What dread grasp? Dare it's deadly terrors clasp?... Esse se refere ao criador do tigre? – Ele chutou.
- É, é isso que eu acho. – Ela concordou. – Diz que o tigre só poderia ser criado em um lugar que confronta sua natureza. Se o criador tivesse recuperado o cérebro do tigre da fornalha, como diz nessa linha – ela apontou, - então, isso mostra que o tigre teria esse comportamento hostil desde o começo, e que sua mera criação começou o “terror mortal”.
- When the starts threw down their spears, and watered heaven with their tears, did he smile his work to see? Did he who made the Lamb make thee?... Foi Deus quem fez o cordeiro. – Jane se deu conta.
- Mas, se Deus foi o criador do cordeiro, poderia ele também ser criador do tigre? – Sarah debateu. – É uma criação conflitante. O tigre é feroz e predador, e o dócil cordeiro é a vítima potencial dele. A parte do início do verso é a mais interessante, entretanto.
- Como? – Ele perguntou.
- É sobre o processo de criação. – Ela explicou. – Fazendo a luz da estrelas simbólicas para o processo destrutivo.
- Então, o nascimento do tigre foi o nascimento da destruição. – Ele compreendeu.
- Exatamente.
- Tyger, Tyger, burning bright, in the forests of the night, what immortal hand or eye, dare frame thy fearful symmetry.
- É a mesma coisa que o primeiro verso, mas ao invés de perguntar quem fez o tigre, ele pergunta quem se atreve. – Ela indicou. – Então, depois de passar o poema inteiro se perguntando quem seria capaz disso, ele chega a conclusão de que provavelmente foi um ser imortal, então, não pode ser questionado. Mas são sua força e poder um sinal de que vem do Céu, ou sua ferocidade e predatório próximos a tudo mais que vem do Inferno?
- Inferno. – Jane decidiu. Sem duvidas disso, aquele monstro veio do Inferno. De nenhuma maneira aquele monstro havia ido para o lugar onde ele havia assumido que era o lugar para onde Violeta e Claire foram.
- Eu pensei isso primeiramente. – Sarah disse, assentindo. – Mas daí me dei conta que não é sobre a resposta.
- É sobre a pergunta.
- Isso depende da interpretação do leitor sobre a criação. – Ela explicou. – Algumas pessoas verão o tigre como uma linda criatura merecedora de admiração, mas outros irão vê-lo como um monstro que massacra o inocente cordeiro. Os que vêem esse monstro irão presumir que ele é do Inferno, porque nada do Céu poderia ser o predador sobre os cordeiros do mundo.
E, de repente, tudo fez sentido. Red John havia falado a ele o primeiro verso como uma mensagem. Ele queria que Jane descobrisse a pista enigmática que sussurrou em seu ouvido. Ele queria que Jane trabalhasse nisso, passasse noites sem dormir decodificando-a até ele descobrir mais uma parte da essência do Red John. Ele queria ser descoberto, ele queria ser entendido, e quando Jane não foi capaz de fazer isso rápido o suficiente para o gosto dele, ele arrastou Melissa para essa mistura.
- Sarah, qual poema Melissa estava estudando, você sabe? – Ele perguntou.
- Nós escolhemos o mesmo. – Ela contou a ele. – Entretanto, o dela deve estar bem melhor. – Ela adicionou, uma pontada de ressentimento em sua voz.
- Por que você diz isso?
- Ela estava reprovando, tempos difíceis. – Ela revelou. – Pior que eu. Ela não iria se formar se não tirasse nota máxima nesse trabalho. Então sua mãe concordou em contratar um professor particular. Nós tivemos uma briguinha, porque o professor dela queria que ela escolhesse The Tyger e eu já o havia pego.
- Mas ela ainda o fez? – Jane perguntou.
Sarah assentiu.
- Ela disse que o professor falou a ela que esse era o poema com o maior insight, e que as interpretações que ele podia compartilhar com ela seriam muito melhores que as que eu poderia mostrar.
A interpretação era o corpo de Melissa. Ela havia sido pressionada para fazer o trabalho, e então sido assassinada. Ela era a mensagem, Jane se deu conta. Red John estava usando a morte de Melissa para apressá-lo. Essa era o perfeito insulto – como você não consegue descobrir como uma criança consegue? Jane balançou a cabeça lentamente, o que Sarah tomou como se fosse um sinal de empatia com sua situação, mas ele estava se repreendendo. Ele havia retrocedido alguns passos, mas agora podia ver o que Red John queria, e porque Red John queria que ele visse aquilo. Era tudo sobre a excitação de caçá-lo, e quando Jane não havia decifrado o poema rápido o suficiente, isso havia esfriado a caçada, forçando-o a matar novamente, para deixar uma próxima mensagem. Essa era a única maneira que ele conhecia para se comunicar, para conseguir a atenção desejada.
- Os pais da Melissa não mencionaram um professor particular. – Ele disse.
- Melissa também não, só para mim. – Ela contou a ele. – Eles não queriam que ninguém soubesse que ela estava reprovando. Ambos os pais dela foram pras escolas Ivy League e se formaram com honra. Sua mãe uma editora de revistas e seu pai um editor de livros, ambos famosos. E a sua filha reprovando em inglês?
- Porque não ajudá-la eles mesmos? – Jane franziu a testa.
- Esse cara se ofereceu, aparentemente. Eles se conheceram no lançamento de um livro do pai dela e manteram contato. – Ela disse.
- Ela alguma vez te disse o nome dele? – Jane perguntou.
- John alguma coisa. – Ela tentava se lembrar, enquanto Jane colocou rapidamente o livro ao lado da garota. Ela olhou confusa para Jane, quando se deu conta que o tom das perguntas dele haviam mudado um pouco. – Sr. Jane, o que está acontecendo? – Ela perguntou, quando ele se colocou de pé. – Eu pensei que a Agente Lisbon que iria fazer a entrevista.
- Ela vai. E nós estamos indo vê-la agora.
- x -
Bem, essa é a segunda parte do cap 5. Tem mais uma parte. Vou tentar trazer o mais rápido possivel. E juro que a tensão de RJ jájá passa
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
Adorei o cap
Bem intrigante.
Sarah esta sendo de grande ajuda ao Jane.
Estou aqui esperando a continuação.
Beijinhos
gi
Bem intrigante.
Sarah esta sendo de grande ajuda ao Jane.
Estou aqui esperando a continuação.
Beijinhos
gi
ladymarion- Mentalista Treinee
- Data de inscrição : 05/05/2009
Mensagens : 444
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
Muitooo bomm esse capítulo!!!
Surpresa com o rumo que foi a mensagem HAUSHASHASHASHUAHS
Ansiosa por mais capítulos
Surpresa com o rumo que foi a mensagem HAUSHASHASHASHUAHS
Ansiosa por mais capítulos
Priscila.- Detetive Novato
- Data de inscrição : 23/05/2010
Mensagens : 252
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 28/11
Fic muito boa, adoro um suspense, esse Red Jonh tem o mesmo nivel intelectual de Jane... esperando e também a outra que eu adoro, Mr. Diary, não vejo a hora de lê a continuação.
Ana Lopes- Aspirante a Detetive
- Data de inscrição : 29/09/2010
Mensagens : 85
Humor : lindo!
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
Obrigado pelos coments, Eli gi e ana! Desculpa a demora, é que meu pc pifou, agora estou usando o da minha mãe.
aqui vai a ultima parte do cap. 5. enjoy
- x –
Seis palavras foi tudo o que custou para fazer Lisbon parar de interrogar o namorado de Melissa e trocá-lo por Sarah Walcott. Eu sei quem Red John é. Isso foi tudo. Isso, e o fato de que ele entrou na sala de interrogatório e falou a ela ao invés de simplesmente cuidar daquilo sozinho. Um ato de confiança, na tentativa de manter a promessa que ele havia feito no dia anterior para ela. Isso era o suficiente para fazê-la ouvir, para fazê-la interrogar a pessoa correta. Ele havia insistido mais cedo que o namorado não tinha nenhum envolvimento, mas ela iria interrogá-lo da mesma maneira. Agora, ele estava fazendo o certo, e pelo nó em seu estômago, estavam mais perto de Red John do que algum dia estiveram.
- Você tem certeza que ela nunca mencionou o nome do professor? – Lisbon perguntou a Sarah pela quarta vez.
- Tenho. Ela o chamava de John. – Sarah disse, confusão transparecendo em seu rosto. – O que está havendo?
Lisbon segurou a respiração, olhando para Jane.
- Chame Cho. – Ela instruiu. – Eu quero os pais de Melissa aqui agora.
- Já chamei. Eles estão na casa agora. Vão estar aqui a qualquer momento. – Jane disse a ela.
Lisbon assentiu, se voltando novamente para a garota.
- Sarah, você poderia me dizer a ultima vez que ouviu alguma coisa de Melissa?
- Duas noites atrás. – Ela disse. – Foi a mensagem que ela me mandou que mostrei pra vocês mais cedo.
- Que dizia que ela iria ficar em casa para estudar. – Lisbon consultou suas notas.
- É. – Sarah assentiu.
- E na manhã seguinte, a mãe de Melissa acha a menina morta em seu quarto com a assinatura de Red John na parede. – Lisbon murmurou para si mesma, mas Sarah ouviu parte.
- Red John? – Ela repetiu. – Ele é o cara dos noticiários. O serial killer.
- E o professor particular de Melissa. – Jane assentiu.
Lisbon olhou para ele, fazendo cara feia.
- Jane, uma palavrinha comigo, agora. – Ela ordenou.
- x –
Momentos mais tarde eles estavam no escritório de Lisbon, ela sentada atrás de sua mesa e ele escorado na porta.
- Jane, nós não podemos pular à conclusões assim. Isso ainda pode ser uma cópia...
- Não. É ele. – Jane disse, confiante.
- Com base no que? E se você me disser que é um palpite...
- Não é um palpite. – Ele negou. – William Bake.
Ela levantou as sobrancelhas.
- O que?
- O trabalho de inglês das garotas era escolher um poema de William Blake. Ambas escolheram The Tyger, mas Sarah escolheu porque quis e o professor de Melissa insistiu para que ela pegasse esse. O professor particular da Melissa, que deveria estar em casa ajudando-a a estudar.
Mas ela continuou olhando confusa para ele.
- Jane, o que The Tyger tem a ver com Red John? – Ela perguntou, cansada.
- Ele conhece o poema. – Ele disse simplesmente.
Ela suspirou.
- Muitas pessoas conhecem o poema.
- Mas não são muitas pessoas que o usam como uma metáfora. – Ele explicou.
- Uma metáfora para que? – Ela perguntou.
- Para si mesmos.
Ela estava quebrando a cabeça, mas não via lógica no que Jane estava contando.
- Não tem nenhuma menção a William Blake nos arquivos de Red John.
- Porque não está nos arquivos.
As suspeitas dela transpareciam em suas palavras.
- E porque não estaria?
- Várias razões.
- Que tal você me contar a que eu quero ouvir? – Ela sugeriu.
- Ah, isso é um grande compromisso, porque você sabe que na verdade não quer ouvir e...
- Jane! – Ela exclamou.
- Ok. Eu menti para você.
- Quando? – Ela perguntou.
- Quando você me perguntou se Red John havia me dito alguma coisa. Eu menti pra você todas as vezes você me perguntou.
Ela resistiu a tentação de esganá-lo com usas próprias mãos. Ela havia dado a ele a oportunidade de dar sua opinião sobre o caso antes de chegar a esse ponto, antes de Melissa ter morrido. E ele mentiu pra ela, ignorando completamente a chance que ela havia dado a ele de se abrir completamente com ela.
- Porque você mentiria sobre isso?
- Porque eu precisava de tempo para descobrir o que ele queria dizer, e ele citou para mim o primeiro verso de The Tyger. – Ele explicou.
O olhar dela podia ter cortado diamantes.
- Esse é o trabalho da equipei, Jane, não o seu.
- Na verdade Lisbon, a única pessoa que conseguiu decifrar o que ele queria foi Sarah Walcott, e ela nem sabe disso.
- Jane, isso foi um trabalho da escola e...
- Aquilo, para Red John, foi estudo dele mesmo. – Jane explicou. – Ele estava fazendo Melissa escrever sua biografia. e quando ele leu, não gostou do que ela interpretou. Se você ver as notas da Sarah no poema inteiro, é praticamente como Red John se vê. O poema todo mostra que ele quer se ver como o tigre, essa criatura incontrolável, poderosa, predatória, e sobre tudo, intocável, mas ele se identificou com essas palavras sem se dar conta que Blake representava o tigre como uma criatura vindo do Inferno. É por isso que eu não conseguia descobrir antes, porque eu estava ajustando as palavras a ele, exatamente como ele fez. Você tem que abordar o texto de uma outra forma para ver o monstro que ele realmente é. O trabalho da Sarah faz... sentido total. E, Cho já deve ter voltado. Eu estou indo falar com os pais de Melissa, pois eles sabem quem Red John é.
- Você não sabe isso...
- Sim eu sei. – Ele insistiu. – Eles o conheciam, eles o deixaram entrar na casa deles, e eles o deixaram trucidar sua própria filha.
Lisbon estava prestes a interrompê-lo quando um grito se ouviu do lado de fora do escritório.
- O que está havendo? – Ela perguntou, indo em direção a porta, parando do lado oposto a Jane, enquanto eles assistiam vários guardas e agentes correndo na direção da qual ela havia voltado apenas alguns minutos atrás. As salas de interrogatório.
Ambos os seguiram, e quando chegaram na sala, lutaram contra a multidão. Eles ouviram os gritos dos pais de Melissa, mas não se aproximaram a eles, ao invés, foram na direção de Cho, que estava parado na porta.
- Cho! – Lisbon chamou.
- Ele esteve aqui. – Cho disse simplesmente.
- O que? – Ela não conseguia acreditar.
Mas então, dois guardas saíram da porta, revelando a imagem por trás dela. Uma carinha sorrindo sangrenta na parede e o corpo de Sarah Walcott de baixo dela.
aqui vai a ultima parte do cap. 5. enjoy
- x –
Seis palavras foi tudo o que custou para fazer Lisbon parar de interrogar o namorado de Melissa e trocá-lo por Sarah Walcott. Eu sei quem Red John é. Isso foi tudo. Isso, e o fato de que ele entrou na sala de interrogatório e falou a ela ao invés de simplesmente cuidar daquilo sozinho. Um ato de confiança, na tentativa de manter a promessa que ele havia feito no dia anterior para ela. Isso era o suficiente para fazê-la ouvir, para fazê-la interrogar a pessoa correta. Ele havia insistido mais cedo que o namorado não tinha nenhum envolvimento, mas ela iria interrogá-lo da mesma maneira. Agora, ele estava fazendo o certo, e pelo nó em seu estômago, estavam mais perto de Red John do que algum dia estiveram.
- Você tem certeza que ela nunca mencionou o nome do professor? – Lisbon perguntou a Sarah pela quarta vez.
- Tenho. Ela o chamava de John. – Sarah disse, confusão transparecendo em seu rosto. – O que está havendo?
Lisbon segurou a respiração, olhando para Jane.
- Chame Cho. – Ela instruiu. – Eu quero os pais de Melissa aqui agora.
- Já chamei. Eles estão na casa agora. Vão estar aqui a qualquer momento. – Jane disse a ela.
Lisbon assentiu, se voltando novamente para a garota.
- Sarah, você poderia me dizer a ultima vez que ouviu alguma coisa de Melissa?
- Duas noites atrás. – Ela disse. – Foi a mensagem que ela me mandou que mostrei pra vocês mais cedo.
- Que dizia que ela iria ficar em casa para estudar. – Lisbon consultou suas notas.
- É. – Sarah assentiu.
- E na manhã seguinte, a mãe de Melissa acha a menina morta em seu quarto com a assinatura de Red John na parede. – Lisbon murmurou para si mesma, mas Sarah ouviu parte.
- Red John? – Ela repetiu. – Ele é o cara dos noticiários. O serial killer.
- E o professor particular de Melissa. – Jane assentiu.
Lisbon olhou para ele, fazendo cara feia.
- Jane, uma palavrinha comigo, agora. – Ela ordenou.
- x –
Momentos mais tarde eles estavam no escritório de Lisbon, ela sentada atrás de sua mesa e ele escorado na porta.
- Jane, nós não podemos pular à conclusões assim. Isso ainda pode ser uma cópia...
- Não. É ele. – Jane disse, confiante.
- Com base no que? E se você me disser que é um palpite...
- Não é um palpite. – Ele negou. – William Bake.
Ela levantou as sobrancelhas.
- O que?
- O trabalho de inglês das garotas era escolher um poema de William Blake. Ambas escolheram The Tyger, mas Sarah escolheu porque quis e o professor de Melissa insistiu para que ela pegasse esse. O professor particular da Melissa, que deveria estar em casa ajudando-a a estudar.
Mas ela continuou olhando confusa para ele.
- Jane, o que The Tyger tem a ver com Red John? – Ela perguntou, cansada.
- Ele conhece o poema. – Ele disse simplesmente.
Ela suspirou.
- Muitas pessoas conhecem o poema.
- Mas não são muitas pessoas que o usam como uma metáfora. – Ele explicou.
- Uma metáfora para que? – Ela perguntou.
- Para si mesmos.
Ela estava quebrando a cabeça, mas não via lógica no que Jane estava contando.
- Não tem nenhuma menção a William Blake nos arquivos de Red John.
- Porque não está nos arquivos.
As suspeitas dela transpareciam em suas palavras.
- E porque não estaria?
- Várias razões.
- Que tal você me contar a que eu quero ouvir? – Ela sugeriu.
- Ah, isso é um grande compromisso, porque você sabe que na verdade não quer ouvir e...
- Jane! – Ela exclamou.
- Ok. Eu menti para você.
- Quando? – Ela perguntou.
- Quando você me perguntou se Red John havia me dito alguma coisa. Eu menti pra você todas as vezes você me perguntou.
Ela resistiu a tentação de esganá-lo com usas próprias mãos. Ela havia dado a ele a oportunidade de dar sua opinião sobre o caso antes de chegar a esse ponto, antes de Melissa ter morrido. E ele mentiu pra ela, ignorando completamente a chance que ela havia dado a ele de se abrir completamente com ela.
- Porque você mentiria sobre isso?
- Porque eu precisava de tempo para descobrir o que ele queria dizer, e ele citou para mim o primeiro verso de The Tyger. – Ele explicou.
O olhar dela podia ter cortado diamantes.
- Esse é o trabalho da equipei, Jane, não o seu.
- Na verdade Lisbon, a única pessoa que conseguiu decifrar o que ele queria foi Sarah Walcott, e ela nem sabe disso.
- Jane, isso foi um trabalho da escola e...
- Aquilo, para Red John, foi estudo dele mesmo. – Jane explicou. – Ele estava fazendo Melissa escrever sua biografia. e quando ele leu, não gostou do que ela interpretou. Se você ver as notas da Sarah no poema inteiro, é praticamente como Red John se vê. O poema todo mostra que ele quer se ver como o tigre, essa criatura incontrolável, poderosa, predatória, e sobre tudo, intocável, mas ele se identificou com essas palavras sem se dar conta que Blake representava o tigre como uma criatura vindo do Inferno. É por isso que eu não conseguia descobrir antes, porque eu estava ajustando as palavras a ele, exatamente como ele fez. Você tem que abordar o texto de uma outra forma para ver o monstro que ele realmente é. O trabalho da Sarah faz... sentido total. E, Cho já deve ter voltado. Eu estou indo falar com os pais de Melissa, pois eles sabem quem Red John é.
- Você não sabe isso...
- Sim eu sei. – Ele insistiu. – Eles o conheciam, eles o deixaram entrar na casa deles, e eles o deixaram trucidar sua própria filha.
Lisbon estava prestes a interrompê-lo quando um grito se ouviu do lado de fora do escritório.
- O que está havendo? – Ela perguntou, indo em direção a porta, parando do lado oposto a Jane, enquanto eles assistiam vários guardas e agentes correndo na direção da qual ela havia voltado apenas alguns minutos atrás. As salas de interrogatório.
Ambos os seguiram, e quando chegaram na sala, lutaram contra a multidão. Eles ouviram os gritos dos pais de Melissa, mas não se aproximaram a eles, ao invés, foram na direção de Cho, que estava parado na porta.
- Cho! – Lisbon chamou.
- Ele esteve aqui. – Cho disse simplesmente.
- O que? – Ela não conseguia acreditar.
Mas então, dois guardas saíram da porta, revelando a imagem por trás dela. Uma carinha sorrindo sangrenta na parede e o corpo de Sarah Walcott de baixo dela.
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
Minha nossa!! RJ é o homem invisível...
mais mais
mais mais
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
Ai minha nossa...........
Que angustia.
Pobre Sarah...
Agora, convenhamos
Patrick teve coragem e tanto para dizer a Lisbon que mentiu para ela sobre o Red John
Ui, esse finalzinho me deixou arrepiada....
Que medo!!!!!!!
