Tell No One - Jisbon/Jello
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teresa janes
P.Schoeller
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Tell No One - Jisbon/Jello
Gente! OLHA EU AQUI DE NOVO! AAAAAAAAAAAAAH! ME MATEM, EU NÃO CONSEGUIA MAIS ENTRAR NA MINHA CONTA! AAAAAAAAAAAAAAH! EU ESTAVA SURTANDO! mas bem, Eu fiquei o ano inteiro escrevendo uma fic (: E agra eu to aqui postando ela. Espero que gostem (: Agora que é verão, ey vou postar bem seguidinho (: bjs.
Categoria: Fanfiction
Nome: Tell No One
Autora: Patty Schoeller
Shipper: Jane/Lisbon
Gênero: Ação/Drama
Classificação: ND
Capítulos: +/- 40 (é comprida. Preparem-se para uma viagem no mundo Jisbon.)
POV: 1ª Pessoa/3ª Pessoa (Jane’s POV, as vezes Lisbon’s POV, as vezes é 3ª pessoa, mas vai ser avisado no capítulo.)
Terminada: Não
Beta: Hellen
Sinopse: Há oito anos, enquanto comemoravam o aniversário do seu primeiro beijo, Patrick Jane e sua esposa, Teresa Lisbon, sofreram um terrível ataque. Ele foi golpeado e caiu no lago inconsciente e ela foi raptada e brutalmente assassinada por um Red John.
O caso volta à tona quando a polícia encontra dois corpos enterrados perto do local do crime, junto com o taco de beisebol usado para nocautear Jane. Ao mesmo tempo, o consultor da CBI recebe um e-mail, que, aparentemente, só pode ter sido enviado por sua esposa.
Esses novos fatos fazem ressurgir inúmeras perguntas sem resposta: Como Jane havia conseguido sair do lago? Lisbon está viva? E, se estivesse, de quem era o corpo enterrado oito anos antes? Por que ela demorou tanto para entrar em contato com ele?
Na mira do FBI e da CBI como principal suspeito da morte da esposa e caçado por um perigosíssimo assassino de aluguel, Jane contará apenas com o apoio da sua amiga e agente Grace Van Pelt, da célebre advogada Hellen Aycox e de um traficante de drogas para descobrir toda a verdade e provar sua inocência.
Observações: A história é baseada no livro “Tell No One”, de Harlan Coben. Cho não vai aparecer muito na fanfic. A história é um pouco diferente do seriado.
Gostaram da Sinopse? Se depender posto hj o primeiro cap (: bjsbjs. Saudades desse povo daqui <3
Categoria: Fanfiction
Nome: Tell No One
Autora: Patty Schoeller
Shipper: Jane/Lisbon
Gênero: Ação/Drama
Classificação: ND
Capítulos: +/- 40 (é comprida. Preparem-se para uma viagem no mundo Jisbon.)
POV: 1ª Pessoa/3ª Pessoa (Jane’s POV, as vezes Lisbon’s POV, as vezes é 3ª pessoa, mas vai ser avisado no capítulo.)
Terminada: Não
Beta: Hellen
Sinopse: Há oito anos, enquanto comemoravam o aniversário do seu primeiro beijo, Patrick Jane e sua esposa, Teresa Lisbon, sofreram um terrível ataque. Ele foi golpeado e caiu no lago inconsciente e ela foi raptada e brutalmente assassinada por um Red John.
O caso volta à tona quando a polícia encontra dois corpos enterrados perto do local do crime, junto com o taco de beisebol usado para nocautear Jane. Ao mesmo tempo, o consultor da CBI recebe um e-mail, que, aparentemente, só pode ter sido enviado por sua esposa.
Esses novos fatos fazem ressurgir inúmeras perguntas sem resposta: Como Jane havia conseguido sair do lago? Lisbon está viva? E, se estivesse, de quem era o corpo enterrado oito anos antes? Por que ela demorou tanto para entrar em contato com ele?
Na mira do FBI e da CBI como principal suspeito da morte da esposa e caçado por um perigosíssimo assassino de aluguel, Jane contará apenas com o apoio da sua amiga e agente Grace Van Pelt, da célebre advogada Hellen Aycox e de um traficante de drogas para descobrir toda a verdade e provar sua inocência.
Observações: A história é baseada no livro “Tell No One”, de Harlan Coben. Cho não vai aparecer muito na fanfic. A história é um pouco diferente do seriado.