Beijinhos P.
gi
Que angustia.
Pobre Sarah...
Agora, convenhamos
Patrick teve coragem e tanto para dizer a Lisbon que mentiu para ela sobre o Red John
Ui, esse finalzinho me deixou arrepiada....
Que medo!!!!!!!
Beijinhos P.
gi
ladymarion- Mentalista Treinee
- Data de inscrição : 05/05/2009
Mensagens : 444
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 04/12
Me assustei, no finalzinho pensei que tinha acontecido algo com Cho.
Está muito interessante a fic, achei incrível essa interpretação do poema... Esse serial killer está abusando dentro da CBI!?, espere só quando a Lisbon por as mãos nele, acho que ela é quem vai pegá-lo, o Jane não vai não, eu concordo com Eli o Jane é medroso, mas lembrando bem o passado, pra salvar a Lisbon, Jane manuseou um rifle muito bem nê?! ele com certeza, tem uma carta na manga ...esperando o próximo cap.
Está muito interessante a fic, achei incrível essa interpretação do poema... Esse serial killer está abusando dentro da CBI!?, espere só quando a Lisbon por as mãos nele, acho que ela é quem vai pegá-lo, o Jane não vai não, eu concordo com Eli o Jane é medroso, mas lembrando bem o passado, pra salvar a Lisbon, Jane manuseou um rifle muito bem nê?! ele com certeza, tem uma carta na manga ...esperando o próximo cap.
Ana Lopes- Aspirante a Detetive
- Data de inscrição : 29/09/2010
Mensagens : 85
Humor : lindo!
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
Hey meninas! Espero que eu não teha demorado tanto assim dessa vez xD aqui ta o cap novo ( grande... eu achei pelo menos xD)
A escuridão tomou conta rapidamente após aquilo. Jane não tinha certeza de quanto demoraram para proteger o prédio todo novamente, começando a interrogar todo mundo que estava lá dentro. Hightower conduziu algumas pessoalmente – Lisbon e Jane dificilmente conseguiriam interrogar alguém. Ele respondeu as perguntas obedientemente, quando foi sua vez, mas por dentro, ele estava fervendo. Red John esteve ali. Tão próximo. Tão próximo a todos eles, aonde ele havia estado apenas alguns minutos antes. Lisbon e ele mesmo haviam deixado a sala de interrogatórios apenas a alguns minutos, Cho já iria escoltar os pais Joliss lá para dentro. Sarah havia ficado lá somente para ser apunhalada. Ele estava furioso. Não apenas com Red John e a situação, mas também consigo mesmo. Ele esteve tão perto, um corredor de distância, e ele não sentiu nada. Nenhum sinal de perigo. Nenhuma vaga idéia do terror que estava por vir.
Lisbon se aproximou do sofá, observando enquanto Jane sentava lá sem se mover. Uma perna cruzada sobre a outra um pouco curvado para o lado, sendo que ele não tinha intenções de se esticar no sofá. Ele apoiou a cabeça sobre uma mão, a outra sobre a testa. Ela se agachou na frente dele, colocando sua mão sobre o joelho dele.
- Jane, não havia nada que você pudesse ter feito. – Ela sussurrou.
- Eu poderia tê-lo parado. – Ele disse.
- Poderia? – Ela o desafiou.
- Eu deveria. – Ele insistiu.
- Patrick... – Lisbon suspirou.
- Quando poderemos sair do prédio? – ele perguntou friamente.
Ela ficou quieta por um momento, sem comentar a aspereza na voz dele, ou como ele evitava os olhos dela.
- Não pela próxima hora, pelo menos. – Ela disse. – Cho, Rigsby e Van Pelt ainda estão interrogando o pessoal da manutenção.
- Ele estava aqui Teresa. – Ele disse impotente.
- Patrick...
- Ele estava bem aqui. – Ele balançou a cabeça, sem saber se ele estava mais bravo ou chateado pelo fato.
- Sim, ele estava.
- Ele sabia onde as câmeras estavam. Ele sabia onde elas estavam, em que direção apontavam. Ele sabia como entrar, e sabia como sair de novo. Ele sabia aonde estávamos e quanto tempo ficaríamos ali. Mais uma vez, ele sabia mais do que acreditamos que ele poderia saber. – Ele balançou novamente a cabeça.
- Nós vamos pegá-lo dessa vez. – Ela o assegurou.
- Não, nós não vamos! – Ele parecia desesperado. – Ele esteve aqui, nós não temos certeza por quanto tempo. Nós só podemos presumir que ele estava nos espionando, nos observando. Isso não foi como a equipe de Rebecca e Bosco. Ele estava aqui. Ele mesmo. Ele nos viu, viu a equipe com seus próprios olhos. Ele sabe onde você senta, onde você deixa sua caneca de café, onde Rigsby esconde a comida extra dele, que livro Cho está lendo, quão frequentemente Van Pelt olha para Rigsby... Ele está sempre me observando. Isso nunca acaba.
Ele a olhou nos olhos por um momento, e isso foi o suficiente para ela entender.
- Você realmente acha que ele nos viu noite passada, não? – Ela se deu conta, agora completamente certa do fato.
- Sim, eu acho. E acho que o que ele fez para Sarah foi um aviso.
- O que ele fez foi uma brutalidade.
- Se o aviso foi brutal, imagine a punição. – Ele mostrou.
O tom dele era de causar arrepios. Ela odiava ouvi-lo falar assim, era por isso que ela havia feito ele prometer noite passada. Ela acreditou nele na hora, ela achou que ele iria mentir na cara dela logo após eles terem compartilhado seus mais profundos segredos, como eles falaram de suas crianças roubadas, mas agora? Agora parecia que ele iria cortar Red John em pedacinhos com suas próprias mãos. Talvez seja por isso que eles eram tão próximos, pois ele estava com medo do que iriam fazer.
- Você se arrepende? – Ela perguntou hesitante.
Ele negou, suavemente.
- Não, claro que não. Eu não me arrependo.
- Verdade? – Ela checou. – Pois parece que você se arrepende.
Ele suspirou, se inclinando para a frente, para eles poderem ficar frente a frente.
- Você entende que ele nos ver significa? – Ele perguntou, seriamente. – Ele matou minha esposa e milha filha por que ele sabia que iria destruir todas as partes de mim que ele conseguiria. – Ele explicou. – Ele sabia que tomar minha família seria pior que tomar a minha vida. Elas eram a razão do meu viver. E agora que ele viu você, que ele nos viu juntos, e como uma inteligência como a dele, tenho certeza que ele sabe exatamente o que você significa para mim.
Lisbon engoliu as palavras que queria dizer. Agora não era o momento exato para perguntar o que ela queria. Eles tinham assuntos mais urgentes para tratar.
- Você acha que ele virá atrás de mim. – Ela se deu conta.
- Sim, eu acho. – Ele respondeu, firmemente.
- Porque você se importa comigo.
Jane ficou silencioso por um momento, e depois assentiu sutilmente.
- Só existem três pessoas que eu sabia desde o início que iria doer eternamente se eu perdesse. – Ele sussurrou. – Minha esposa, minha filha... E você. – Sendo colocado dessa forma, Lisbon se sentia uma prostituta barata do lado do casamento dele. – Eu nunca quiz sentir algo por você, e eu queria menos ainda deixar Red John descobrir sobre eles.
- Você também não quis que ele viesse aqui e matasse Sarah Walcott. – Ela apontou. – Mas aconteceu. E nós temos que lidar com isso agora.
Ele colocou sua mão sobre a dela que estava descansando em seu joelho.
- Teresa, se ele tiver a chance, ele vai te matar.
- Eu sei. – Ela respondeu.
Ele franziu as sobrancelhas, lendo o as expressões dela.
- Porque você não está com medo disso?
Ela levantou os ombros um pouco.
- Que bem faria ficar com medo? – Ela falou. Ela se levantou e foi até a mesa de Van Pelt por um instante, voltando com uma pilha de papéis na mão. – Essas são as anotações de Sarah Walcott. E os pais de Melissa nos deram as dela também. A primeira coisa que iremos fazer amanhã pela manhã será rastrear esse professor particular. Até lá, não nos é permitido deixar o prédio, então, devemos fazer algo que valha a pena nesse meio tempo. – Ela disse, colocando-se de volta ao jogo.
Jane balançou a cabeça.
- Eu já passei por isso. – Ele disse.
- E nós vamos passar por isso de novo. – Ela falou, olhando para ele. – Red John se colocou dentro do trabalho de Melissa isso era uma mensagem para nós de que ela era parte da entrega. O exercício foi a informação, Melissa foi o aviso e Sarah foi uma ameaça da qual ele teve que se livrar. Essas anotações são tudo que temos agora, mas isso é mais do que ele alguma vez nos deu. Se ele cometeu o erro de deixar alguma informação escapar, nós iremos encontra-las aqui.
Jane suspirou concordando.
- Ok.
Lisbon assentiu, surpresa com a falta de protestos da parte dele. Submissão não era algo pelo qual Jane era conhecido.
- Vou pegar café. – Ela disse, indo em direção a cozinha.
- Chá. – Ele disse suavemente. Ela assentiu novamente, e continuou andando, mas antes que ela pudesse chegar a seu destino, ele a chamou. – Teresa?
A voz dele era baixa, mas mesmo assim ela se virou.
- Sim?
Ele mantinha suas mãos nos papéis, mas seus olhos estavam nela.
- Eu não vou deixa-lo matar você. – Ele confidenciou a ela.
Pela intensidade nos olhos dele, ela sabia que ele tinha certeza disso.
- Eu sei. – Ela deu um pequeno sorriso a ele. – É por isso que não tenho medo.
Ela saiu, e quando estava fora de vista, Jane elevou a mão que estava sobre os papéis a testa, e sobre as anotações, achou um pedaço de papel que não havia visto antes. Ele abriu-o, olhando atentamente para as palavras vermelhas sobre o papel branco, que o davam arrepios a cada vez que pousava os olhos sobre elas.
Ela é a próxima.
- x –
Ele ficou ali a noite toda e o início da manhã. Na verdade, todos ficaram. Apesar de terem todo o direito de ir para a casa dormir um pouco, todos os agentes permaneceram no prédio. Agentes internos e os recém empregados foram os que ficaram com a tarefa de substituir os estoques de café, açúcar e leite, que eram requeridos interminavelmente. Eles mal conseguiam sair do lugar, já que suas tarefas eram requeridas a cada dez minutos. Essa era a maneira dos agentes impedirem de entrarem em coma. Jane sabia que Lisbon já havia tomado quatro canecas sozinha antes das nove horas, principalmente quando não conseguiam rastrear o professor particular de Melissa mesmo com as informações fornecidas por Mark Joliss.
As nove e dez, Jane já não conseguia mais sentar em seu sofá, ler as anotações, e ser um bom garoto. A cada segundo que o relógio marcava se tornava mais difícil respirar regularmente, e para se segurar enquanto seu sangue fervia, e para se segurar para não prender Lisbon numa prisão de segurança máxima, convencido de que esse seria o único lugar que talvez ele não conseguisse chegar até ela. Ele esperava ela voltar, respirando rápido e anormalmente, a cada vez que ela deixava a sala, não importasse se ela saísse por trinta segundos ou – como aconteceu mais cedo essa manhã, e ele quase foi a loucura - por trinta minutos. Eles tinham deixado Sarah sozinha cinco minutos para Red John cometer um massacre, rodeado por agentes. Com todo esse trabalho acontecendo, e toda a confusão, ele tinha quase certeza que o monstro estava dentro do prédio, insultando-os com sua presença.
Ele ficou no sofá, deslizando o pedaço de papel em seu bolso. Ele não conseguia mais aguentar isso, então ele entrou no escritório de Lisbon, ignorando o olhar confuso dela quando ele fechou a porta, trancando e fechando as cortinas. Os olhos dela o seguiram o tempo todo, sua caneca de café a meio caminho de seus lábios. O vapor que saia da caneca mostrava que ela a recém o havia feito, e ela claramente precisava disso, dado pelos círculos pretos embaixo de seus olhos – mesmo que, algumas noites sem dormir a fariam melhor do que seu vicio em café.
- O que você está fazendo Jane? Ela perguntou. Ele se escorou na porta, fechando os olhos por um momento e respirando fundo. Agora, ela realmente franzia a testa. – Você está bem?
- Você estava naquela sala cinco minutos antes. – Ele disse, seus olhos ainda fechados.
- Sim, eu estive. – Sua expressão era de confusão.
- Poderia ter sido você. – Ele disse, baixo.
Ela assentiu.
- Se você quer por isso dessa maneira, sim.
Jane abriu os olhos.
- Ele a matou no único lugar que ela deveria estar perfeitamente salva, o único lugar onde ele deveria não conseguir chegar até ela, e poderia ter sido você.
Quando ela viu o olhar nos olhos dele, ela virou a cadeira para encará-lo, baixando a caneca de café. Ela se levantou. De pé, ela caminhou até ele, ficando na frente dele. Com uma estranha volta em seu estômago, ela se deu conta que a última vez que ficara tão perto dele houve um abraço, uma confissão, um convite para ficar... e então um beijo que levou a tantas outras coisas. Ela deixou o sentimento de lado.
- Patrick, eu estou bem. – Ela o assegurou, sua voz suspirando seu primeiro nome, numa tentava de convencê-lo. – Eu estou bem aqui e estou bem.
- Você poderia ter sido assassinada. – Ele disse, sem nenhuma expressão.
- Mas eu não fui. – Ela o assegurou. – Eu estou bem.
- Dessa vez. – Ele disse, mostrando um ponto. – E da próxima vez?
- Da próxima vez nós vamos pegá-lo. – Ela insistiu.
- Você disse isso da última vez. – Ele balançou a cabeça.
- Patrick...
- Se você tivesse...
- Patrick, não. – Ela disse, asperamente. Talvez mais do que deveria. – Nós não vamos ficar aqui enquanto você me fala o que faria ou o que deixaria de fazer se tivesse sido eu. Sim, poderia ter sido eu. Sim, ele poderia ter me matado. Mas não matou. Quanto vai demorar pra você se dar conta disso?
Mas ela terminou de falar, ela quase foi levantada do chão pela força dos braços dele em volta dela, pressionando o corpo dela contra o dele. Os lábios dele acharam os dela rapidamente, como se tivessem feito isso por anos, e havia uma urgência acompanhando a paixão dele. Ele estava usando esse beijo para confortar-se, para se assegurar de que ela não havia sido assassinada, de que ela não estava machucada, mas mesmo assim, a fez se arrepiar. Um fogo familiar do qual ela se sentia culpada após o primeiro instante. A última vez que ele havia a beijado dessa maneira, eles haviam construído rapidamente uma ferocidade incrível, que chegava a ser vergonhoso para ela o quão rápido esquecia de tudo nos braços dele.
Quando ele libertou os lábios dela, suas próximas palavras foram sussurradas contra eles.
- Eu estou tão feliz de que não foi você.
- Eu também. – Ela respondeu.
Jane se afastou alguns centímetros, tirando seus braços da volta dela.
- Ele quer que a próxima dele seja você.
Ela balançou a cabeça novamente.
- Jane nós já passamos por esse estresse e...
- Eu tirei isso do corpo de Sarah Walcott. – Ele disse, tirando o pedaço do papel do bolso e dando a ela.
Ela ficou parada, olhando para suas mãos, onde o papel se encontrava. Ela franziu a testa, uma pequena linha aparecendo entre suas sobrancelhas.
- Você tirou evidência de uma cena do crime?
- Teresa, ele quer você.
- Isso pode significar qualquer um. – Ela tentou dar uma desculpa.
- Não, significa você. – Ele disse, com convicção. – Primeiro a mensagem do esconde-esconde, e agora isso? – Ele balançou a cabeça. – Ele nos viu juntos. Ele vem nos observando. Ele sabe que a melhor maneira de me afetar agora é chegar até você.
Lisbon expirou audivelmente
- Então ele sabe onde eu moro. – Ela se deu conta.
- E aqui não é nem um pouco mais seguro para você ficar. – Ele disse.
Ela suspirou. Aparentemente, seu apartamento não era nem um pouco a salvo de Red John, e Jane estava certo, ali definitivamente não era nem um pouco seguro. Mas ele não voltaria se isso significasse que ele seria pego. Red John nunca voltava a uma cena depois que havia feito sua marca... exceto o quarto de Melissa. Nada nesse caso era comum ou normal, mesmo para os métodos do homem louco.
- Se ele me quer, ele vai me pegar. Você tem consciência disso?
- Você não consegue entender porque estou bravo com isso? – Ele pediu, seus olhos implorando-a.
- Sim, mas essa é a nossa maneira de
Jane a segurou em seus braços e começou a mexer a cabeça negativamente.
- Eu não vou ficar parado enquanto ele pega você.
- Ele teria matado nós dois se estivéssemos naquela sala. – Ela explicou. – E se ele me pegar, eu sei que a equipe vai descobrir uma maneira de acha-lo antes que ele me mate.
- Ele poderia te matar imediatamente.
- Não, ele não vai. – Ela disse, sua voz agora tremendo a cada palavra, com sua contemplação das possibilidades. – Ele iria me torturar, iria devagar, iria ser doloroso, mas ele não faria imediatamente. Se ele quer me usar para te afetar, ele vai estender minha morte pelo maior tempo possível.
Jane piscava conforme as imagens passavam diante de seus olhos, e raiva de que isso acontecesse novamente corria em suas veias.
- Antes de você começar a formular esse plano, você tem que estar preparada para morrer por mim. – Ele atirou. – Porque é isso que vai acontecer se ele chegar próximo o suficiente de você.
- Talvez eu esteja. – Ela disse calmamente.
Ele parou, apesar de não estar certo se o que parou foi somente seus movimentos ou seu coração também.
- Perdão?
- Você me ouviu. – Ela disse, não mais alto do que antes.
- Você deixaria ele te matar. – Jane tentava compreender.
Ela assentiu.
- Essa seria a segunda vez que ele teria como alvo principal um agente da CBI. Isso iria parecer bem ruim na longa ficha dele quando ele for a julgamento. Eu te prometo que ele vai pegar a pena que merece.
- Não pelo preço da sua vida. – Ele suspirou.
- Isso significa tanto assim para você? – Ela perguntou, quase um pouco confusa.
- Deveria significar mais para você! – Ele disse, exaltado.
- Claramente significa algo para você. – Ela noticiou, também notando que ele ignorou sua questão inicial.
Ele se aproximou dela, quase o suficiente para que seus lábios se tocassem novamente. Seus narizes se tocaram e ele suspirou novamente, fechando os olhos.
- Como você pode em algum momento considerar a ideia de que sua vida significa tão pouco para mim? – Ele perguntou num sussurro.
- Jane, o que está realmente acontecendo aqui? – Ela perguntou a ele.
- Isso não deveria estar acontecendo. – Ele sussurrou para si mesmo.
- Red John...
- Não. – Ele a interrompeu, chacoalhando a cabeça. O movimento quase colou os lábios deles. – Eu não devia... Eu não devia estar me apaixonando por você.
Ela inspirou surpresa.
- E você está?
- Eu não... – Ele suspirou, colocando os dedos nas pontas do cabelo dela. – Eu acho... – Ele parou novamente, colocando sua outra mão nas costas dela. – Eu não sei o que fazer sobre isso. – Ele despejou.
Ela ficou na ponta do pé, selando os lábios deles juntos, num beijo que fez as mãos dele se moverem – uma para mais entre os cabelos dela, e a outra para debaixo a blusa dela, descobrindo a pele debaixo dela. Ela colocou todas as emoções que sentia e podia naquele beijo. Só demorou um segundo para ele responder, e, rapidamente eles estavam se puxando mais para perto um do outro, se aproximando mais do que no beijo anterior. Esse era o tipo de beijo que havia levado ao caminho mais apaixonado da noite anterior. Lisbon foi a primeira a se afastar, dando um beijo na bochecha dele e depois em sua jugular, causando um gemido gutural nele.
- Isso é o que você faz. – Ela disse a ele, e quando ela não recebeu uma resposta, ela assumiu que ele estava satisfeito com a ideia. – Mas, no meio tempo, preciso que você ajude Cho a descobrir onde Red John está.
- x –
Horas mais tarde, Lisbon saiu de seu escritório. Ela havia tomado tanto café que achava que a qualquer momento poderia começar a se inchar.
- Me diga que temos tudo. – Ela resmungou ao sair do escritório. Fazia horas que estavam na procura, e nenhuma palavra sobre o professor particular de Melissa, o que não a satisfazia em nada.
Van Pelt se levantou, aproximando-se dela, com um pedaço de papel que havia recém saído da impressora.
- O nome do professor particular de Melissa era John Marlowe. – Ela disse, lendo o papel, mas logo após, balançando a cabeça. – Eu chequei tudo que podia, mas tudo leva a um beco sem saída. Tudo falso.
Rigsby concordou com ela, parado, mas virando seu rosto para Lisbon.
- Ele conseguiu um diploma falso e dizia-se ex-professor de inglês de Harvard. Eu contatei o reitor da faculdade, e ele disse que nenhum John Marlowe foi empregado. É um nome falso.
Lisbon suspirou, assentindo.
- Pelo menos descobrimos alguma coisa. E sobre os contatos que ele deu a Mark Joliss?
- Nós estamos rastreando o número de telefone agora, mas ele não tem sido usado faz algum tempo, então está demorando um pouco. – Cho disse a ela, observando a tela de seu computador.
- Continue rastreando. – Ela ordenou. – Me avise assim que conseguir algo.
- Sim, chefe.
- Chefe? – Rigsby chamou, assim que ela se virou para ir para seu escritório.
- Sim? – Ela perguntou.
Ele limpou a garganta.
- Jane... se foi. – Ele disse vagarosamente.
- Foi onde? – Ela perguntou.
- Nós não sabemos.
Aquilo chamou a atenção dela.
- Como assim vocês não sabem? – Ela foi até a porta, vendo que, de fato, o sofá de Jane estava vazio. Não havia nem um rasgãozinho onde ele havia deitado.
- Ele se estressou a mais ou menos uma hora atrás e desceu para tomar um ar. Ele não voltou mais.
Uma hora. Ele havia sumido a uma hora. Durante um caso do Red John. Depois de todas as coisas que ele disse a ele no seu escritório. Ela tentou não se mostrar tão amedrontada quanto ela de repente se sentiu. A última coisa da qual a equipe precisava é que ela começasse a ter um ataque de pânico. Ela nunca achou que estaria tão envolvida em um caso do Red John quanto ela estava naquele momento. Poderia Red John estar ainda no prédio, como Jane havia dito, e quando ele saiu para tomar ar, Red John o pegou? Ou, pior ainda, será que Jane tinha recebido sua costumeira onda cerebral e decidiu ir atrás do serial killer sozinho? Ela estava esperando que fosse a primeira opção. Se Red John tivesse pego ele, ele teria feito por algum motivo, e logo teriam uma mensagem. Mas a outra opção... Ela não se atrevia a pensar. As motivações de Jane mudaram nos últimos dias. A duas horas atrás, ele estava mais preocupado com a segurança dela do que com sua vingança. Pelo menos, Jane procurando vingança era previsível. Ela não fazia ideia de onde ele já poderia estar. A última vez que ele tentou fazer um ato qualquer de coragem para garantir a segurança dela, resultou-se com ele pegando uma arma carregada (armas, ele odiava armas) e ele atirou em um homem – sendo que esse homem era o único que podia leva-lo a Red John.
Até onde ele iria para protegê-la de Red John?
- Grace, ligue para ele. – Ela instruiu a jovem agente.
Ela assentiu, sem falar que já havia feito isto diversas vezes nos últimos trinta minutos.
- Caixa postal. – Ela confirmou, quando não teve resposta.
- Isso significa que o celular ainda está ligado. Rastreie.
- Chefe...
- Eu disse rastreie! – Ela repetiu.
- O programa não demorou muito para achar a localização dele.
- Ele está na casa dele. – Van Pelt confirmou.
Lisbon se virou para Cho imediatamente.
- Cho, vá pegá-lo. – Ela ordenou.
- Jane está bem, chefe? – Rigsby perguntou.
Não. Ela queria responder. Nós estivemos ridiculamente perto de falar sobre sentimentos que nunca mais poderiam ser mudados, nós nos beijamos diversas vezes no meu escritório, e nós dormimos juntos na outra noite, e Red John agora pode estar atrás de mim por causa disso. Ah, e Jane pode ter ido atrás de Red John sozinho para impedir isso de acontecer.
- Sim. – Ela mentiu com a voz abafada. – Hightower quer nos ver em uma hora para a conferência de imprensa e eu preciso dele aqui.
Jane estava certo, ela pensou enquanto ia de volta para seu escritório, deixando escapar um suspiro assim que trancou a porta. Ela não conseguia nem mentir para si mesma.
CAPÍTULO 6
A escuridão tomou conta rapidamente após aquilo. Jane não tinha certeza de quanto demoraram para proteger o prédio todo novamente, começando a interrogar todo mundo que estava lá dentro. Hightower conduziu algumas pessoalmente – Lisbon e Jane dificilmente conseguiriam interrogar alguém. Ele respondeu as perguntas obedientemente, quando foi sua vez, mas por dentro, ele estava fervendo. Red John esteve ali. Tão próximo. Tão próximo a todos eles, aonde ele havia estado apenas alguns minutos antes. Lisbon e ele mesmo haviam deixado a sala de interrogatórios apenas a alguns minutos, Cho já iria escoltar os pais Joliss lá para dentro. Sarah havia ficado lá somente para ser apunhalada. Ele estava furioso. Não apenas com Red John e a situação, mas também consigo mesmo. Ele esteve tão perto, um corredor de distância, e ele não sentiu nada. Nenhum sinal de perigo. Nenhuma vaga idéia do terror que estava por vir.
Lisbon se aproximou do sofá, observando enquanto Jane sentava lá sem se mover. Uma perna cruzada sobre a outra um pouco curvado para o lado, sendo que ele não tinha intenções de se esticar no sofá. Ele apoiou a cabeça sobre uma mão, a outra sobre a testa. Ela se agachou na frente dele, colocando sua mão sobre o joelho dele.
- Jane, não havia nada que você pudesse ter feito. – Ela sussurrou.
- Eu poderia tê-lo parado. – Ele disse.
- Poderia? – Ela o desafiou.
- Eu deveria. – Ele insistiu.
- Patrick... – Lisbon suspirou.
- Quando poderemos sair do prédio? – ele perguntou friamente.
Ela ficou quieta por um momento, sem comentar a aspereza na voz dele, ou como ele evitava os olhos dela.
- Não pela próxima hora, pelo menos. – Ela disse. – Cho, Rigsby e Van Pelt ainda estão interrogando o pessoal da manutenção.
- Ele estava aqui Teresa. – Ele disse impotente.
- Patrick...
- Ele estava bem aqui. – Ele balançou a cabeça, sem saber se ele estava mais bravo ou chateado pelo fato.
- Sim, ele estava.
- Ele sabia onde as câmeras estavam. Ele sabia onde elas estavam, em que direção apontavam. Ele sabia como entrar, e sabia como sair de novo. Ele sabia aonde estávamos e quanto tempo ficaríamos ali. Mais uma vez, ele sabia mais do que acreditamos que ele poderia saber. – Ele balançou novamente a cabeça.
- Nós vamos pegá-lo dessa vez. – Ela o assegurou.
- Não, nós não vamos! – Ele parecia desesperado. – Ele esteve aqui, nós não temos certeza por quanto tempo. Nós só podemos presumir que ele estava nos espionando, nos observando. Isso não foi como a equipe de Rebecca e Bosco. Ele estava aqui. Ele mesmo. Ele nos viu, viu a equipe com seus próprios olhos. Ele sabe onde você senta, onde você deixa sua caneca de café, onde Rigsby esconde a comida extra dele, que livro Cho está lendo, quão frequentemente Van Pelt olha para Rigsby... Ele está sempre me observando. Isso nunca acaba.
Ele a olhou nos olhos por um momento, e isso foi o suficiente para ela entender.
- Você realmente acha que ele nos viu noite passada, não? – Ela se deu conta, agora completamente certa do fato.
- Sim, eu acho. E acho que o que ele fez para Sarah foi um aviso.
- O que ele fez foi uma brutalidade.
- Se o aviso foi brutal, imagine a punição. – Ele mostrou.
O tom dele era de causar arrepios. Ela odiava ouvi-lo falar assim, era por isso que ela havia feito ele prometer noite passada. Ela acreditou nele na hora, ela achou que ele iria mentir na cara dela logo após eles terem compartilhado seus mais profundos segredos, como eles falaram de suas crianças roubadas, mas agora? Agora parecia que ele iria cortar Red John em pedacinhos com suas próprias mãos. Talvez seja por isso que eles eram tão próximos, pois ele estava com medo do que iriam fazer.
- Você se arrepende? – Ela perguntou hesitante.
Ele negou, suavemente.
- Não, claro que não. Eu não me arrependo.
- Verdade? – Ela checou. – Pois parece que você se arrepende.
Ele suspirou, se inclinando para a frente, para eles poderem ficar frente a frente.
- Você entende que ele nos ver significa? – Ele perguntou, seriamente. – Ele matou minha esposa e milha filha por que ele sabia que iria destruir todas as partes de mim que ele conseguiria. – Ele explicou. – Ele sabia que tomar minha família seria pior que tomar a minha vida. Elas eram a razão do meu viver. E agora que ele viu você, que ele nos viu juntos, e como uma inteligência como a dele, tenho certeza que ele sabe exatamente o que você significa para mim.
Lisbon engoliu as palavras que queria dizer. Agora não era o momento exato para perguntar o que ela queria. Eles tinham assuntos mais urgentes para tratar.
- Você acha que ele virá atrás de mim. – Ela se deu conta.
- Sim, eu acho. – Ele respondeu, firmemente.
- Porque você se importa comigo.
Jane ficou silencioso por um momento, e depois assentiu sutilmente.
- Só existem três pessoas que eu sabia desde o início que iria doer eternamente se eu perdesse. – Ele sussurrou. – Minha esposa, minha filha... E você. – Sendo colocado dessa forma, Lisbon se sentia uma prostituta barata do lado do casamento dele. – Eu nunca quiz sentir algo por você, e eu queria menos ainda deixar Red John descobrir sobre eles.
- Você também não quis que ele viesse aqui e matasse Sarah Walcott. – Ela apontou. – Mas aconteceu. E nós temos que lidar com isso agora.
Ele colocou sua mão sobre a dela que estava descansando em seu joelho.
- Teresa, se ele tiver a chance, ele vai te matar.
- Eu sei. – Ela respondeu.
Ele franziu as sobrancelhas, lendo o as expressões dela.
- Porque você não está com medo disso?
Ela levantou os ombros um pouco.
- Que bem faria ficar com medo? – Ela falou. Ela se levantou e foi até a mesa de Van Pelt por um instante, voltando com uma pilha de papéis na mão. – Essas são as anotações de Sarah Walcott. E os pais de Melissa nos deram as dela também. A primeira coisa que iremos fazer amanhã pela manhã será rastrear esse professor particular. Até lá, não nos é permitido deixar o prédio, então, devemos fazer algo que valha a pena nesse meio tempo. – Ela disse, colocando-se de volta ao jogo.
Jane balançou a cabeça.
- Eu já passei por isso. – Ele disse.
- E nós vamos passar por isso de novo. – Ela falou, olhando para ele. – Red John se colocou dentro do trabalho de Melissa isso era uma mensagem para nós de que ela era parte da entrega. O exercício foi a informação, Melissa foi o aviso e Sarah foi uma ameaça da qual ele teve que se livrar. Essas anotações são tudo que temos agora, mas isso é mais do que ele alguma vez nos deu. Se ele cometeu o erro de deixar alguma informação escapar, nós iremos encontra-las aqui.
Jane suspirou concordando.
- Ok.
Lisbon assentiu, surpresa com a falta de protestos da parte dele. Submissão não era algo pelo qual Jane era conhecido.
- Vou pegar café. – Ela disse, indo em direção a cozinha.
- Chá. – Ele disse suavemente. Ela assentiu novamente, e continuou andando, mas antes que ela pudesse chegar a seu destino, ele a chamou. – Teresa?
A voz dele era baixa, mas mesmo assim ela se virou.
- Sim?
Ele mantinha suas mãos nos papéis, mas seus olhos estavam nela.
- Eu não vou deixa-lo matar você. – Ele confidenciou a ela.
Pela intensidade nos olhos dele, ela sabia que ele tinha certeza disso.
- Eu sei. – Ela deu um pequeno sorriso a ele. – É por isso que não tenho medo.
Ela saiu, e quando estava fora de vista, Jane elevou a mão que estava sobre os papéis a testa, e sobre as anotações, achou um pedaço de papel que não havia visto antes. Ele abriu-o, olhando atentamente para as palavras vermelhas sobre o papel branco, que o davam arrepios a cada vez que pousava os olhos sobre elas.
Ela é a próxima.
- x –
Ele ficou ali a noite toda e o início da manhã. Na verdade, todos ficaram. Apesar de terem todo o direito de ir para a casa dormir um pouco, todos os agentes permaneceram no prédio. Agentes internos e os recém empregados foram os que ficaram com a tarefa de substituir os estoques de café, açúcar e leite, que eram requeridos interminavelmente. Eles mal conseguiam sair do lugar, já que suas tarefas eram requeridas a cada dez minutos. Essa era a maneira dos agentes impedirem de entrarem em coma. Jane sabia que Lisbon já havia tomado quatro canecas sozinha antes das nove horas, principalmente quando não conseguiam rastrear o professor particular de Melissa mesmo com as informações fornecidas por Mark Joliss.
As nove e dez, Jane já não conseguia mais sentar em seu sofá, ler as anotações, e ser um bom garoto. A cada segundo que o relógio marcava se tornava mais difícil respirar regularmente, e para se segurar enquanto seu sangue fervia, e para se segurar para não prender Lisbon numa prisão de segurança máxima, convencido de que esse seria o único lugar que talvez ele não conseguisse chegar até ela. Ele esperava ela voltar, respirando rápido e anormalmente, a cada vez que ela deixava a sala, não importasse se ela saísse por trinta segundos ou – como aconteceu mais cedo essa manhã, e ele quase foi a loucura - por trinta minutos. Eles tinham deixado Sarah sozinha cinco minutos para Red John cometer um massacre, rodeado por agentes. Com todo esse trabalho acontecendo, e toda a confusão, ele tinha quase certeza que o monstro estava dentro do prédio, insultando-os com sua presença.
Ele ficou no sofá, deslizando o pedaço de papel em seu bolso. Ele não conseguia mais aguentar isso, então ele entrou no escritório de Lisbon, ignorando o olhar confuso dela quando ele fechou a porta, trancando e fechando as cortinas. Os olhos dela o seguiram o tempo todo, sua caneca de café a meio caminho de seus lábios. O vapor que saia da caneca mostrava que ela a recém o havia feito, e ela claramente precisava disso, dado pelos círculos pretos embaixo de seus olhos – mesmo que, algumas noites sem dormir a fariam melhor do que seu vicio em café.
- O que você está fazendo Jane? Ela perguntou. Ele se escorou na porta, fechando os olhos por um momento e respirando fundo. Agora, ela realmente franzia a testa. – Você está bem?
- Você estava naquela sala cinco minutos antes. – Ele disse, seus olhos ainda fechados.
- Sim, eu estive. – Sua expressão era de confusão.
- Poderia ter sido você. – Ele disse, baixo.
Ela assentiu.
- Se você quer por isso dessa maneira, sim.
Jane abriu os olhos.
- Ele a matou no único lugar que ela deveria estar perfeitamente salva, o único lugar onde ele deveria não conseguir chegar até ela, e poderia ter sido você.
Quando ela viu o olhar nos olhos dele, ela virou a cadeira para encará-lo, baixando a caneca de café. Ela se levantou. De pé, ela caminhou até ele, ficando na frente dele. Com uma estranha volta em seu estômago, ela se deu conta que a última vez que ficara tão perto dele houve um abraço, uma confissão, um convite para ficar... e então um beijo que levou a tantas outras coisas. Ela deixou o sentimento de lado.
- Patrick, eu estou bem. – Ela o assegurou, sua voz suspirando seu primeiro nome, numa tentava de convencê-lo. – Eu estou bem aqui e estou bem.
- Você poderia ter sido assassinada. – Ele disse, sem nenhuma expressão.
- Mas eu não fui. – Ela o assegurou. – Eu estou bem.
- Dessa vez. – Ele disse, mostrando um ponto. – E da próxima vez?
- Da próxima vez nós vamos pegá-lo. – Ela insistiu.
- Você disse isso da última vez. – Ele balançou a cabeça.
- Patrick...
- Se você tivesse...
- Patrick, não. – Ela disse, asperamente. Talvez mais do que deveria. – Nós não vamos ficar aqui enquanto você me fala o que faria ou o que deixaria de fazer se tivesse sido eu. Sim, poderia ter sido eu. Sim, ele poderia ter me matado. Mas não matou. Quanto vai demorar pra você se dar conta disso?
Mas ela terminou de falar, ela quase foi levantada do chão pela força dos braços dele em volta dela, pressionando o corpo dela contra o dele. Os lábios dele acharam os dela rapidamente, como se tivessem feito isso por anos, e havia uma urgência acompanhando a paixão dele. Ele estava usando esse beijo para confortar-se, para se assegurar de que ela não havia sido assassinada, de que ela não estava machucada, mas mesmo assim, a fez se arrepiar. Um fogo familiar do qual ela se sentia culpada após o primeiro instante. A última vez que ele havia a beijado dessa maneira, eles haviam construído rapidamente uma ferocidade incrível, que chegava a ser vergonhoso para ela o quão rápido esquecia de tudo nos braços dele.
Quando ele libertou os lábios dela, suas próximas palavras foram sussurradas contra eles.
- Eu estou tão feliz de que não foi você.
- Eu também. – Ela respondeu.
Jane se afastou alguns centímetros, tirando seus braços da volta dela.
- Ele quer que a próxima dele seja você.
Ela balançou a cabeça novamente.
- Jane nós já passamos por esse estresse e...
- Eu tirei isso do corpo de Sarah Walcott. – Ele disse, tirando o pedaço do papel do bolso e dando a ela.
Ela ficou parada, olhando para suas mãos, onde o papel se encontrava. Ela franziu a testa, uma pequena linha aparecendo entre suas sobrancelhas.
- Você tirou evidência de uma cena do crime?
- Teresa, ele quer você.
- Isso pode significar qualquer um. – Ela tentou dar uma desculpa.
- Não, significa você. – Ele disse, com convicção. – Primeiro a mensagem do esconde-esconde, e agora isso? – Ele balançou a cabeça. – Ele nos viu juntos. Ele vem nos observando. Ele sabe que a melhor maneira de me afetar agora é chegar até você.
Lisbon expirou audivelmente
- Então ele sabe onde eu moro. – Ela se deu conta.
- E aqui não é nem um pouco mais seguro para você ficar. – Ele disse.
Ela suspirou. Aparentemente, seu apartamento não era nem um pouco a salvo de Red John, e Jane estava certo, ali definitivamente não era nem um pouco seguro. Mas ele não voltaria se isso significasse que ele seria pego. Red John nunca voltava a uma cena depois que havia feito sua marca... exceto o quarto de Melissa. Nada nesse caso era comum ou normal, mesmo para os métodos do homem louco.
- Se ele me quer, ele vai me pegar. Você tem consciência disso?
- Você não consegue entender porque estou bravo com isso? – Ele pediu, seus olhos implorando-a.
- Sim, mas essa é a nossa maneira de
Jane a segurou em seus braços e começou a mexer a cabeça negativamente.
- Eu não vou ficar parado enquanto ele pega você.
- Ele teria matado nós dois se estivéssemos naquela sala. – Ela explicou. – E se ele me pegar, eu sei que a equipe vai descobrir uma maneira de acha-lo antes que ele me mate.
- Ele poderia te matar imediatamente.
- Não, ele não vai. – Ela disse, sua voz agora tremendo a cada palavra, com sua contemplação das possibilidades. – Ele iria me torturar, iria devagar, iria ser doloroso, mas ele não faria imediatamente. Se ele quer me usar para te afetar, ele vai estender minha morte pelo maior tempo possível.
Jane piscava conforme as imagens passavam diante de seus olhos, e raiva de que isso acontecesse novamente corria em suas veias.
- Antes de você começar a formular esse plano, você tem que estar preparada para morrer por mim. – Ele atirou. – Porque é isso que vai acontecer se ele chegar próximo o suficiente de você.
- Talvez eu esteja. – Ela disse calmamente.
Ele parou, apesar de não estar certo se o que parou foi somente seus movimentos ou seu coração também.
- Perdão?
- Você me ouviu. – Ela disse, não mais alto do que antes.
- Você deixaria ele te matar. – Jane tentava compreender.
Ela assentiu.
- Essa seria a segunda vez que ele teria como alvo principal um agente da CBI. Isso iria parecer bem ruim na longa ficha dele quando ele for a julgamento. Eu te prometo que ele vai pegar a pena que merece.
- Não pelo preço da sua vida. – Ele suspirou.
- Isso significa tanto assim para você? – Ela perguntou, quase um pouco confusa.
- Deveria significar mais para você! – Ele disse, exaltado.
- Claramente significa algo para você. – Ela noticiou, também notando que ele ignorou sua questão inicial.
Ele se aproximou dela, quase o suficiente para que seus lábios se tocassem novamente. Seus narizes se tocaram e ele suspirou novamente, fechando os olhos.
- Como você pode em algum momento considerar a ideia de que sua vida significa tão pouco para mim? – Ele perguntou num sussurro.
- Jane, o que está realmente acontecendo aqui? – Ela perguntou a ele.