Gostaram da Sinopse? Se depender posto hj o primeiro cap (: bjsbjs. Saudades desse povo daqui <3
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
Patty posta por favoooooooooooorrrrrrrrrrr!!!!!!!!!!!!! estou aqui na espera,quero muiiiiiiiiiiiiiiiiiiito posta ,posta.
teresa janes- Detetive Novato
- Data de inscrição : 23/07/2010
Mensagens : 284
Humor : fico bem humorada quando estou assistindo The Mentalist
Localização : Ibitinga
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
Heya (:
Bem, aqui vai o primeiro cap, pra vcs erem o que acham! Bjs!
E EU TENHO UM COMUNICADO! Preciso urgentemente de uma Beta! Quem quiser se candidatar ao cargo fale cmg. kkk (:
1
A minha vida estava acabada. Eu tinha perdido minha filha e minha esposa para o Red John e nada poderia mudar aquilo. Nada. Essa era a única coisa sobre a qual eu estava certo.
Eu achava que nada mais faria sentido em minha vida, que eu nunca mais teria felicidade, nunca mais poderia ter um amor pra chamar de meu, nem uma casa, nem uma família. Mas ela mudou todos os meus conceitos.
Ela me mudou.
Ela chegou sem pedir licenças, de mansinho, quando eu estava quase desistindo. Ela foi meu pilar, minha força, meu alicerce. Ela foi meu tudo.
Teresa Elizabeth Lisbon, minha segunda chance.
Meu segundo erro.
- x -
Quando nos conhecemos eu tinha 31 anos e ela 30. Ela estava recém começando na CBI. Praticamente “crescemos” ali dentro, eu e ela, juntos. Construímos nossa fama juntos. Famas muito diferentes, claro. A minha, de “louco”, “fora da lei”, alienado, sem escrúpulos, infantil, imbecil, ridículo, idiota, odiado por todos.... como você quiser, e a dela de boa chefe, esta que, por sinal, estava se perdendo por causa da minha fama. Mas eu não deixaria aquilo acontecer. Claro que eu precisava dos meus truques para resolver os casos, e a equipe não seria nada sem mim, mas eu me importava com Lisbon. E aos poucos, sem eu me dar conta, ela foi tomando conta de mim. De todo meu eu. Com o tempo, ela passou a ser minha única razão de viver. Ela era meu tudo.
Mas eu não podia aceitar isso. Eu não merecia isso. Eu havia falhado em proteger minha esposa e minha filha, e elas acabaram sendo assassinadas por Red John, e eu não poderia deixar isso acontecer novamente. Não. Eu tinha que me afastar, deixa-la seguir com a vida dela. Casar, ter filhos, ser feliz. Ela merecia isso. E eu merecia ficar ali, miserável, me consumindo pelo resto dos meus dias, precisando achar e matar o desgraçado que acabou com a minha vida uma vez.
O problema é que, quanto mais eu me afastava, sem eu perceber, eu fazia ela querer se aproximar mais. Ela entrava cada vez mais fundo em mim. Eu estava fazendo exatamente o contrário de tudo que eu queria. E, sem perceber, ela também se abria mais para mim. Então, eu me superei, fazendo a escolha mais idiota da minha vida. E a melhor.
Eu desisti. Deixei ela entrar de vez na minha vida, deixei ela tomar conta, me deixei apaixonar. Deixei ela fazer eu esquecer todo o meu ódio e o meu rancor, deixei ela me amar, me deixei amá-la, deixei ela me dar vida.
E essa foi a melhor escolha que já fiz na minha vida.
E, acabou se tornando a mais idiota.
Eu lembro do nosso primeiro beijo.
Lisbon era minha amiga. Teresa era minha melhor amiga. Aquela foi a primeira vez que ela tinha me deixado chamá-la pelo nome. Na verdade, ela nunca tinha me xingado, mas eu tampouco tinha tentando.
Nós sempre passamos os finais de expediente juntos, ela tomando seu café e eu tomando meu chá. Eu, às vezes, a levava para jantar, porque sabia que ela não havia comido o dia inteiro. Ela ia. Reclamando, mas ia.
E estávamos nessa rotina há dois anos.
Minelli iria passar o final de semana com a esposa na sua casa em Fort Jones, uma cidadezinha bem aconchegante. Ele convidara os filhos, mas como nenhum poderia ir, então, ele convidou nós dois. Na verdade, ele convidou Lisbon. E ela achou que eu precisava de um tempo do trabalho, então ela me convidou. Na verdade ela me arrastou, mas mesmo assim.
E pra deixar bem claro, eu revirei todo o regulamento da CBI. Não dizia nada sobre sair com consultores. Só com outros agentes. Eu tinha ido prevenido.