- Isso não deveria estar acontecendo. – Ele sussurrou para si mesmo.
- Red John...
- Não. – Ele a interrompeu, chacoalhando a cabeça. O movimento quase colou os lábios deles. – Eu não devia... Eu não devia estar me apaixonando por você.
Ela inspirou surpresa.
- E você está?
- Eu não... – Ele suspirou, colocando os dedos nas pontas do cabelo dela. – Eu acho... – Ele parou novamente, colocando sua outra mão nas costas dela. – Eu não sei o que fazer sobre isso. – Ele despejou.
Ela ficou na ponta do pé, selando os lábios deles juntos, num beijo que fez as mãos dele se moverem – uma para mais entre os cabelos dela, e a outra para debaixo a blusa dela, descobrindo a pele debaixo dela. Ela colocou todas as emoções que sentia e podia naquele beijo. Só demorou um segundo para ele responder, e, rapidamente eles estavam se puxando mais para perto um do outro, se aproximando mais do que no beijo anterior. Esse era o tipo de beijo que havia levado ao caminho mais apaixonado da noite anterior. Lisbon foi a primeira a se afastar, dando um beijo na bochecha dele e depois em sua jugular, causando um gemido gutural nele.
- Isso é o que você faz. – Ela disse a ele, e quando ela não recebeu uma resposta, ela assumiu que ele estava satisfeito com a ideia. – Mas, no meio tempo, preciso que você ajude Cho a descobrir onde Red John está.
- x –
Horas mais tarde, Lisbon saiu de seu escritório. Ela havia tomado tanto café que achava que a qualquer momento poderia começar a se inchar.
- Me diga que temos tudo. – Ela resmungou ao sair do escritório. Fazia horas que estavam na procura, e nenhuma palavra sobre o professor particular de Melissa, o que não a satisfazia em nada.
Van Pelt se levantou, aproximando-se dela, com um pedaço de papel que havia recém saído da impressora.
- O nome do professor particular de Melissa era John Marlowe. – Ela disse, lendo o papel, mas logo após, balançando a cabeça. – Eu chequei tudo que podia, mas tudo leva a um beco sem saída. Tudo falso.
Rigsby concordou com ela, parado, mas virando seu rosto para Lisbon.
- Ele conseguiu um diploma falso e dizia-se ex-professor de inglês de Harvard. Eu contatei o reitor da faculdade, e ele disse que nenhum John Marlowe foi empregado. É um nome falso.
Lisbon suspirou, assentindo.
- Pelo menos descobrimos alguma coisa. E sobre os contatos que ele deu a Mark Joliss?
- Nós estamos rastreando o número de telefone agora, mas ele não tem sido usado faz algum tempo, então está demorando um pouco. – Cho disse a ela, observando a tela de seu computador.
- Continue rastreando. – Ela ordenou. – Me avise assim que conseguir algo.
- Sim, chefe.
- Chefe? – Rigsby chamou, assim que ela se virou para ir para seu escritório.
- Sim? – Ela perguntou.
Ele limpou a garganta.
- Jane... se foi. – Ele disse vagarosamente.
- Foi onde? – Ela perguntou.
- Nós não sabemos.
Aquilo chamou a atenção dela.
- Como assim vocês não sabem? – Ela foi até a porta, vendo que, de fato, o sofá de Jane estava vazio. Não havia nem um rasgãozinho onde ele havia deitado.
- Ele se estressou a mais ou menos uma hora atrás e desceu para tomar um ar. Ele não voltou mais.
Uma hora. Ele havia sumido a uma hora. Durante um caso do Red John. Depois de todas as coisas que ele disse a ele no seu escritório. Ela tentou não se mostrar tão amedrontada quanto ela de repente se sentiu. A última coisa da qual a equipe precisava é que ela começasse a ter um ataque de pânico. Ela nunca achou que estaria tão envolvida em um caso do Red John quanto ela estava naquele momento. Poderia Red John estar ainda no prédio, como Jane havia dito, e quando ele saiu para tomar ar, Red John o pegou? Ou, pior ainda, será que Jane tinha recebido sua costumeira onda cerebral e decidiu ir atrás do serial killer sozinho? Ela estava esperando que fosse a primeira opção. Se Red John tivesse pego ele, ele teria feito por algum motivo, e logo teriam uma mensagem. Mas a outra opção... Ela não se atrevia a pensar. As motivações de Jane mudaram nos últimos dias. A duas horas atrás, ele estava mais preocupado com a segurança dela do que com sua vingança. Pelo menos, Jane procurando vingança era previsível. Ela não fazia ideia de onde ele já poderia estar. A última vez que ele tentou fazer um ato qualquer de coragem para garantir a segurança dela, resultou-se com ele pegando uma arma carregada (armas, ele odiava armas) e ele atirou em um homem – sendo que esse homem era o único que podia leva-lo a Red John.
Até onde ele iria para protegê-la de Red John?
- Grace, ligue para ele. – Ela instruiu a jovem agente.
Ela assentiu, sem falar que já havia feito isto diversas vezes nos últimos trinta minutos.
- Caixa postal. – Ela confirmou, quando não teve resposta.
- Isso significa que o celular ainda está ligado. Rastreie.
- Chefe...
- Eu disse rastreie! – Ela repetiu.
- O programa não demorou muito para achar a localização dele.
- Ele está na casa dele. – Van Pelt confirmou.
Lisbon se virou para Cho imediatamente.
- Cho, vá pegá-lo. – Ela ordenou.
- Jane está bem, chefe? – Rigsby perguntou.
Não. Ela queria responder. Nós estivemos ridiculamente perto de falar sobre sentimentos que nunca mais poderiam ser mudados, nós nos beijamos diversas vezes no meu escritório, e nós dormimos juntos na outra noite, e Red John agora pode estar atrás de mim por causa disso. Ah, e Jane pode ter ido atrás de Red John sozinho para impedir isso de acontecer.
- Sim. – Ela mentiu com a voz abafada. – Hightower quer nos ver em uma hora para a conferência de imprensa e eu preciso dele aqui.
Jane estava certo, ela pensou enquanto ia de volta para seu escritório, deixando escapar um suspiro assim que trancou a porta. Ela não conseguia nem mentir para si mesma.
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh
Que loucura, Deus do céu.
O Red John de butuca é de amedrontar qualquer um.
Patrick é tão fofo, carinhoso... protetor.
Puxa que inveja da Lisbon, hahahah
Deixo minhas unhas só no toco cada vez que leio essa Fic.
Que nervoso, hahahahaha.
Amandooooooooooooooo
O Big cap foi demais.
Pelo amor de Deus, o Cho que chegue rápido até o Jane.
Beijinhos
gi
Que loucura, Deus do céu.
O Red John de butuca é de amedrontar qualquer um.
Patrick é tão fofo, carinhoso... protetor.
Puxa que inveja da Lisbon, hahahah
Deixo minhas unhas só no toco cada vez que leio essa Fic.
Que nervoso, hahahahaha.
Amandooooooooooooooo
O Big cap foi demais.
Pelo amor de Deus, o Cho que chegue rápido até o Jane.
Beijinhos
gi
ladymarion- Mentalista Treinee
- Data de inscrição : 05/05/2009
Mensagens : 444
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
UUUUUAAAAAAUUUUUUUUUU!!!!
Adoooooooorando....
maismais
Adoooooooorando....
maismais
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
AAAAAAH consegui ler em dois dias, que bom que peguei em andamento...
Esse último capítulo foi tenso, com medo do que vem por aí...
Continua !
Esse último capítulo foi tenso, com medo do que vem por aí...
Continua !
Paty Cornell- Curioso
- Data de inscrição : 05/12/2010
Mensagens : 3
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
AMANDO!!!
Lisbon é uma mulher de sorte por ter um Jane na sua vida kkkkkk
Lisbon é uma mulher de sorte por ter um Jane na sua vida kkkkkk
Priscila.- Detetive Novato
- Data de inscrição : 23/05/2010
Mensagens : 252
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
Por favor continue!!!
Thithi- Curioso
- Data de inscrição : 01/10/2010
Mensagens : 1
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
OOOOOOI!
Gente, olha só, mil perdões a demora pra postar, mas é que eu fui viajar, e desde que voltei, minha família ficou em cima de mim, então a dois dias atrás, me puxei e peguei e fiz um capítulo beeeeeeem grande. A recém terminei e já tou aqui postando pra vcs. Espero que não me matem. xD
P.S.: ESTAMOS NA RETA FINAL! Tem mais um capítulo e o epílogo, e então, essa fanfic terminou!
P.S.S: Olha só, a Mr. Diary, pra quem ainda lembra, a minha outra fic, vai ser postada um pouco mais lentamente que todas as fics que eu já postei, pelo fato de ser realmente só minha fic. Mas juro que não vou abandoná-la!
E Feliz Natal e Feliz 2011 atrasado xD
Enjoy!
- x -
Silêncio.
Ele não estava esperando silêncio.
Ele esperava muitas coisas, mantendo a mente aberta, mas não querendo presumir nada. Da última vez que ele presumiu algo relacionado à Red John acabou com o massacre de tudo que ele acreditava ser sua vida. Não fazia bem nenhum presumir algo pertinente à Red John, mas as coisas precisavam resolver aquilo. Precisava de um fim.
Hoje à noite, eles terminariam.
Mas, por enquanto, eles procederiam em silêncio.
Ele entrou em sua casa, se preparando para várias visões inevitáveis. Ele se preparou para Red John estar ali no segundo que ele abriu a porta. Ele se preparou para ver uma janela quebrada, a porta para o pátio aberta, qualquer lugar pelo qual ele pudesse ter entrado. Ele se preparou, aterrorizado, para a presença de outro corpo, mesmo que ele não conseguisse se preparar para que esse corpo fosse o de uma pessoa que ele conhecia e amava.
Mesmo assim, ele abriu a porta. Red John não estava em nenhum lugar que pudesse ver. Na verdade, tudo fazia sentido – ele não seria tão obvio a ponto de estar esperando onde Jane pudesse vê-lo. Não haviam janelas quebradas ou portas abertas. Se houve uma coisa que Jane nunca entendeu é como Red John conseguia acesso a tantos lugares. Mais reconfortante ainda, não havia sinal ou cheiro de outro corpo. Não, ele estava sozinho nessa grande casa. Ele estava sozinho, nada além do silêncio ensurdecedor que se esticava da porta de entrada até seu quarto, no andar de cima, no outro canto da casa.
Mesmo que Red John não estivesse ali, ele checou todos os quartos. Ele viu as memórias se formando em frente a seus olhos, como se os pertences e as pessoas estivessem ali, tão claras quanto o dia. Na sala de estar, ele viu sua filha e sua mulher decorando uma árvore de natal, ele viu sua filha dando seus primeiros passos na direção dele, ele viu lápis de cor e papéis de todas as formas espalhados pelo chão, e sua filha coberta de purpurina no meio. Ele até mesmo viu quando sua menininha, com três anos de idade, quando ela havia pego os lápis para riscar na parede branca, pensando que com rabiscos estava escrevendo seu nome – e ele lembrava de ser mais xingado que a filha, pois ele ficou rindo do grafite da filha ao invés de explicar que era errado.
A cozinha tinha grandes memórias de sua esposa. Ele podia ver ela escorada na pia, lavando os pratos – ela nunca usava a máquina de lavar louças que ele havia comprado, porque ela achava que dependendo da maneira que se fazia, lavar a louça era algo terapêutico. Ele podia vê-la andando de um lado para o outro, gritando com ele tarde da noite, pois ele havia prometido chegar cedo, e havia chegado somente horas depois, sem avisar, gritando que ele era incomunicável, e que algo poderia ter acontecido. Ele lembrava que foi nessa briga que ela, sem querer, derrubou um copo de vidro no pé dele, fazendo com que os três fossem para o hospital tarde da noite. Ele podia vê-la dançando e cantando junto com a música do rádio, enquanto ela colocava as roupas seca sobre a mesa, para dobrá-las.
Foi só quando ele estava na metade das escadas que davam para o andar superior que ele se perguntou se essa era a sua despedida da casa. Ele nunca havia considerado a opção de não estar ali, de vir para casa e andar nos mesmos quartos que sua família havia estado, de nunca voltar para casa, para elas, e perguntar se dessa vez elas estariam ali para recebe-lo. Mas uma coisa das duas ia acontecer certamente hoje a noite, e ambas envolviam outro corpo caindo no chão da casa dele. Ou o dele, ou o de Red John. Preferivelmente o segundo – seu próprio corpo significaria que falhou, e que Red John estaria solto para matar novamente... Lisbon. Se ele conseguisse, e Red John morresse nessa noite, (não pelas suas mãos, ele havia prometido a Lisbon) ele não teria mais razões para continuar ali. Ele queria poder dizer que ainda tinha a casa para se sentir próximo a sua família, mas ele sabia que na verdade, ele estava ali era por culpa. Culpa por não estar ali quando deveria, culpa por não estar ali quando deveria protegê-las.
Ele deveria deixar aquele lugar para trás agora.
Quando ele entrou em seu banheiro, ele encarou seu próprio reflexo no espelho, vendo atrás dele, a imagem esquecida de sua esposa escovando os dentes, com olhos sonolentos, reclamando que o despertador tocou muito cedo, que ela tinha muitas coisas para fazer durante o dia, que o bebe havia a mantido acordada metade da noite. Ele relembrava com uma nostalgia mais apaixonada, de quando ele interrompeu as reclamações dela matinas puxando-a para dentro do chuveiro com ele. Tinha uma parte do chão que estava sem lajotas, pois quando ele foi colocar o espelho na parede, ele havia derrubado o martelo. Ele lembrava de todas as vezes que ela o incomodou para que ele substituísse-as.
Ele deixou seu banheiro para atrás, fechando a porta atrás de si. Seu próprio quarto estava na porta a frente, guardando tantas memórias que ele hesitou com a mão na maçaneta. O quarto estava intocado, tirando o fato de que ele havia retirado toda a mobília que ali havia. Ele lembrava de como o quarto estava aquela manhã antes de ele sair para o estúdio. Havia uma cama, feita por ele e pela mulher, juntos, nas manhãs de céu azul e dourado. Lembrava perfeitamente do lençol que estava na cama – que eles haviam colocados juntos tantas vezes, sussurrando dizeres e juras de amor no mais cedo da manhã. Havia um abajur no criado mudo ao lado da cama, o livro que ela estivera lendo ali, aberto na página em que ela havia parado. Ele sabia que, se ela ainda estivesse ali, se aquela casa ainda fosse deles, as roupas dela estariam no cesto atrás da porta, amontoadas, para ir para lavar.
Ele sabia que sua inabilidade de conseguir lidar com sua culpa era porque Red John ainda estava vivo. O assassino ainda respirava, e, uma vez que ele estivesse morto, ele permitiria que a memória delas descansasse junto com o corpo delas. Ele havia ficado acostumado com a ideia de imaginar que o espírito de sua esposa passava pelos quartos da casa deles, reclamando para o corpo dele parado ali que ele ainda não havia lavado as roupas, que ele deveria dormir na cama deles, que ele deveria voltar a colocar as roupas dele no closet.
E, no final do corredor, estava o quarto do destino. O quarto de sua filha. As paredes de rosa fraco estavam desbotadas, o rosto sorridente era ainda mais nefasto sobre o colchão que ele havia posto lá. Esse colchão era do quarto de hóspedes. O colchão da cama de Claire, junto com a cama, forma destruídos depois de serem usados como evidência. Os brinquedos se haviam ido, as roupas, os móveis... tudo havia se ido. Red John havia removido o espírito da menininha do quarto, e, sem aquilo, o quarto estava tão oco quanto quando foi feito. Os móveis e os pertences do quarto estavam todos amontoados no quarto de hóspedes, o qual ele nunca entrava. Ele não poderia manter nada nesse quarto. Ele não poderia permitir que a memória dela ficasse no quarto em que ela foi esfaqueada.
Apesar de que, as piores memórias ficassem nesse quarto, as melhores também estavam. Ele podia vê-las, ele lembrava delas tão claras quanto o dia. Esse era o quarto para o qual eles haviam trazido a bebê Claire, assim que saíram do hospital. Esse era o quarto em que eles haviam deitado ela no berço pela primeira vez, ambos assistindo ela por horas, só pra ver aquela minúscula criatura dormir. Esse foi o lugar onde ela havia ficado de pé pela primeira vez, se segurando nas barras do berço. Esse era o lugar onde ela havia progredido de um murmurante “pa” para um “papai, papai, papai” o qual o havia acordado pela babá eletrônica numa feliz manhã. Esse era o lugar onde ela iria apontar para fora da janela os passarinhos que ela tanto amava. Esse era o lugar onde ela havia dito pela primeira vez “te amo, papai”. Esse foi o lugar onde ele tentou esconder lágrimas de tristeza, porque sempre que sua pequena visse lágrimas de qualquer tipo, ela colocaria a mão no rosto dele e perguntaria “puquê tá triste, papai?”. Esse foi o lugar onde sua filha havia vivido, florescido, e morrido.
Ele voltou a cozinha, passando pelo quarto de hóspedes no caminho, e escolheu um único item de sua filha para ter com ele. Se ele iria morrer essa noite, ele queria uma parte dela com ele, uma coisa que lembrasse tanto os dias que eles passaram juntos, que garantisse que de alguma maneira ele fosse para perto delas. O anel dele iria leva-lo até sua esposa, e o unicórnio de pelúcia de sua filha iria leva-o até ela. Ele colocou o peludo unicórnio cor de rosa debaixo de seu braço, fez uma xícara de chá para si mesmo, sentou na mesa da cozinha, e ficou brincando com as presilhas de purpurina que prendiam a crina do unicórnio.
E então, esperou para morrer.
Ele esperou a sua vida terminar.
Ele esperou sua vida ser tirada como a da sua esposa e da sua filha.
No momento que ele decidiu viver, sentiu a lâmina no seu pescoço.
- Tolo. – veio o insulto.
- Não é tolice. – Ele disse, repousando a xícara no balcão e o pônei do lado dela. – É inteligente.
Red John gentilmente traçou a garganta dele com a faca, enquanto Jane respirava com dificuldade.
- O plano da sua Agente Lisbon era até bem elaborado comparado a isso.
- Eu não a deixaria fazer aquilo. – Ele insistiu.
- Ela é uma mulher bem determinada. – Ele mostrou seu ponto. – Ela teria desafiado seus desejos, assim como você já fez com ela tantas vezes.
Com isso, o medo e a raiva que ele estava lutando para esconder, começaram a se revelar.
- Você vem observando-a. – Ele concluiu.
- Ela é uma mulher fascinante. – Ele confirmou. – Eu consigo ver o que te empurra pra ela tanto assim. Forte, viva, e ainda assim, muito feminina. Cativante.
Jane respirou profundamente, tremendo.
- A quanto tempo você a está observando?
- Uma pergunta irrelevante.
- Não para mim.
Silêncio. E então...
- Sr. Jane, isso não é sobre você.
- Não, é sobre você. – Ele murmurou. – Tudo o que você fez, todos que você machucou, é tudo parte do santuário pessoal que você construiu para si mesmo. O mundo é o seu altar, e todos que estão neles são seus sacrifícios.
Houve uma risada atrás dele, e a lâmina parou a sua dança pela pele dele.
- Você não me conhece. – Ele insistiu. – Você tenta, mas não conhece.
- Mas você quer que eu conheça. – Ele apontou. – Red John, o Tigre. What immortal hand or eye could frame thy fearful symmetry? – Ele citou.
Houve um minute de silêncio, mas Jane ouviu um som de frustração atrás de si que não podia ser confundido.
- Você se tornou mais bravo desde o nosso último encontro.
Ele estava desapontado, Jane percebeu. Ele caçava o fraco, o sem controle.
- E isso te preocupa, pois eu te decifrei.
Ele cobriu a revelação de momentos atrás com uma risada.
- As pessoas como você não me preocupam. Vocês são fracos.
- In what distant deeps or skies burnt the fire of thine eyes? – Ele continuous a citar. - On what wings dare his aspire? What the hand dare seize the fire?
- A garota não foi planejada. – Ele revelou. – Ela foi uma complicação. Deveria ter sido um aviso para você que complicações resultam em punições. – Ele avisou.
- Ela explicou sua visão de um poema para mim. – Jane disse, como se isso não fosse complicação nenhuma.
Mas a faca foi pressionada mais a fundo em sua garganta, e, apesar de que não fosse o suficiente pra cortar sua pele, era suficiente para causar desconforto.
- E fazendo isso, ela assinou sua sentença de morte.
- x –
Andando em seu escritório, Lisbon tentou não imaginar muitas coisas. Não faria nenhum bem começar a pensar nos “ses”, então ela começou a se concentrar nos fatos. Fatos eram no que ela era boa, o que encerrava casos... Jane, a sua mente a lembrou. Jane encerrava casos. Não, fatos. Foco. Jane estava desaparecido – não, Jane estava em sua casa. Provavelmente Red John estava observando ele, e ela também. E podia atacar a qualquer momento. Jane estava fora da barreira, e Red John estava a sua caça.
- Agente Lisbon.
A voz de Hightower interrompeu seu monólogo interno. Seu estômago deu um nó.
- Agente Hightower, Senhora...
- Você esqueceu da nossa reunião? – Ela perguntou bruscamente.
- Não Senhora.
- Há uma razão para o fato de você e Jane não estarem em minha sala? – Ela perguntou.
Ela suspirou
- Jane está em AWOL*
- No meio de um caso do Red John?
- Sim Senhora. – Ela resmungou pesadamente. – Nós rastreamos o celular dele até a casa dele. Cho foi até lá pegá-lo.
Mas a preocupação de Hightower não parou por ai.
- Red John comete um assassinato dentro do nosso prédio e dois dias depois Jane está em AWOL. Isso não é suspeito para você?
- É suspeito, mas Cho é perfeitamente capaz de lidar com a situação. – Ela insistiu. – Se qualquer reforço fosse preciso, ele já teria ligado pedindo.
Sua chefe a encarou.
- No segundo em que ele estiver de volta quero os dois na minha sala.
Lisbon assentiu.
- Entendido Senhora.
Hightower saiu, e Lisbon ficou ali, com o cenho franzido, olhando novamente pro seu celular, nenhuma mensagem nova.
- Droga, Patrick. – Ela balançou a cabeça novamente. – Do que você está brincando?
- x –
O pequeno toque da lâmina em sua pele fez Jane ficar estático. Red John nunca saiu de trás dele, nunca lhe dando uma oportunidade de ver o serial killer. Ele não ofereceu resistência enquanto suas mãos eram amarradas atrás de si, mesmo que isso tenha lhe tirado uma de suas poucas formas de defesa. Agora, tudo o que ele tinha para se manter vivo eram suas palavras – o que, normalmente, o metia em mais confusão do que o ajudavam. Ele consegui ouvir os passos atrás de si, mas, ele fixou seus olhos treinados no unicórnio de pelúcia que sua filha insistia em carregar para cima e para baixo. Os passos eram leves, quatro para a direita e uma meia volta, então o mesmo foi repetido.
- Você está terrivelmente confiante de que sua Lisbon vai me levar para longe. – Ele provocou.
- Sentença de morte, na verdade. – Jane o corrigiu. Ele queria mantê-lo falando o máximo possível. Ele havia prometido a Lisbon que não o mataria, o que significava que ele tinha que manter Red John ali, e se manter vivo, só o suficiente para Lisbon estranhar sua falta, rastrear sua localização e mandar alguém para pegá-lo – ele só esperava que não fosse ela mesma, porque, se ela viesse, e sozinha, só iria resultar na morte dela. E, ele seria forçado a sentar na cadeira, amarrado, assistindo. – Pessoas como você são o motivo de a gente ainda ter isso na Califórnia.
- Muito simples. – Red John dispensou. – Esse seria o fim perfeito para a história, se isso fosse um conto de fadas. Infelizmente para você, isso não é tão simples quanto a sua Lisbon gostaria que fosse. Se fosse, eu já teria sido pego mas, aliás, eu não estou nem atrás das grades, nem morto.
- Você vai estar. - Jane insistiu – Logo.
- Não antes da sua Lisbon. – Ele contou.
Tão possessivo, ele noticiou. Mas possessivo no comportamento. Ele constantemente se referia a ela como “sua Lisbon”, rotulando-a como uma de suas amenidades. Agora era óbvio que Lisbon era seu próximo alvo – a fraqueza de Jane, a última maneira de machuca-lo.
- Ela não é minha Lisbon. – Ele grunhiu.
- Tão ingênuo. – Ele notou. – Você sabe mais. Eu sei que ela significa mais pra você. – Ele insistiu, retornando com a faca para o pescoço de Jane. – Eu pensei que você havia aprendido da primeira vez. Alguém que calunia pessoas que nem conhece publicamente não merece coisas tão bonitas.
Ele estava irritando-o, e, por mais que Jane tentasse ao máximo manter o controle da situação, estava falhando miseravelmente.
- Elas não mereciam o que fez a elas. – Ele balançou sua cabeça, se assegurando de mantê-la longe da lâmina.
- Mas você sim.
- Elas eram inocentes. – Ele argumentou.
- Mas você precisava de punição. – Ele disse. – Você cometeu um grave erro de julgamento aquele dia Sr. Jane.
- Eu disse a verdade. – Ele se defendeu.
- A verdade dói. – Red John o lembrou. – Apesar de nunca ser dito especificamente a quem dói. Nesse caso, sua percepção de verdade era incorreta e as pessoas estão muito mais inclinadas a acreditar que as características ruins são verdadeiras do que as boas. E você tinha que ter essa experiência em primeira mão para entender.
- Você tirou minha filha de mim. – Ele cuspiu, seus olhos fixos no unicórnio.
- Todas eram filhas de alguém. – Ele deu uma desculpa. – Mas a sua... Ela era muito jovem, entretanto. Não o meu usual, eu admito.
- Ela era inocente. – Jane disse, sua voz soando como se implorasse.
- Sim, ela era. – Ele mostrou seu conhecimento. – Ela era perfeitamente inocente, diferente da maneira como o pai dela fornecia falsa esperança a milhões de outras pessoas inocentes. Me conte, Sr. Jane, como você se sentiria se um vigarista houvesse enganado sua filha, como você fez com muitos outros? – Ele propôs.
Jane nem se deu ao luxo de pensar.
- Minha esposa...
- Aquele foi um erro de má comunicação. Triste. – Ele admitiu. – Ela não teria que morrer, se ela não tivesse entrado no quarto no momento errado. – Então, sua esposa tinha entrado para ver o que acontecia. Ela havia entrado no quarto da menininha deles e vendo ela sendo dilacerada. Raiva subiu tanto por suas veias que ele podia sentir seus olhos queimando. – Ainda assim ela era linda, não?
- Você tirou minha família de mim.
- E você tirou minha humanidade de mim.
- Eu expus você pra o que você realmente é. – Jane se defendeu.
Dessa vez, foi Red John quem citou William Blake.
- When the stars threw down their spears, and watered heaven with their tears, did he smile his work to see? Did he who made the Lamb, make thee? – Ele provocou, chegando próximo a orelha de Jane, por trás dele. – Você quer realmente saber o que fez o monstro, Sr. Jane? – Ele perguntou. – Você fez.
- O monstro já estava ali. – Ele aclamou.
- Mas você o trouxe para fora. – Ele continuou. – Você trouxe o monstro para sua porta, para o lado da cama da sua filha. Você pode ter trazido a faca para garganta delas com suas próprias mãos também. E agora, você vai fazer o mesmo com a garganta de sua Lisbon. Por sua causa, ela foi trazida pra dentro dessa... contenda. Vamos chama-lo assim? É, parece apropriado. Parece injusto chamar isso de perseguição, já que eu tenho que te atrair para o lado certo todas as vezes. – Ele parou, insultando a inteligência de Jane e continuando rapidamente seu discurso, ele sentiu calafrios. – Por sua causa, sua Lisbon vai ter sua garganta aberta, suas unhas dos pés pintadas com seu próprio sangue. A cor do cabelo dela é perfeita, para o esquema. Pois preto combina muito com vermelho, principalmente vermelho sangue...
- Você não vai se aproximar dela. – Jane o interrompeu, sua determinação se desintegrando diante dos comentários do Red John.
- Mas eu já me aproximei. – Ele falou, sentindo prazer nas respostas de Jane a seus insultos e provocações. – Eu fique oh, tão perto dela que conseguia sentir seu cheiro. Canela, não? – Jane estava em silêncio, lutando para conseguir respirar calmamente. – Mas você já sabe disso. Você já esteve próximo dela também.
- Não a machuque – Jane suplicou.
- Você está implorando? – Ele notou. – Nossa, nós estamos desesperados essa tarde.
- Só faça o que você veio aqui para fazer. – Jane disse a ele, tirando seus olhos do unicórnio e tentando olhar por sobre o ombro. – Você quer me ver sofrer.
- Tirar sua vida não fará você sofrer. Fará você sair do jogo. – Ele apontou. – E eu estou me divertindo um pouco mais que o devido com o nosso joguinho para acaba-lo agora.
Ele foi para a frente de Jane, finalmente se revelando para ele. Sem máscaras. Só o homem. Jane observou as sobrancelhas espessas, o brilho ameaçador em seus olhos, o queixo protuberante. Justamente como ela havia esperado, um homem pouco mais velho que ele, talvez no meio de seus quarenta, com cabelos pretos e olhos marrons para combinar. Escuridão estava nele de todas as formas possíveis. Esse era o homem que havia assassinado sua mulher e sua filha. O homem que o insultou e torturou mentalmente.
Esse era Red John em sua frente, com a faca na mão.
Esse era o momento, ele supôs, em que Patrick Jane morria.
- Eu espero que você apodreça no inferno. – Jane cuspiu as palavras em Red John.
O homem na frente dele mexeu os lábios num sorriso doente. Ele conseguia imaginar sua filha apavorada caso tivesse acordado e visto esse homem ao lado de sua cama.
- Junto com a sua família, eu posso te garantir.
Red John levantou a lâmina, e a trouxe de volta com tanta força que com certeza o teria estraçalhado Jane não fechou os olhos, mas ele moveu seu olhar para a esquerda, para que assim pudesse ver o unicórnio cor de rosa na mesa novamente. Ele viu, enquanto piscava, o movimento do braço de Red John começar a vir em sua direção, o tempo começando a passar mais vagarosamente, enquanto ele esperava que, como de praxe, sua vida passasse diante de seus olhos. De qualquer forma, ele não viu nada. Ele não viu clipes de momentos agradáveis ou minutos que ele se arrependia, ele não viu um insaciável sentido para a vida, nenhum sinal de um lugar depois dessa vida onde ele pudesse ficar em paz com sua família. Ele não viu nada, mas ele ouviu algo que mudou o jogo consideravelmente.
Disparos.
Cinco deles.
A força no seu braço desapareceu, e ao contrário, todo o seu corpo caiu sobre Jane. Uma onda de dor veio sobre o lado direito de seu torso, fazendo gritar de dor instintivamente, assim que o corpo de Red John colidiu com o seu, deslizando para o chão. A faca, agora ensanguentada, ele notou confuso, caiu no chão com um barulho. Jane olhou para a frente, na direção onde Red John estava, vendo uma nova pessoa parada na porta da cozinha, alguém que nenhum deles havia antecipado.
- Cho?
O agente se aproximou correndo, chutando rapidamente a faca para longe do corpo caído. E então, ele se agachou sobre Red John, colocando seus dedos no pescoço dele, antes de murmurar as palavras que Jane estremeceu ao ouvir.
- Ele se foi.
- Ele se foi? – Jane repetiu, desnorteado.
Cho assentiu, soltando um suspiro.
- Ele está morto.
A respiração de Jane acelerou, seu coração de repente acelerado, como se ele não conseguisse convencer a si mesmo de que havia acabado.
- Red John está... morto.
- É, tudo acabou. – Cho confirmou.
Ele se sentiu tonto assim que as palavras recaíram sobre ele. Red John estava morto. Trinta segundos antes daquilo, Jane estava preparado para morrer – por sua esposa, por sua filha, e sim, por Lisbon também. Mas agora... ele se fora. Ele deixou sua cabeça pender para o lado, para ver aquilo novamente por si mesmo. Jane podia ver sangue formando uma poça no chão de sua cozinha. Poça de sangue que saia do tórax de Red John. Ele estava com o rosto voltado para o chão, então, Jane não podia ver o rosto dele, só seu corpo sem vida.
- Você é um idiota, sabia? – Cho disse a ele, tirando seus olhos do corpo.
- Aham... – Ele reconheceu, fracamente. Ele tentou se mover, mas então se lembrou que suas mãos estavam atadas. – Você... Você pode me tirar daqui? – Ele perguntou, se sentindo repentinamente muito cansado.
Cho se moveu para o seu lado, desatando o nó que mantinha suas mãos juntas. Jane girou seu braço, com um barulho audível enquanto o fazia.
- Você foi cortado. – Cho notou, inspecionando sua lateral vagamente. O tecido de sua camisa se moveu facilmente para mostrar a pele cortada. – Você precisa ir para a emergência, segure isso contra o machucado. – Ele disse, pegando a jaqueta de Jane, que era o que estava mais próximo, e pressionando contra o corte.
Jane pressionou ali, e então, olhou o sangue que saia de sua camisa e ia para o chão, do lado de seu pé, não muito longe do corpo de Red John, que agora era quase uma piscina de sangue.
– Wow, aquilo é bastante sangue. – Ele observou, sua voz mais alta que o natural. Aparentemente, perda de sangue era a causa de sua letargia. Aquilo fazia todo o sentido.
- Ele deve ter te acertado quando caiu. – Cho falou. – Vai pro carro, eu preciso falar com Lisbon.
Cho procurou por seu telefone, mas Jane balançou a cabeça, tirando-o dele.
- Uh... Eu não acho isso uma boa ideia. – Ele disse.
Cho o encarou.
- Jane, Red John está morto. – Ele apontou.
- É, mas... ela vai ficar brava. – Ele respondeu. – Chame uma equipe de reforço, limpe essa bagunça e então eu falarei com Lisbon.
Cho assentiu, revirando os olhos.
- Só vai pro carro. – Ele disse. – Espere lá.
- Unicórnio, por favor. – Ele disse, esticando sua mão para a mesa. Cho olhou para ele como se ele estivesse insano. – Ah, vamos. – Ele resmungou. – Eu vou sentar no carro como um bom garoto se você me der o unicórnio da minha filha.
Cho segurou o unicórnio e o passou para Jane, que o tomou com a mão que não pressionava a jaqueta sobre o machucado. E então, como Cho havia pedido, ele foi sentar-se no carro, calmamente por causa da dor, mas sentindo-se um tanto melhor por causa do bicho de pelúcia sob seu braço. Quando ele se virou para ver o homem fazendo a chamada em eu telefone, ele se deu conta de que ele realmente não estava ligando para Lisbon, e ele fez algo que não estava esperando fazer. Ele sorriu.
O assassino de sua esposa e de sua filha estava morto.
Ele poderia construir uma nova vida, sabendo que seu amor e sua filinha estavam agora descansando em paz.
Ele poderia deixar essa casa para trás, nunca mais olhar para aquela face sorridente de novo.
E ele havia cumprido sua promessa para com Lisbon também. Ele havia prometido que Red John não a machucaria, e que ele não morreria por suas mãos.
E ele tinha o unicórnio rosa de sua filha de baixo de seu braço.
Então, Patrick Jane sorriu.
*AWOL: Abscent Without Leaving, sigla militar.
Gente, olha só, mil perdões a demora pra postar, mas é que eu fui viajar, e desde que voltei, minha família ficou em cima de mim, então a dois dias atrás, me puxei e peguei e fiz um capítulo beeeeeeem grande. A recém terminei e já tou aqui postando pra vcs. Espero que não me matem. xD
P.S.: ESTAMOS NA RETA FINAL! Tem mais um capítulo e o epílogo, e então, essa fanfic terminou!
P.S.S: Olha só, a Mr. Diary, pra quem ainda lembra, a minha outra fic, vai ser postada um pouco mais lentamente que todas as fics que eu já postei, pelo fato de ser realmente só minha fic. Mas juro que não vou abandoná-la!
E Feliz Natal e Feliz 2011 atrasado xD
Enjoy!
- x -
CAPÍTULO 7
Silêncio.
Ele não estava esperando silêncio.
Ele esperava muitas coisas, mantendo a mente aberta, mas não querendo presumir nada. Da última vez que ele presumiu algo relacionado à Red John acabou com o massacre de tudo que ele acreditava ser sua vida. Não fazia bem nenhum presumir algo pertinente à Red John, mas as coisas precisavam resolver aquilo. Precisava de um fim.
Hoje à noite, eles terminariam.
Mas, por enquanto, eles procederiam em silêncio.
Ele entrou em sua casa, se preparando para várias visões inevitáveis. Ele se preparou para Red John estar ali no segundo que ele abriu a porta. Ele se preparou para ver uma janela quebrada, a porta para o pátio aberta, qualquer lugar pelo qual ele pudesse ter entrado. Ele se preparou, aterrorizado, para a presença de outro corpo, mesmo que ele não conseguisse se preparar para que esse corpo fosse o de uma pessoa que ele conhecia e amava.
Mesmo assim, ele abriu a porta. Red John não estava em nenhum lugar que pudesse ver. Na verdade, tudo fazia sentido – ele não seria tão obvio a ponto de estar esperando onde Jane pudesse vê-lo. Não haviam janelas quebradas ou portas abertas. Se houve uma coisa que Jane nunca entendeu é como Red John conseguia acesso a tantos lugares. Mais reconfortante ainda, não havia sinal ou cheiro de outro corpo. Não, ele estava sozinho nessa grande casa. Ele estava sozinho, nada além do silêncio ensurdecedor que se esticava da porta de entrada até seu quarto, no andar de cima, no outro canto da casa.
Mesmo que Red John não estivesse ali, ele checou todos os quartos. Ele viu as memórias se formando em frente a seus olhos, como se os pertences e as pessoas estivessem ali, tão claras quanto o dia. Na sala de estar, ele viu sua filha e sua mulher decorando uma árvore de natal, ele viu sua filha dando seus primeiros passos na direção dele, ele viu lápis de cor e papéis de todas as formas espalhados pelo chão, e sua filha coberta de purpurina no meio. Ele até mesmo viu quando sua menininha, com três anos de idade, quando ela havia pego os lápis para riscar na parede branca, pensando que com rabiscos estava escrevendo seu nome – e ele lembrava de ser mais xingado que a filha, pois ele ficou rindo do grafite da filha ao invés de explicar que era errado.
A cozinha tinha grandes memórias de sua esposa. Ele podia ver ela escorada na pia, lavando os pratos – ela nunca usava a máquina de lavar louças que ele havia comprado, porque ela achava que dependendo da maneira que se fazia, lavar a louça era algo terapêutico. Ele podia vê-la andando de um lado para o outro, gritando com ele tarde da noite, pois ele havia prometido chegar cedo, e havia chegado somente horas depois, sem avisar, gritando que ele era incomunicável, e que algo poderia ter acontecido. Ele lembrava que foi nessa briga que ela, sem querer, derrubou um copo de vidro no pé dele, fazendo com que os três fossem para o hospital tarde da noite. Ele podia vê-la dançando e cantando junto com a música do rádio, enquanto ela colocava as roupas seca sobre a mesa, para dobrá-las.
Foi só quando ele estava na metade das escadas que davam para o andar superior que ele se perguntou se essa era a sua despedida da casa. Ele nunca havia considerado a opção de não estar ali, de vir para casa e andar nos mesmos quartos que sua família havia estado, de nunca voltar para casa, para elas, e perguntar se dessa vez elas estariam ali para recebe-lo. Mas uma coisa das duas ia acontecer certamente hoje a noite, e ambas envolviam outro corpo caindo no chão da casa dele. Ou o dele, ou o de Red John. Preferivelmente o segundo – seu próprio corpo significaria que falhou, e que Red John estaria solto para matar novamente... Lisbon. Se ele conseguisse, e Red John morresse nessa noite, (não pelas suas mãos, ele havia prometido a Lisbon) ele não teria mais razões para continuar ali. Ele queria poder dizer que ainda tinha a casa para se sentir próximo a sua família, mas ele sabia que na verdade, ele estava ali era por culpa. Culpa por não estar ali quando deveria, culpa por não estar ali quando deveria protegê-las.
Ele deveria deixar aquele lugar para trás agora.
Quando ele entrou em seu banheiro, ele encarou seu próprio reflexo no espelho, vendo atrás dele, a imagem esquecida de sua esposa escovando os dentes, com olhos sonolentos, reclamando que o despertador tocou muito cedo, que ela tinha muitas coisas para fazer durante o dia, que o bebe havia a mantido acordada metade da noite. Ele relembrava com uma nostalgia mais apaixonada, de quando ele interrompeu as reclamações dela matinas puxando-a para dentro do chuveiro com ele. Tinha uma parte do chão que estava sem lajotas, pois quando ele foi colocar o espelho na parede, ele havia derrubado o martelo. Ele lembrava de todas as vezes que ela o incomodou para que ele substituísse-as.
Ele deixou seu banheiro para atrás, fechando a porta atrás de si. Seu próprio quarto estava na porta a frente, guardando tantas memórias que ele hesitou com a mão na maçaneta. O quarto estava intocado, tirando o fato de que ele havia retirado toda a mobília que ali havia. Ele lembrava de como o quarto estava aquela manhã antes de ele sair para o estúdio. Havia uma cama, feita por ele e pela mulher, juntos, nas manhãs de céu azul e dourado. Lembrava perfeitamente do lençol que estava na cama – que eles haviam colocados juntos tantas vezes, sussurrando dizeres e juras de amor no mais cedo da manhã. Havia um abajur no criado mudo ao lado da cama, o livro que ela estivera lendo ali, aberto na página em que ela havia parado. Ele sabia que, se ela ainda estivesse ali, se aquela casa ainda fosse deles, as roupas dela estariam no cesto atrás da porta, amontoadas, para ir para lavar.