Eu estava conhecendo um lado completamente diferente dela. Eu sabia que não existia só a Lisbon do trabalho, a chefe durona, fechada e forte que eu conhecia. Sabia que por dentro daquela casca havia uma Teresa apaixonada por livros de romance, filmes de comédia romântica, Spice Girls e encontros românticos. Sim, ela adorava romances. Eu cansei de vê-la escondendo as lágrimas enquanto víamos O Diário de Uma Paixão, quase uma vez por mês. Era o filme favorito dela. Eu já tinha uma ideia disso, pela maneira como ela agia e pelas dicas que fui pegando do comportamento dela, mas só tive certeza absoluta depois de um tempo. Eu comecei a conhecer aquele lado dela naquele final de semana. Ela era encantadora. Eu me dei conta que não amava só uma parte dela. Mas todas. Todas as partes dela. E a partir daquele dia eu me dei conta de que já era tarde demais. E eu não queria voltar atrás, queria ficar com ela ali para sempre.
Então, no domingo à tarde, preparei um piquenique. Atrás da casa de Minelli havia um bosque, podemos dizer assim. Eu havia encontrado uma grande clareira, linda. Ela também adorava natureza. Eu já sabia disso, por isso tinha preparado todo aquele encontro. Sempre que ela podia, quando tinha uma folga, ela ia ficar ao ar livre. Então decidi que ali seria perfeito.
Ela estava com um vestido amarelo e uma sapatilha vermelha. Seus cabelos pretos ondulados soltos por suas costas e a franja tapando a testa. Ela estava linda. Eu estava com uma camiseta branca e uma calça jeans. Ela não me deixara nem chegar perto de uma roupa social naquele final de semana.
- Nossa, Jane, como você sabia que eu ia adorar isso aqui? – Ela disse, olhando em volta, sorrindo. Eu havia colocado a toalha embaixo de uma grande árvore e as coisas ali em cima. Sentamos e ela tirou os sapatos.
- Eu já lhe disse Teresa, que nossas mentes estão interligadas. - Enfatizei o nome dela, para mostra-la que queria intimidade. - Posso dizer o que está pensando agora mesmo. - Sorri convencido. Claro que não podia, mas pela reação dela eu poderia ter uma ideia.
- Corta essa, Patrick. – Ela disse, também enfatizando meu nome, mas dando uma risadinha nervosa. Eu não saberia dizer ao certo, mas ela pensou algo sobre mim.
- Você pensou “Jane, você é o homem mais lindo da face da terra, obrigado por ter preparado isso tudo para mim”. – Eu disse, jogando charme.
Não me levem a mal, eu não esqueci da minha esposa. Ou da minha incessante busca por Red John. Eu tampouco esqueci a minha filha. O problema - ou melhor, a solução – é que quando eu estava com ela, eu não conseguia pensar em mais nada, a não ser nela. O jeito como ela sorria, como falava, como mexia no cabelo. Seu cheiro de canela, seus olhos verdes que me faziam sentir borboletas no estômago. Eu me sentia um adolescente novamente. Eu nunca havia me sentido daquele jeito. Nem com Angela. Entendam: eu amava Angela. Com todas as minhas forças. Principalmente depois que ela me deu Charlotte. Mas o que eu sentia por Lisbon era diferente. Eu não sei o que era. Olha que ironia. Eu, Patrick Jane, sem saber alguma coisa.
Ela riu, gostosamente.
- Com certeza, Jane. – Ela disse, irônica, porém, ao mesmo tempo, dando um sorrisinho divertido.
- Oh, eu sei que foi isso que pensou! – Eu disse. Ela fez que não com a cabeça, continuando a rir. – Eu sei que foi! – Ela só negava. E eu decidi ceder ao meu impulso.
E a beijei.
A principio, ela ficou parada. Acho que ela não sabia como reagir. Ela também tentou me afastar, e eu não deixei. Mas logo depois cedeu e correspondeu ao beijo. Se tornou um beijo apaixonado e calmo. Ficamos assim até eu me afastar para respirar. A primeira coisa que senti, foi o peso da mão dela no meu rosto. Por essa eu não esperava.
Ela se levantou e começou a ir embora. Eu a segui.
- Ei, Teresa, espera! – Eu disse, segurando seu braço.
- Me larga Jane. Não me chame de Teresa. – Ela disse, sem se virar.
- Desculpa, não era a minha intenção. Eu achei que você fosse gostar também. E... acho que gostou. – Eu disse, abrindo um sorriso.
Péssimo erro.
Isso só aumentou a raiva dela.
- Quem você pensa que eu sou Jane? Uma dessas qualquer que sai por aí cedendo ao seu charme? Qualquer uma que você vai levar pra cama? Qualquer uma que...
Eu só queria fazê-la parar. Eu queria mostrar que não era aquilo que eu queria. Eu quis colocar naquele beijo, tudo o que eu sentia. Como, devagar, sem querer, ela foi penetrando a minha casca, a muralha que eu tinha construído para ninguém se aproximar