Ele sabia que sua inabilidade de conseguir lidar com sua culpa era porque Red John ainda estava vivo. O assassino ainda respirava, e, uma vez que ele estivesse morto, ele permitiria que a memória delas descansasse junto com o corpo delas. Ele havia ficado acostumado com a ideia de imaginar que o espírito de sua esposa passava pelos quartos da casa deles, reclamando para o corpo dele parado ali que ele ainda não havia lavado as roupas, que ele deveria dormir na cama deles, que ele deveria voltar a colocar as roupas dele no closet.
E, no final do corredor, estava o quarto do destino. O quarto de sua filha. As paredes de rosa fraco estavam desbotadas, o rosto sorridente era ainda mais nefasto sobre o colchão que ele havia posto lá. Esse colchão era do quarto de hóspedes. O colchão da cama de Claire, junto com a cama, forma destruídos depois de serem usados como evidência. Os brinquedos se haviam ido, as roupas, os móveis... tudo havia se ido. Red John havia removido o espírito da menininha do quarto, e, sem aquilo, o quarto estava tão oco quanto quando foi feito. Os móveis e os pertences do quarto estavam todos amontoados no quarto de hóspedes, o qual ele nunca entrava. Ele não poderia manter nada nesse quarto. Ele não poderia permitir que a memória dela ficasse no quarto em que ela foi esfaqueada.
Apesar de que, as piores memórias ficassem nesse quarto, as melhores também estavam. Ele podia vê-las, ele lembrava delas tão claras quanto o dia. Esse era o quarto para o qual eles haviam trazido a bebê Claire, assim que saíram do hospital. Esse era o quarto em que eles haviam deitado ela no berço pela primeira vez, ambos assistindo ela por horas, só pra ver aquela minúscula criatura dormir. Esse foi o lugar onde ela havia ficado de pé pela primeira vez, se segurando nas barras do berço. Esse era o lugar onde ela havia progredido de um murmurante “pa” para um “papai, papai, papai” o qual o havia acordado pela babá eletrônica numa feliz manhã. Esse era o lugar onde ela iria apontar para fora da janela os passarinhos que ela tanto amava. Esse era o lugar onde ela havia dito pela primeira vez “te amo, papai”. Esse foi o lugar onde ele tentou esconder lágrimas de tristeza, porque sempre que sua pequena visse lágrimas de qualquer tipo, ela colocaria a mão no rosto dele e perguntaria “puquê tá triste, papai?”. Esse foi o lugar onde sua filha havia vivido, florescido, e morrido.
Ele voltou a cozinha, passando pelo quarto de hóspedes no caminho, e escolheu um único item de sua filha para ter com ele. Se ele iria morrer essa noite, ele queria uma parte dela com ele, uma coisa que lembrasse tanto os dias que eles passaram juntos, que garantisse que de alguma maneira ele fosse para perto delas. O anel dele iria leva-lo até sua esposa, e o unicórnio de pelúcia de sua filha iria leva-o até ela. Ele colocou o peludo unicórnio cor de rosa debaixo de seu braço, fez uma xícara de chá para si mesmo, sentou na mesa da cozinha, e ficou brincando com as presilhas de purpurina que prendiam a crina do unicórnio.
E então, esperou para morrer.
Ele esperou a sua vida terminar.
Ele esperou sua vida ser tirada como a da sua esposa e da sua filha.
No momento que ele decidiu viver, sentiu a lâmina no seu pescoço.
- Tolo. – veio o insulto.
- Não é tolice. – Ele disse, repousando a xícara no balcão e o pônei do lado dela. – É inteligente.
Red John gentilmente traçou a garganta dele com a faca, enquanto Jane respirava com dificuldade.
- O plano da sua Agente Lisbon era até bem elaborado comparado a isso.
- Eu não a deixaria fazer aquilo. – Ele insistiu.
- Ela é uma mulher bem determinada. – Ele mostrou seu ponto. – Ela teria desafiado seus desejos, assim como você já fez com ela tantas vezes.
Com isso, o medo e a raiva que ele estava lutando para esconder, começaram a se revelar.
- Você vem observando-a. – Ele concluiu.
- Ela é uma mulher fascinante. – Ele confirmou. – Eu consigo ver o que te empurra pra ela tanto assim. Forte, viva, e ainda assim, muito feminina. Cativante.
Jane respirou profundamente, tremendo.
- A quanto tempo você a está observando?
- Uma pergunta irrelevante.
- Não para mim.
Silêncio. E então...
- Sr. Jane, isso não é sobre você.
- Não, é sobre você. – Ele murmurou. – Tudo o que você fez, todos que você machucou, é tudo parte do santuário pessoal que você construiu para si mesmo. O mundo é o seu altar, e todos que estão neles são seus sacrifícios.
Houve uma risada atrás dele, e a lâmina parou a sua dança pela pele dele.
- Você não me conhece. – Ele insistiu. – Você tenta, mas não conhece.
- Mas você quer que eu conheça. – Ele apontou. – Red John, o Tigre. What immortal hand or eye could frame thy fearful symmetry? – Ele citou.
Houve um minute de silêncio, mas Jane ouviu um som de frustração atrás de si que não podia ser confundido.
- Você se tornou mais bravo desde o nosso último encontro.
Ele estava desapontado, Jane percebeu. Ele caçava o fraco, o sem controle.
- E isso te preocupa, pois eu te decifrei.
Ele cobriu a revelação de momentos atrás com uma risada.
- As pessoas como você não me preocupam. Vocês são fracos.
- In what distant deeps or skies burnt the fire of thine eyes? – Ele continuous a citar. - On what wings dare his aspire? What the hand dare seize the fire?
- A garota não foi planejada. – Ele revelou. – Ela foi uma complicação. Deveria ter sido um aviso para você que complicações resultam em punições. – Ele avisou.
- Ela explicou sua visão de um poema para mim. – Jane disse, como se isso não fosse complicação nenhuma.
Mas a faca foi pressionada mais a fundo em sua garganta, e, apesar de que não fosse o suficiente pra cortar sua pele, era suficiente para causar desconforto.
- E fazendo isso, ela assinou sua sentença de morte.
- x –
Andando em seu escritório, Lisbon tentou não imaginar muitas coisas. Não faria nenhum bem começar a pensar nos “ses”, então ela começou a se concentrar nos fatos. Fatos eram no que ela era boa, o que encerrava casos... Jane, a sua mente a lembrou. Jane encerrava casos. Não, fatos. Foco. Jane estava desaparecido – não, Jane estava em sua casa. Provavelmente Red John estava observando ele, e ela também. E podia atacar a qualquer momento. Jane estava fora da barreira, e Red John estava a sua caça.
- Agente Lisbon.
A voz de Hightower interrompeu seu monólogo interno. Seu estômago deu um nó.
- Agente Hightower, Senhora...
- Você esqueceu da nossa reunião? – Ela perguntou bruscamente.
- Não Senhora.
- Há uma razão para o fato de você e Jane não estarem em minha sala? – Ela perguntou.
Ela suspirou
- Jane está em AWOL*
- No meio de um caso do Red John?
- Sim Senhora. – Ela resmungou pesadamente. – Nós rastreamos o celular dele até a casa dele. Cho foi até lá pegá-lo.
Mas a preocupação de Hightower não parou por ai.
- Red John comete um assassinato dentro do nosso prédio e dois dias depois Jane está em AWOL. Isso não é suspeito para você?
- É suspeito, mas Cho é perfeitamente capaz de lidar com a situação. – Ela insistiu. – Se qualquer reforço fosse preciso, ele já teria ligado pedindo.
Sua chefe a encarou.
- No segundo em que ele estiver de volta quero os dois na minha sala.
Lisbon assentiu.
- Entendido Senhora.
Hightower saiu, e Lisbon ficou ali, com o cenho franzido, olhando novamente pro seu celular, nenhuma mensagem nova.
- Droga, Patrick. – Ela balançou a cabeça novamente. – Do que você está brincando?
- x –
O pequeno toque da lâmina em sua pele fez Jane ficar estático. Red John nunca saiu de trás dele, nunca lhe dando uma oportunidade de ver o serial killer. Ele não ofereceu resistência enquanto suas mãos eram amarradas atrás de si, mesmo que isso tenha lhe tirado uma de suas poucas formas de defesa. Agora, tudo o que ele tinha para se manter vivo eram suas palavras – o que, normalmente, o metia em mais confusão do que o ajudavam. Ele consegui ouvir os passos atrás de si, mas, ele fixou seus olhos treinados no unicórnio de pelúcia que sua filha insistia em carregar para cima e para baixo. Os passos eram leves, quatro para a direita e uma meia volta, então o mesmo foi repetido.
- Você está terrivelmente confiante de que sua Lisbon vai me levar para longe. – Ele provocou.
- Sentença de morte, na verdade. – Jane o corrigiu. Ele queria mantê-lo falando o máximo possível. Ele havia prometido a Lisbon que não o mataria, o que significava que ele tinha que manter Red John ali, e se manter vivo, só o suficiente para Lisbon estranhar sua falta, rastrear sua localização e mandar alguém para pegá-lo – ele só esperava que não fosse ela mesma, porque, se ela viesse, e sozinha, só iria resultar na morte dela. E, ele seria forçado a sentar na cadeira, amarrado, assistindo. – Pessoas como você são o motivo de a gente ainda ter isso na Califórnia.
- Muito simples. – Red John dispensou. – Esse seria o fim perfeito para a história, se isso fosse um conto de fadas. Infelizmente para você, isso não é tão simples quanto a sua Lisbon gostaria que fosse. Se fosse, eu já teria sido pego mas, aliás, eu não estou nem atrás das grades, nem morto.
- Você vai estar. - Jane insistiu – Logo.
- Não antes da sua Lisbon. – Ele contou.
Tão possessivo, ele noticiou. Mas possessivo no comportamento. Ele constantemente se referia a ela como “sua Lisbon”, rotulando-a como uma de suas amenidades. Agora era óbvio que Lisbon era seu próximo alvo – a fraqueza de Jane, a última maneira de machuca-lo.
- Ela não é minha Lisbon. – Ele grunhiu.
- Tão ingênuo. – Ele notou. – Você sabe mais. Eu sei que ela significa mais pra você. – Ele insistiu, retornando com a faca para o pescoço de Jane. – Eu pensei que você havia aprendido da primeira vez. Alguém que calunia pessoas que nem conhece publicamente não merece coisas tão bonitas.
Ele estava irritando-o, e, por mais que Jane tentasse ao máximo manter o controle da situação, estava falhando miseravelmente.
- Elas não mereciam o que fez a elas. – Ele balançou sua cabeça, se assegurando de mantê-la longe da lâmina.
- Mas você sim.
- Elas eram inocentes. – Ele argumentou.
- Mas você precisava de punição. – Ele disse. – Você cometeu um grave erro de julgamento aquele dia Sr. Jane.
- Eu disse a verdade. – Ele se defendeu.
- A verdade dói. – Red John o lembrou. – Apesar de nunca ser dito especificamente a quem dói. Nesse caso, sua percepção de verdade era incorreta e as pessoas estão muito mais inclinadas a acreditar que as características ruins são verdadeiras do que as boas. E você tinha que ter essa experiência em primeira mão para entender.
- Você tirou minha filha de mim. – Ele cuspiu, seus olhos fixos no unicórnio.
- Todas eram filhas de alguém. – Ele deu uma desculpa. – Mas a sua... Ela era muito jovem, entretanto. Não o meu usual, eu admito.
- Ela era inocente. – Jane disse, sua voz soando como se implorasse.
- Sim, ela era. – Ele mostrou seu conhecimento. – Ela era perfeitamente inocente, diferente da maneira como o pai dela fornecia falsa esperança a milhões de outras pessoas inocentes. Me conte, Sr. Jane, como você se sentiria se um vigarista houvesse enganado sua filha, como você fez com muitos outros? – Ele propôs.
Jane nem se deu ao luxo de pensar.
- Minha esposa...
- Aquele foi um erro de má comunicação. Triste. – Ele admitiu. – Ela não teria que morrer, se ela não tivesse entrado no quarto no momento errado. – Então, sua esposa tinha entrado para ver o que acontecia. Ela havia entrado no quarto da menininha deles e vendo ela sendo dilacerada. Raiva subiu tanto por suas veias que ele podia sentir seus olhos queimando. – Ainda assim ela era linda, não?
- Você tirou minha família de mim.
- E você tirou minha humanidade de mim.
- Eu expus você pra o que você realmente é. – Jane se defendeu.
Dessa vez, foi Red John quem citou William Blake.
- When the stars threw down their spears, and watered heaven with their tears, did he smile his work to see? Did he who made the Lamb, make thee? – Ele provocou, chegando próximo a orelha de Jane, por trás dele. – Você quer realmente saber o que fez o monstro, Sr. Jane? – Ele perguntou. – Você fez.
- O monstro já estava ali. – Ele aclamou.
- Mas você o trouxe para fora. – Ele continuou. – Você trouxe o monstro para sua porta, para o lado da cama da sua filha. Você pode ter trazido a faca para garganta delas com suas próprias mãos também. E agora, você vai fazer o mesmo com a garganta de sua Lisbon. Por sua causa, ela foi trazida pra dentro dessa... contenda. Vamos chama-lo assim? É, parece apropriado. Parece injusto chamar isso de perseguição, já que eu tenho que te atrair para o lado certo todas as vezes. – Ele parou, insultando a inteligência de Jane e continuando rapidamente seu discurso, ele sentiu calafrios. – Por sua causa, sua Lisbon vai ter sua garganta aberta, suas unhas dos pés pintadas com seu próprio sangue. A cor do cabelo dela é perfeita, para o esquema. Pois preto combina muito com vermelho, principalmente vermelho sangue...
- Você não vai se aproximar dela. – Jane o interrompeu, sua determinação se desintegrando diante dos comentários do Red John.
- Mas eu já me aproximei. – Ele falou, sentindo prazer nas respostas de Jane a seus insultos e provocações. – Eu fique oh, tão perto dela que conseguia sentir seu cheiro. Canela, não? – Jane estava em silêncio, lutando para conseguir respirar calmamente. – Mas você já sabe disso. Você já esteve próximo dela também.
- Não a machuque – Jane suplicou.
- Você está implorando? – Ele notou. – Nossa, nós estamos desesperados essa tarde.
- Só faça o que você veio aqui para fazer. – Jane disse a ele, tirando seus olhos do unicórnio e tentando olhar por sobre o ombro. – Você quer me ver sofrer.
- Tirar sua vida não fará você sofrer. Fará você sair do jogo. – Ele apontou. – E eu estou me divertindo um pouco mais que o devido com o nosso joguinho para acaba-lo agora.
Ele foi para a frente de Jane, finalmente se revelando para ele. Sem máscaras. Só o homem. Jane observou as sobrancelhas espessas, o brilho ameaçador em seus olhos, o queixo protuberante. Justamente como ela havia esperado, um homem pouco mais velho que ele, talvez no meio de seus quarenta, com cabelos pretos e olhos marrons para combinar. Escuridão estava nele de todas as formas possíveis. Esse era o homem que havia assassinado sua mulher e sua filha. O homem que o insultou e torturou mentalmente.
Esse era Red John em sua frente, com a faca na mão.
Esse era o momento, ele supôs, em que Patrick Jane morria.
- Eu espero que você apodreça no inferno. – Jane cuspiu as palavras em Red John.
O homem na frente dele mexeu os lábios num sorriso doente. Ele conseguia imaginar sua filha apavorada caso tivesse acordado e visto esse homem ao lado de sua cama.
- Junto com a sua família, eu posso te garantir.
Red John levantou a lâmina, e a trouxe de volta com tanta força que com certeza o teria estraçalhado Jane não fechou os olhos, mas ele moveu seu olhar para a esquerda, para que assim pudesse ver o unicórnio cor de rosa na mesa novamente. Ele viu, enquanto piscava, o movimento do braço de Red John começar a vir em sua direção, o tempo começando a passar mais vagarosamente, enquanto ele esperava que, como de praxe, sua vida passasse diante de seus olhos. De qualquer forma, ele não viu nada. Ele não viu clipes de momentos agradáveis ou minutos que ele se arrependia, ele não viu um insaciável sentido para a vida, nenhum sinal de um lugar depois dessa vida onde ele pudesse ficar em paz com sua família. Ele não viu nada, mas ele ouviu algo que mudou o jogo consideravelmente.
Disparos.
Cinco deles.
A força no seu braço desapareceu, e ao contrário, todo o seu corpo caiu sobre Jane. Uma onda de dor veio sobre o lado direito de seu torso, fazendo gritar de dor instintivamente, assim que o corpo de Red John colidiu com o seu, deslizando para o chão. A faca, agora ensanguentada, ele notou confuso, caiu no chão com um barulho. Jane olhou para a frente, na direção onde Red John estava, vendo uma nova pessoa parada na porta da cozinha, alguém que nenhum deles havia antecipado.
- Cho?
O agente se aproximou correndo, chutando rapidamente a faca para longe do corpo caído. E então, ele se agachou sobre Red John, colocando seus dedos no pescoço dele, antes de murmurar as palavras que Jane estremeceu ao ouvir.
- Ele se foi.
- Ele se foi? – Jane repetiu, desnorteado.
Cho assentiu, soltando um suspiro.
- Ele está morto.
A respiração de Jane acelerou, seu coração de repente acelerado, como se ele não conseguisse convencer a si mesmo de que havia acabado.
- Red John está... morto.
- É, tudo acabou. – Cho confirmou.
Ele se sentiu tonto assim que as palavras recaíram sobre ele. Red John estava morto. Trinta segundos antes daquilo, Jane estava preparado para morrer – por sua esposa, por sua filha, e sim, por Lisbon também. Mas agora... ele se fora. Ele deixou sua cabeça pender para o lado, para ver aquilo novamente por si mesmo. Jane podia ver sangue formando uma poça no chão de sua cozinha. Poça de sangue que saia do tórax de Red John. Ele estava com o rosto voltado para o chão, então, Jane não podia ver o rosto dele, só seu corpo sem vida.
- Você é um idiota, sabia? – Cho disse a ele, tirando seus olhos do corpo.
- Aham... – Ele reconheceu, fracamente. Ele tentou se mover, mas então se lembrou que suas mãos estavam atadas. – Você... Você pode me tirar daqui? – Ele perguntou, se sentindo repentinamente muito cansado.
Cho se moveu para o seu lado, desatando o nó que mantinha suas mãos juntas. Jane girou seu braço, com um barulho audível enquanto o fazia.
- Você foi cortado. – Cho notou, inspecionando sua lateral vagamente. O tecido de sua camisa se moveu facilmente para mostrar a pele cortada. – Você precisa ir para a emergência, segure isso contra o machucado. – Ele disse, pegando a jaqueta de Jane, que era o que estava mais próximo, e pressionando contra o corte.
Jane pressionou ali, e então, olhou o sangue que saia de sua camisa e ia para o chão, do lado de seu pé, não muito longe do corpo de Red John, que agora era quase uma piscina de sangue.
– Wow, aquilo é bastante sangue. – Ele observou, sua voz mais alta que o natural. Aparentemente, perda de sangue era a causa de sua letargia. Aquilo fazia todo o sentido.
- Ele deve ter te acertado quando caiu. – Cho falou. – Vai pro carro, eu preciso falar com Lisbon.
Cho procurou por seu telefone, mas Jane balançou a cabeça, tirando-o dele.
- Uh... Eu não acho isso uma boa ideia. – Ele disse.
Cho o encarou.
- Jane, Red John está morto. – Ele apontou.
- É, mas... ela vai ficar brava. – Ele respondeu. – Chame uma equipe de reforço, limpe essa bagunça e então eu falarei com Lisbon.
Cho assentiu, revirando os olhos.
- Só vai pro carro. – Ele disse. – Espere lá.
- Unicórnio, por favor. – Ele disse, esticando sua mão para a mesa. Cho olhou para ele como se ele estivesse insano. – Ah, vamos. – Ele resmungou. – Eu vou sentar no carro como um bom garoto se você me der o unicórnio da minha filha.
Cho segurou o unicórnio e o passou para Jane, que o tomou com a mão que não pressionava a jaqueta sobre o machucado. E então, como Cho havia pedido, ele foi sentar-se no carro, calmamente por causa da dor, mas sentindo-se um tanto melhor por causa do bicho de pelúcia sob seu braço. Quando ele se virou para ver o homem fazendo a chamada em eu telefone, ele se deu conta de que ele realmente não estava ligando para Lisbon, e ele fez algo que não estava esperando fazer. Ele sorriu.
O assassino de sua esposa e de sua filha estava morto.
Ele poderia construir uma nova vida, sabendo que seu amor e sua filinha estavam agora descansando em paz.
Ele poderia deixar essa casa para trás, nunca mais olhar para aquela face sorridente de novo.
E ele havia cumprido sua promessa para com Lisbon também. Ele havia prometido que Red John não a machucaria, e que ele não morreria por suas mãos.
E ele tinha o unicórnio rosa de sua filha de baixo de seu braço.
Então, Patrick Jane sorriu.
*AWOL: Abscent Without Leaving, sigla militar.
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
Uauuuuuuuuuuuuuuuuu
Mas que cap impactante, to em choque com tantos acontecimentos.
Não acredito que finalmente Patrick terá paz...
Olha a cena dele com Red John foi fantastica, de arrepiar...
Amei, amei, amei esse cap
Beijinhos
gi
Mas que cap impactante, to em choque com tantos acontecimentos.
Não acredito que finalmente Patrick terá paz...
Olha a cena dele com Red John foi fantastica, de arrepiar...
Amei, amei, amei esse cap
Beijinhos
gi
ladymarion- Mentalista Treinee
- Data de inscrição : 05/05/2009
Mensagens : 444
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
MUITO BOM!!!
Nossa, achei tão fofo isso do Jane se preocupar em manter a promessa!!
Nem sei o que falar, só me vem a mente : PERFEITO, PERFEITO, PERFEITO!!!
Nossa, achei tão fofo isso do Jane se preocupar em manter a promessa!!
Nem sei o que falar, só me vem a mente : PERFEITO, PERFEITO, PERFEITO!!!
Priscila.- Detetive Novato
- Data de inscrição : 23/05/2010
Mensagens : 252
Re: The Fire Breathes - Jello/Jisbon - ATUALIZADA - 07/02 - COMPLETA
HEY PEOPLE!
Depois de muita insistencia por parte da Pri, e um pouquinho de trabalho, espero não ter demorado muito pra postar o cap novo!
Aqui vai! O último!
Depois desse tem só o epílogo (:
Reta final!
Enjoy!
Jane continuou sorrindo até entrarem no elevador da CBI. Então, ele começou a se sentir nervoso. Ele sempre teve essa tremedeira, algo como um sexto-sentido, sempre que Lisbon iria brigar com ele. Ele já estava acostumado com isso, e as vezes usava isso para evitar as brigas, mas hoje era diferente – não havia como sair disso, porque, quanto mais ele evitasse, maior seria a briga quando Lisbon o encontrasse.
- Você vai contar a Lisbon. – Cho disse, como se quem tivesse os superpoderes de observação fosse ele. E não era um pedido, era uma ordem.
Jane fez uma careta, agarrando-se mais ao unicórnio de pelúcia da filha.
- Eu não quero contar a ela. – Ele argumentou fracamente.
- Ela vai saber só de olhar pra ti que você fez algo errado. – Cho contrapôs.
- Eu não fiz nada errado. – Jane se defendeu, mas o sangue em sua camisa e a presença do bicho debaixo de seu braço automaticamente o tornava suspeito. – Na verdade, eu fiz uma coisa boa hoje. – Ele se ostentou.
- Red John pode estar morto, mas Lisbon não sabe disso. – Ele disse. – A única coisa que ela sabe é que você deixou o prédio no meio de um caso do Red John, o que normalmente significa que você fez algo errado.
Quando as portas do elevador se abriram e eles pisaram no hall, Jane zombou:
- Bom, se ela esta com tantas suspeitas de eu ter feito algo errado, ela vai descobrir sozinha.
- Tem sangue na sua camisa. – Cho mostrou.
Jane olhou para si mesmo.
- Ah, isso ajuda. – Ele noticiou. – Agora eu, definitivamente, não vou ter que contar a ela.
- Me contar o que?
Os olhos de Jane se arregalaram um pouco enquanto Cho foi para sua mesa rapidamente, escapando antes que Lisbon pudesse trazê-lo para a equação. Jane, por outro lado, não podia fugir. Ele apenas se virou sobre seus pés para vê-la parada na entrada da cozinha. Ele olhou em volta por uma distração, não achou nenhuma. Então, se aproximou dela, cobrindo o sangue com a sua jaqueta e o unicórnio.
- Oi Lisbon. – Ele sorriu.
- Onde diabos você esteve? – Ela perguntou irritada. – Nós estamos no meio de um caso!
Oh, ela estava brava. Incrivelmente brava. Ele duvidava que a tivesse visto tão brava quanto naquele momento. Esse era um nive especial da raiva de Lisbon que normalmente se tentava deixar de lado. Mas agora ele estava sendo liberado – nele.
- É... Sobre isso...
- Você não está mais nele. – Ela respondeu rapidamente.
- Isso não será necessário...
- Já chega Jane.
Ele franziu a testa.
- Você ao menos quer saber o que eu fiz com a minha tarde? – Ele perguntou.
- Não. – Ela balançou a cabeça. – Se você me contar o que aconteceu, eu vou ter que fazer um relatório.
Ele se retesou por um momento, por causa do comentário dela. Ele sorriu tentador.
- Você tem certeza que não quer saber? – Ele perguntou de novo. – É muito bom.
Ela simplesmente o encarou.
- Você deveria estar aqui há duas horas para a gente se encontrar com Hightower sobre a conferência de imprensa.
- Eu sei.
- Você me prometeu que estaria na reunião, e você está atrasado. Atrasado duas horas. Hightower foi embora há uma hora! Me perdoe se isso não me deixa contente em te ver!
Ele levantou um dedo.
- Eu posso explicar isso.
- Eu mal posso esperar para ouvir. – Ela disse, se escorando em uma das mesas e cruzando os braços na frente do corpo.
Ele franziu a sobrancelha.
- Mas a um minuto atrás você não queria saber o que eu tinha feito.
- Eu só quero saber porque você está atrasado. – Ela disse a ele. – E, daqui a pouco, você vai ter que explicar o unicórnio. Mas agora, o atraso.
- Oh, ok. – Ele assentiu, abaixando um pouco o braço que segurava a jaqueta como uma proteção. Ele tocou a jaqueta na mesa mais próxima, a que ela estava escorada, colocando o unicórnio mais cuidadosamente em uma das cadeiras. Quando ele se ajeitou novamente, ela conseguiu ver todo o sangue que cobria sua camisa.
Ela enrijeceu.
- O que é isso? – Ela perguntou, pulando da mesa e diminuindo a distância entre eles, seu instinto fazendo-a automaticamente esticar as mãos para ver o machucado dele.
- Não, não me toque. – Ele disse, se afastando um pouco, mas ela ainda assim tentou ver. – Eu disse, não toque, mulher! – Ele a repreendeu discretamente, afastando a mão dela.
- Porque você está coberto de sangue? – Ela perguntou. – O que você fez?
- Eu não estou coberto de sangue. – Ele indeferiu. – Só tem um pouco de sangue na minha camiseta onde eu não pude lavar.
Os olhos dela se arregalaram, e, tirando a raiva, ele conseguia ver a preocupação emergir nos olhos dela.
- Um pouco? – Ela repetiu. – Então, tinha mais?
- Oh, tinha. – Ele confirmou.
- Me diz que você foi no pronto socorro. – Ela murmurou.
- Sim, eu fui. – Mesmo que essa fosse a resposta que ela queria ouvir, não era a que ela esperava, então, ela o encarou. – Ah, vamos. – Ele choramingou. – Você gostaria de ver os pontos feitos muito profissionalmente em mim, já que não acredita? – Ele perguntou. – Ou, quem sabe, você preferiria ver meus papéis de alta...
- Certo, eu acredito em você. – Ela acenou impaciente. – Agora, o que aconteceu?
Ele olhou para longe dela estranhamente.
- Eu prometi que estaria aqui para aquela reunião sobre Red John, então acredito que deveríamos ir para ela agora.
- Você prometeu que estaria aqui na hora. – Ela adicionou. – Além do que, a gente não pode ter aquela reunião sem a Hightower.
- Se você não se importa, eu gostaria de ter essa reunião sem a Hightower. – Ele explicou.
- Porque? – Ela perguntou, olhando para ele, desconfiada. Jane enrijeceu desconfortável, tremendo, um pouco por causa dos pontos, mas a maior parte foi um “eu vou entrar em problemas”. Lisbon reconheceu aquela expressão, e arregalou os olhos, incrédula. – Jane, o que você fez? – Ela perguntou. – Você... Você foi atrás dele, não foi?
- O que? – Ele perguntou inocentemente.
- Você foi atrás do Red John. – Ela repetiu, não mais como uma pergunta.
- Não! – Ele se defendeu. – Como você sabe que eu não me bati em uma mesa, ou algo?
Ela abriu a camisa dele com uma estranha prática, e inspecionou os pontos que já estavam a mostra, pois ele colocou a desconfortável gaze para longe.
- Porque você tem um corte que é exatamente igual ao de uma faca com cinco pontos. Ninguém ganha um desses ao bater em uma mesa. – Ela balançou a cabeça incrédula. – Eu não consigo acreditar nisso. Você mentiu pra mim! De novo!
Ele deu de ombros.
- Eu fui ao pronto socorro, nada de danos...
- Nada de danos? – Ela perguntou, em choque.
- Ok, foi uma ideia estúpida. – Ele disse. – Eu posso admitir isso.
- Isso é um eufemismo. Você é um idiota, Jane.
- Como Cho me disse, e depois a enfermeira do pronto socorro, e depois Cho de novo. – Ele confirmou, cuidadoso, observando os olhos dela. – Você está brava comigo.
- Sim.
- Eu só estava tentando ajudar. – Ele explicou.
- Isso poderia ter custado sua vida! – Ela argumentou.
- Ah. – Ele se deu conta. – Você está preocupada.
Ela indicou o sangue na camisa dele.
- Você desapareceu e me vem horas depois com sangue na sua camisa e não quer que eu fique preocupada?
Ele levantou um dedo.
- Tecnicamente, não é a primeira vez...
- Você precisa parar de ser tão descuidado. – Ela disse.
- Teresa, se eu tivesse sido descuidado, eu estaria morto agora. – Ele disse a ela solenemente.
Com isso, houve um silêncio definitivo, um que ficou no ar por algum tempo. Sem perguntar, ela assumiu que, houve um encontro com Red John, e, Jane, de alguma forma, por razões que ela ainda não tinha certeza, escapou vivo e com cinco pontos para contar história. Ela considerou isso outro aviso, de que Jane havia cruzado o limite de o quão perto Red John queria que ele estivesse. Mas agora, ela estava segura de que algo mais havia acontecido.
- Me conte o que aconteceu. – ela ordenou.
Ele evitou os olhos dela, olhando a sala em volta.
- Você não queria saber. – Ele a lembrou.
- Isso foi antes de você me dizer que poderia estar morto. – Ela disse. – Agora, eu quero saber, e você vai me contar tudo, ou eu juro por Deus que vou te colocar de novo no hospital antes que ele te mande para um necrotério.
Aquilo foi claro, mas desnecessário.
- Isso não vai acontecer. – Ele a assegurou com seu sorriso confiante.
- Não dessa vez! – Ela exclamou. – Você mesmo disse que ele está por ai pronto para te pegar!
- E eu estou vivo. – Ele apontou. – Você não pode ficar feliz com isso?
Ela resistiu a tentação de lhe dar um soco.
- Você tem que entender que você tem limitações. Você não é imortal Jane.
- Isso? – Ele perguntou, apontando seus pontos. – Isso não é uma limitação. Isso é um arranhão.
- É o corte de uma facada! – Ela o corrigiu. – E se fosse um centímetro mais fundo e um centímetro mais para trás, provavelmente teria pegado um rim, e você teria sangrado até a morte!
Ele assentiu devagar.
- Eu vejo que estamos tendo um copo-meio-vazio hoje.
Ela rolou os olhos.
- Isso não é divertido. – Ela disse, seca.
- Você sabe o que não é divertido? – Ele a desafiou. – A maneira como você está brava comigo, e como você continua me chamando de “Jane”, quando, há alguns dias atrás você estava me chamando pelo meu primeiro nome, e declarando que tinha sentimentos íntimos por mim.
- Nós não vamos falar disso agora. – Ela disse, definitiva.
- Você falou a verdade? –Ele perguntou, ignorando a declaração anterior dela.
- Jane...
- Você faliu a verdade Teresa?
- Sim. – Ela murmurou. – Sim, eu falei. Feliz?
O sorriso que ele exibia só demonstrava o que ele disse.
- Extático!
- Mas isso não significa que ainda não é complicado. – Ela falou. – Eu falei a verdade sobre isso também.
- Não tem que ser. – Ele disse.
- O trabalho vem primeiro, Jane. – Ela o relembrou.
- O trabalho como um todo, ou só nesse caso? – Ele perguntou.
- O trabalho. – Ela confirmou. – O trabalho que consome a maior parte das horas acordadas de nossas vidas.
- Pelo menos nós estamos juntos quando temos que trabalhar. – Ele sorriu galanteador. – A maioria dos casais não podem dizer isso.
Ela franziu a testa.
- Nós não somos um casal. Nós somos...
- O que nós somos? – Ele perguntou.
- Eu não sei. – Ela se apressou em dizer, tentando voltar ao outro assunto. – Jane, isso não é tão simples quanto você quer que seja...
- Sim, é sim. – Ele sorriu.
- Não, não é. – Ela balançou a cabeça. – Principalmente quando eu sei que você vai me afastar a cada vez que o nome de Red John aparecer em um caso.
- Isso não vai mais acontecer. – Ele a assegurou.
- E porque isso vai de repente mudar? – Ela perguntou, não acreditando ele.
- Porque Red John está morto. - Ele disse, simplesmente.
E a novidade que deveria fazê-la feliz, que deveria fazê-la se jogar nos braços dele, fizeram ao contrário. Ela ficou mais brava do que antes.
- Como é que é? – Ela perguntou, sua voz perigosamente baixa. Talvez ele estivesse enganado quando pensou que isso seria uma novidade boa para eles.
- Ele está morto. – Ele repetiu. – O corpo dele está no chão da minha cozinha, mas Cho está lidando com isso. – Ele a assegurou, antes que ela corresse e começasse a focar no caso.
Ela parecia ficar mais brava a cada palavra que ele dizia.
- Você me prometeu. – Ela disse, seu sangue fervendo.
- Eu prometi. – Ele disse. – E eu não o matei. – Ele se defendeu rapidamente. – Eu não matei, eu juro, eu sei que eu te prometi, então eu não matei. Cho matou.
- Cho. – Ela repetiu.
- Sim.
- Cho matou Red John.
- Bom, eu certamente não podia ter feito isso, já que eu estava com meus braços amarrados atrás de mim e uma faca na minha garganta. Cho chegou na minha casa e atirou no filho da puta antes que ele pudesse atravessar minha jugular com a faca, como ele estava planejando, e, quando o corpo caiu, ele ainda estava segurando a faca, e pegou em mim, como você pode ver. Então, Red John está morto. – Ele explicou. – As coisas são simples assim.
- Cho matou Red John. – Ela repetiu de novo.
- Sim, ele matou. – Ele confirmou. – E eu estou feliz por isso.
Ela franziu a sobrancelhas, claramente mais confusa.
- Você está?
Ele assentiu.
- Cho o matou porque era seu trabalho. Eu não o teria matado por causa do trabalho. Se é que vale de algo.. Você estava certa. – Ele disse. –A vingança não teria mudado nada. Eu consigo ver isso agora.
E nessa hora, ela deu a ele um pequeno sorriso. Depois de todos os segredos que ela compartilhou com ele, significava muito para ela ouvir ele dizer aquilo.
- Eu fico feliz com isso. – Ela disse suavemente.
Agora que a raiva dela estava diminuindo, ele suspirou.
- Cho está ligando para Hightower. – Ele explicou. Eu acho que ela estará aqui em breve, então não temos muito tempo.
Ela franziu a testa um pouco.
- Tempo para que?
Ele a puxou para um beijo profundo, surpreendendo-a com a velocidade e a urgência com a qual ele a puxou para ele.
- Tempo de ser honestos um com o outro. – Ele disse, as palavras sussurradas contra os lábios dela de uma maneira que a fizeram tremer.
- Patrick. – Ela suspirou.
- Assim é melhor. – Ele sorriu. – Primeiros nomes de novo. Eu prefiro assim.
- O que você quer Patrick? – Ela sorriu diretamente para ele.
- Você quer a resposta longa ou a curta? – Ele perguntou.
- Eu quero a verdade.
Ele colocou uma mão na bochecha dela, a mantendo próxima dele, só para caso ela quisesse se afastar.
- A verdade é, eu quero passar todos os dias com você. – Ele disse honestamente. – Eu quero acordar do seu lado toda a manhã, e quero ir dormir nos seus braços todas as noites. Eu quero brigar pra ver quem vai lavar a louça e discutir sobre os nossos gostos de livros e filmes. Eu quero ser a pessoa que vai te beijar depois que te irritarem. Eu quero que você ria de mim por eu ter queimado o jantar, quero que seja você que grite comigo por eu não ter colocado minhas meias e minhas cuecas no cesto de roupas sujas, e quero que seja você que me force a sair da cama. Eu quero te ver dormir quando você estiver desesperada para ficar acordada, eu quero gastar meu tempo conhecendo todos os seus hábitos dos quais eu ainda não tenho conhecimento. eu quero poder te amar todos os dias e todas as horas. Eu quero nós. Eu e você.
Ela ficou em silêncio, e depois saiu de qualquer ilha de fantasias na qual estava enquanto ele falava.
- Parece que você pensou bastante nisso. – Foi a resposta dela, a primeira que lhe veio a cabeça. A primeira frase coerente que conseguiu formular.
- Eu não consegui parar de pensar nisso. – Ele disse. – Não desde aquela noite.
- Patrick. – Ela murmurou, hesitante por um momento.
- Você pediu a verdade. – Ele a relembrou. – E a verdade é que eu estou apaixonado por você Teresa. – Ela prendeu a respiração com isso. – E, se você conseguir olhar nos meus olhos e dizer que não sente o mesmo, eu nunca mais vou mencionar isso, mas eu preciso tentar, porque me mata toda a vez que eu chego perto de você. Estar perto de você e saber que eu não posso... – Ele ficou sem palavras, e terminou sua sentença beijando-a. quando ele se afastou, falou novamente. – Se você conseguir fazer aquilo, eu nunca mais falo nisso. Mas por favor... Fale algo.
Ela respondeu beijando-o ferozmente, esquecendo que eles ainda estavam na sala de intervalo, onde qualquer um poderia entrar e vê-los. Suas bocas estavam seladas, suas línguas dançavam. O beijo os moveu, emocionalmente e fisicamente. Quando Lisbon se afastou, ela estava sendo prensada contra o armário da pia, Jane a abraçando contra si. Ela nunca se imaginou numa situação como essa. Patrick Jane, seu consultor, ali, na cozinha da CBI, a abraçando, sem Red John, sem família, só os dois. Isso era um sonho. Mas ainda assim, ali estava ela, conjurando palavras de amor e comprometimento em seu ouvido.
- Então, isso significa... – Ele sussurrou, respirando pesadamente contra ela, quando eles se afastaram.
- Você sabe o que isso significa.
- Uau. – Ele respirou fundo.
Ela suspirou.
- Eu só não sei como isso vai funcionar.
- Isso também, é bem simples. – Ele a assegurou. – Você vai se render ao meu charme depois de todos esses anos e nós estaremos perdidamente apaixonados e vivendo felizes para sempre.
Ela sorriu, mas balançou a cabeça.
- Eu to falando sério, Patrick.
- Você acha que eu arriscaria tudo se eu não tivesse falando sério? – Ele perguntou a ela. – Vai ser difícil, e nós vamos ter que provar a todos que é isso que queremos e não é um erro, mas eu posso fazer isso. Eu posso defender a nossa relação. Lutando por nós. Eu vou lutar por nós se você estiver nisso comigo.
- Você me ama. – Ela sussurrou.
- Sim, eu amo. – Ele assentiu. – Eu te amo. – Ela ficou em silêncio. – Mas... você não me ama?
- Claro que sim. – Ela disse. – Mas é que... É uma palavra difícil pra mim dizer.
Ele riu suavemente.
- Você acha que foi fácil para eu dizer?
Ela sorriu tristemente, seus olhos longe.
- O único homem ao qual eu disse “eu te amo” roubou meu filho de dois anos, fez coisas indizíveis com ele e o deixou na rua. Eu disse a Mark que o amava e em resposta ele tirou meu Ben de mim e tirou a vida dele. – Ela colocou a mão na bochecha dele. – Eu sei que você não é o monstro que ele era e que você nunca faria algo assim, mas eu não fui capaz de dizer essas palavras desde aquilo.
Ele assentiu.
- Desde que você se sinta dessa maneira.
- Você sabe que eu sinto. – Ela o assegurou, pressionando seus lábios para os dele mais uma vez.
Quando eles se separaram, ela suspirou profundamente, descansando sua cabeça no ombro dele.
- O unicórnio? – Ela perguntou.
- Oh. – Ele lembrou. Olhando por sobre seu ombro. – Era da minha filha. – Ele disse a ela.
- Porque você trouxe isso para cá?
Ele deu de ombros.
- Eu quis.
- Ok. – Ela aceitou.
- Ok? – Ele perguntou.
- Está realmente tudo acabado, não? – Ela se deu conta. – Ele realmente se foi.
- Sim, ele foi.
Ele sentiu ela sorrir contra seu ombro.
- É muito bom saber que eu não vou ser assassinada.
- É. – Ele assentiu, colocando seus braços em volta dela. – É um grande alivio pra mim também.
Depois de muita insistencia por parte da Pri, e um pouquinho de trabalho, espero não ter demorado muito pra postar o cap novo!
Aqui vai! O último!
Depois desse tem só o epílogo (:
Reta final!
Enjoy!
CAPÍTULO 8
Jane continuou sorrindo até entrarem no elevador da CBI. Então, ele começou a se sentir nervoso. Ele sempre teve essa tremedeira, algo como um sexto-sentido, sempre que Lisbon iria brigar com ele. Ele já estava acostumado com isso, e as vezes usava isso para evitar as brigas, mas hoje era diferente – não havia como sair disso, porque, quanto mais ele evitasse, maior seria a briga quando Lisbon o encontrasse.
- Você vai contar a Lisbon. – Cho disse, como se quem tivesse os superpoderes de observação fosse ele. E não era um pedido, era uma ordem.
Jane fez uma careta, agarrando-se mais ao unicórnio de pelúcia da filha.
- Eu não quero contar a ela. – Ele argumentou fracamente.
- Ela vai saber só de olhar pra ti que você fez algo errado. – Cho contrapôs.
- Eu não fiz nada errado. – Jane se defendeu, mas o sangue em sua camisa e a presença do bicho debaixo de seu braço automaticamente o tornava suspeito. – Na verdade, eu fiz uma coisa boa hoje. – Ele se ostentou.
- Red John pode estar morto, mas Lisbon não sabe disso. – Ele disse. – A única coisa que ela sabe é que você deixou o prédio no meio de um caso do Red John, o que normalmente significa que você fez algo errado.
Quando as portas do elevador se abriram e eles pisaram no hall, Jane zombou:
- Bom, se ela esta com tantas suspeitas de eu ter feito algo errado, ela vai descobrir sozinha.
- Tem sangue na sua camisa. – Cho mostrou.
Jane olhou para si mesmo.
- Ah, isso ajuda. – Ele noticiou. – Agora eu, definitivamente, não vou ter que contar a ela.
- Me contar o que?
Os olhos de Jane se arregalaram um pouco enquanto Cho foi para sua mesa rapidamente, escapando antes que Lisbon pudesse trazê-lo para a equação. Jane, por outro lado, não podia fugir. Ele apenas se virou sobre seus pés para vê-la parada na entrada da cozinha. Ele olhou em volta por uma distração, não achou nenhuma. Então, se aproximou dela, cobrindo o sangue com a sua jaqueta e o unicórnio.
- Oi Lisbon. – Ele sorriu.
- Onde diabos você esteve? – Ela perguntou irritada. – Nós estamos no meio de um caso!
Oh, ela estava brava. Incrivelmente brava. Ele duvidava que a tivesse visto tão brava quanto naquele momento. Esse era um nive especial da raiva de Lisbon que normalmente se tentava deixar de lado. Mas agora ele estava sendo liberado – nele.
- É... Sobre isso...
- Você não está mais nele. – Ela respondeu rapidamente.
- Isso não será necessário...
- Já chega Jane.
Ele franziu a testa.
- Você ao menos quer saber o que eu fiz com a minha tarde? – Ele perguntou.
- Não. – Ela balançou a cabeça. – Se você me contar o que aconteceu, eu vou ter que fazer um relatório.
Ele se retesou por um momento, por causa do comentário dela. Ele sorriu tentador.
- Você tem certeza que não quer saber? – Ele perguntou de novo. – É muito bom.
Ela simplesmente o encarou.
- Você deveria estar aqui há duas horas para a gente se encontrar com Hightower sobre a conferência de imprensa.
- Eu sei.
- Você me prometeu que estaria na reunião, e você está atrasado. Atrasado duas horas. Hightower foi embora há uma hora! Me perdoe se isso não me deixa contente em te ver!
Ele levantou um dedo.
- Eu posso explicar isso.
- Eu mal posso esperar para ouvir. – Ela disse, se escorando em uma das mesas e cruzando os braços na frente do corpo.
Ele franziu a sobrancelha.
- Mas a um minuto atrás você não queria saber o que eu tinha feito.
- Eu só quero saber porque você está atrasado. – Ela disse a ele. – E, daqui a pouco, você vai ter que explicar o unicórnio. Mas agora, o atraso.
- Oh, ok. – Ele assentiu, abaixando um pouco o braço que segurava a jaqueta como uma proteção. Ele tocou a jaqueta na mesa mais próxima, a que ela estava escorada, colocando o unicórnio mais cuidadosamente em uma das cadeiras. Quando ele se ajeitou novamente, ela conseguiu ver todo o sangue que cobria sua camisa.
Ela enrijeceu.
- O que é isso? – Ela perguntou, pulando da mesa e diminuindo a distância entre eles, seu instinto fazendo-a automaticamente esticar as mãos para ver o machucado dele.
- Não, não me toque. – Ele disse, se afastando um pouco, mas ela ainda assim tentou ver. – Eu disse, não toque, mulher! – Ele a repreendeu discretamente, afastando a mão dela.
- Porque você está coberto de sangue? – Ela perguntou. – O que você fez?
- Eu não estou coberto de sangue. – Ele indeferiu. – Só tem um pouco de sangue na minha camiseta onde eu não pude lavar.
Os olhos dela se arregalaram, e, tirando a raiva, ele conseguia ver a preocupação emergir nos olhos dela.
- Um pouco? – Ela repetiu. – Então, tinha mais?
- Oh, tinha. – Ele confirmou.
- Me diz que você foi no pronto socorro. – Ela murmurou.
- Sim, eu fui. – Mesmo que essa fosse a resposta que ela queria ouvir, não era a que ela esperava, então, ela o encarou. – Ah, vamos. – Ele choramingou. – Você gostaria de ver os pontos feitos muito profissionalmente em mim, já que não acredita? – Ele perguntou. – Ou, quem sabe, você preferiria ver meus papéis de alta...
- Certo, eu acredito em você. – Ela acenou impaciente. – Agora, o que aconteceu?
Ele olhou para longe dela estranhamente.
- Eu prometi que estaria aqui para aquela reunião sobre Red John, então acredito que deveríamos ir para ela agora.
- Você prometeu que estaria aqui na hora. – Ela adicionou. – Além do que, a gente não pode ter aquela reunião sem a Hightower.
- Se você não se importa, eu gostaria de ter essa reunião sem a Hightower. – Ele explicou.
- Porque? – Ela perguntou, olhando para ele, desconfiada. Jane enrijeceu desconfortável, tremendo, um pouco por causa dos pontos, mas a maior parte foi um “eu vou entrar em problemas”. Lisbon reconheceu aquela expressão, e arregalou os olhos, incrédula. – Jane, o que você fez? – Ela perguntou. – Você... Você foi atrás dele, não foi?
- O que? – Ele perguntou inocentemente.
- Você foi atrás do Red John. – Ela repetiu, não mais como uma pergunta.
- Não! – Ele se defendeu. – Como você sabe que eu não me bati em uma mesa, ou algo?
Ela abriu a camisa dele com uma estranha prática, e inspecionou os pontos que já estavam a mostra, pois ele colocou a desconfortável gaze para longe.
- Porque você tem um corte que é exatamente igual ao de uma faca com cinco pontos. Ninguém ganha um desses ao bater em uma mesa. – Ela balançou a cabeça incrédula. – Eu não consigo acreditar nisso. Você mentiu pra mim! De novo!
Ele deu de ombros.
- Eu fui ao pronto socorro, nada de danos...
- Nada de danos? – Ela perguntou, em choque.
- Ok, foi uma ideia estúpida. – Ele disse. – Eu posso admitir isso.
- Isso é um eufemismo. Você é um idiota, Jane.
- Como Cho me disse, e depois a enfermeira do pronto socorro, e depois Cho de novo. – Ele confirmou, cuidadoso, observando os olhos dela. – Você está brava comigo.
- Sim.
- Eu só estava tentando ajudar. – Ele explicou.
- Isso poderia ter custado sua vida! – Ela argumentou.
- Ah. – Ele se deu conta. – Você está preocupada.
Ela indicou o sangue na camisa dele.
- Você desapareceu e me vem horas depois com sangue na sua camisa e não quer que eu fique preocupada?
Ele levantou um dedo.
- Tecnicamente, não é a primeira vez...
- Você precisa parar de ser tão descuidado. – Ela disse.
- Teresa, se eu tivesse sido descuidado, eu estaria morto agora. – Ele disse a ela solenemente.
Com isso, houve um silêncio definitivo, um que ficou no ar por algum tempo. Sem perguntar, ela assumiu que, houve um encontro com Red John, e, Jane, de alguma forma, por razões que ela ainda não tinha certeza, escapou vivo e com cinco pontos para contar história. Ela considerou isso outro aviso, de que Jane havia cruzado o limite de o quão perto Red John queria que ele estivesse. Mas agora, ela estava segura de que algo mais havia acontecido.
- Me conte o que aconteceu. – ela ordenou.
Ele evitou os olhos dela, olhando a sala em volta.
- Você não queria saber. – Ele a lembrou.
- Isso foi antes de você me dizer que poderia estar morto. – Ela disse. – Agora, eu quero saber, e você vai me contar tudo, ou eu juro por Deus que vou te colocar de novo no hospital antes que ele te mande para um necrotério.
Aquilo foi claro, mas desnecessário.
- Isso não vai acontecer. – Ele a assegurou com seu sorriso confiante.
- Não dessa vez! – Ela exclamou. – Você mesmo disse que ele está por ai pronto para te pegar!
- E eu estou vivo. – Ele apontou. – Você não pode ficar feliz com isso?
Ela resistiu a tentação de lhe dar um soco.
- Você tem que entender que você tem limitações. Você não é imortal Jane.
- Isso? – Ele perguntou, apontando seus pontos. – Isso não é uma limitação. Isso é um arranhão.
- É o corte de uma facada! – Ela o corrigiu. – E se fosse um centímetro mais fundo e um centímetro mais para trás, provavelmente teria pegado um rim, e você teria sangrado até a morte!
Ele assentiu devagar.
- Eu vejo que estamos tendo um copo-meio-vazio hoje.
Ela rolou os olhos.
- Isso não é divertido. – Ela disse, seca.
- Você sabe o que não é divertido? – Ele a desafiou. – A maneira como você está brava comigo, e como você continua me chamando de “Jane”, quando, há alguns dias atrás você estava me chamando pelo meu primeiro nome, e declarando que tinha sentimentos íntimos por mim.
- Nós não vamos falar disso agora. – Ela disse, definitiva.
- Você falou a verdade? –Ele perguntou, ignorando a declaração anterior dela.
- Jane...
- Você faliu a verdade Teresa?
- Sim. – Ela murmurou. – Sim, eu falei. Feliz?
O sorriso que ele exibia só demonstrava o que ele disse.
- Extático!
- Mas isso não significa que ainda não é complicado. – Ela falou. – Eu falei a verdade sobre isso também.
- Não tem que ser. – Ele disse.
- O trabalho vem primeiro, Jane. – Ela o relembrou.
- O trabalho como um todo, ou só nesse caso? – Ele perguntou.
- O trabalho. – Ela confirmou. – O trabalho que consome a maior parte das horas acordadas de nossas vidas.
- Pelo menos nós estamos juntos quando temos que trabalhar. – Ele sorriu galanteador. – A maioria dos casais não podem dizer isso.
Ela franziu a testa.
- Nós não somos um casal. Nós somos...
- O que nós somos? – Ele perguntou.
- Eu não sei. – Ela se apressou em dizer, tentando voltar ao outro assunto. – Jane, isso não é tão simples quanto você quer que seja...
- Sim, é sim. – Ele sorriu.
- Não, não é. – Ela balançou a cabeça. – Principalmente quando eu sei que você vai me afastar a cada vez que o nome de Red John aparecer em um caso.
- Isso não vai mais acontecer. – Ele a assegurou.
- E porque isso vai de repente mudar? – Ela perguntou, não acreditando ele.
- Porque Red John está morto. - Ele disse, simplesmente.
E a novidade que deveria fazê-la feliz, que deveria fazê-la se jogar nos braços dele, fizeram ao contrário. Ela ficou mais brava do que antes.
- Como é que é? – Ela perguntou, sua voz perigosamente baixa. Talvez ele estivesse enganado quando pensou que isso seria uma novidade boa para eles.
- Ele está morto. – Ele repetiu. – O corpo dele está no chão da minha cozinha, mas Cho está lidando com isso. – Ele a assegurou, antes que ela corresse e começasse a focar no caso.
Ela parecia ficar mais brava a cada palavra que ele dizia.
- Você me prometeu. – Ela disse, seu sangue fervendo.
- Eu prometi. – Ele disse. – E eu não o matei. – Ele se defendeu rapidamente. – Eu não matei, eu juro, eu sei que eu te prometi, então eu não matei. Cho matou.
- Cho. – Ela repetiu.
- Sim.
- Cho matou Red John.
- Bom, eu certamente não podia ter feito isso, já que eu estava com meus braços amarrados atrás de mim e uma faca na minha garganta. Cho chegou na minha casa e atirou no filho da puta antes que ele pudesse atravessar minha jugular com a faca, como ele estava planejando, e, quando o corpo caiu, ele ainda estava segurando a faca, e pegou em mim, como você pode ver. Então, Red John está morto. – Ele explicou. – As coisas são simples assim.
- Cho matou Red John. – Ela repetiu de novo.
- Sim, ele matou. – Ele confirmou. – E eu estou feliz por isso.
Ela franziu a sobrancelhas, claramente mais confusa.
- Você está?
Ele assentiu.
- Cho o matou porque era seu trabalho. Eu não o teria matado por causa do trabalho. Se é que vale de algo.. Você estava certa. – Ele disse. –A vingança não teria mudado nada. Eu consigo ver isso agora.
E nessa hora, ela deu a ele um pequeno sorriso. Depois de todos os segredos que ela compartilhou com ele, significava muito para ela ouvir ele dizer aquilo.
- Eu fico feliz com isso. – Ela disse suavemente.
Agora que a raiva dela estava diminuindo, ele suspirou.
- Cho está ligando para Hightower. – Ele explicou. Eu acho que ela estará aqui em breve, então não temos muito tempo.
Ela franziu a testa um pouco.
- Tempo para que?
Ele a puxou para um beijo profundo, surpreendendo-a com a velocidade e a urgência com a qual ele a puxou para ele.
- Tempo de ser honestos um com o outro. – Ele disse, as palavras sussurradas contra os lábios dela de uma maneira que a fizeram tremer.
- Patrick. – Ela suspirou.
- Assim é melhor. – Ele sorriu. – Primeiros nomes de novo. Eu prefiro assim.
- O que você quer Patrick? – Ela sorriu diretamente para ele.
- Você quer a resposta longa ou a curta? – Ele perguntou.
- Eu quero a verdade.
Ele colocou uma mão na bochecha dela, a mantendo próxima dele, só para caso ela quisesse se afastar.
- A verdade é, eu quero passar todos os dias com você. – Ele disse honestamente. – Eu quero acordar do seu lado toda a manhã, e quero ir dormir nos seus braços todas as noites. Eu quero brigar pra ver quem vai lavar a louça e discutir sobre os nossos gostos de livros e filmes. Eu quero ser a pessoa que vai te beijar depois que te irritarem. Eu quero que você ria de mim por eu ter queimado o jantar, quero que seja você que grite comigo por eu não ter colocado minhas meias e minhas cuecas no cesto de roupas sujas, e quero que seja você que me force a sair da cama. Eu quero te ver dormir quando você estiver desesperada para ficar acordada, eu quero gastar meu tempo conhecendo todos os seus hábitos dos quais eu ainda não tenho conhecimento. eu quero poder te amar todos os dias e todas as horas. Eu quero nós. Eu e você.
Ela ficou em silêncio, e depois saiu de qualquer ilha de fantasias na qual estava enquanto ele falava.
- Parece que você pensou bastante nisso. – Foi a resposta dela, a primeira que lhe veio a cabeça. A primeira frase coerente que conseguiu formular.
- Eu não consegui parar de pensar nisso. – Ele disse. – Não desde aquela noite.
- Patrick. – Ela murmurou, hesitante por um momento.
- Você pediu a verdade. – Ele a relembrou. – E a verdade é que eu estou apaixonado por você Teresa. – Ela prendeu a respiração com isso. – E, se você conseguir olhar nos meus olhos e dizer que não sente o mesmo, eu nunca mais vou mencionar isso, mas eu preciso tentar, porque me mata toda a vez que eu chego perto de você. Estar perto de você e saber que eu não posso... – Ele ficou sem palavras, e terminou sua sentença beijando-a. quando ele se afastou, falou novamente. – Se você conseguir fazer aquilo, eu nunca mais falo nisso. Mas por favor... Fale algo.
Ela respondeu beijando-o ferozmente, esquecendo que eles ainda estavam na sala de intervalo, onde qualquer um poderia entrar e vê-los. Suas bocas estavam seladas, suas línguas dançavam. O beijo os moveu, emocionalmente e fisicamente. Quando Lisbon se afastou, ela estava sendo prensada contra o armário da pia, Jane a abraçando contra si. Ela nunca se imaginou numa situação como essa. Patrick Jane, seu consultor, ali, na cozinha da CBI, a abraçando, sem Red John, sem família, só os dois. Isso era um sonho. Mas ainda assim, ali estava ela, conjurando palavras de amor e comprometimento em seu ouvido.
- Então, isso significa... – Ele sussurrou, respirando pesadamente contra ela, quando eles se afastaram.
- Você sabe o que isso significa.
- Uau. – Ele respirou fundo.
Ela suspirou.
- Eu só não sei como isso vai funcionar.
- Isso também, é bem simples. – Ele a assegurou. – Você vai se render ao meu charme depois de todos esses anos e nós estaremos perdidamente apaixonados e vivendo felizes para sempre.
Ela sorriu, mas balançou a cabeça.
- Eu to falando sério, Patrick.
- Você acha que eu arriscaria tudo se eu não tivesse falando sério? – Ele perguntou a ela. – Vai ser difícil, e nós vamos ter que provar a todos que é isso que queremos e não é um erro, mas eu posso fazer isso. Eu posso defender a nossa relação. Lutando por nós. Eu vou lutar por nós se você estiver nisso comigo.
- Você me ama. – Ela sussurrou.
- Sim, eu amo. – Ele assentiu. – Eu te amo. – Ela ficou em silêncio. – Mas... você não me ama?
- Claro que sim. – Ela disse. – Mas é que... É uma palavra difícil pra mim dizer.
Ele riu suavemente.
- Você acha que foi fácil para eu dizer?
Ela sorriu tristemente, seus olhos longe.
- O único homem ao qual eu disse “eu te amo” roubou meu filho de dois anos, fez coisas indizíveis com ele e o deixou na rua. Eu disse a Mark que o amava e em resposta ele tirou meu Ben de mim e tirou a vida dele. – Ela colocou a mão na bochecha dele. – Eu sei que você não é o monstro que ele era e que você nunca faria algo assim, mas eu não fui capaz de dizer essas palavras desde aquilo.
Ele assentiu.
- Desde que você se sinta dessa maneira.
- Você sabe que eu sinto. – Ela o assegurou, pressionando seus lábios para os dele mais uma vez.
Quando eles se separaram, ela suspirou profundamente, descansando sua cabeça no ombro dele.
- O unicórnio? – Ela perguntou.
- Oh. – Ele lembrou. Olhando por sobre seu ombro. – Era da minha filha. – Ele disse a ela.
- Porque você trouxe isso para cá?
Ele deu de ombros.
- Eu quis.
- Ok. – Ela aceitou.
- Ok? – Ele perguntou.
- Está realmente tudo acabado, não? – Ela se deu conta. – Ele realmente se foi.
- Sim, ele foi.
Ele sentiu ela sorrir contra seu ombro.
- É muito bom saber que eu não vou ser assassinada.
- É. – Ele assentiu, colocando seus braços em volta dela. – É um grande alivio pra mim também.
Página 2 de 3 • 1, 2, 3
Tópicos semelhantes
» Tell No One - Jisbon/Jello
» I Me You I'm Your [COMPLETA]
» A Couch Tale - One-Shot - Jello/Jisbon
» O dia de amanhã - NC/17 [COMPLETA]
» Concorrência - PG-13 [COMPLETA]
» I Me You I'm Your [COMPLETA]
» A Couch Tale - One-Shot - Jello/Jisbon
» O dia de amanhã - NC/17 [COMPLETA]
» Concorrência - PG-13 [COMPLETA]
Página 2 de 3
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos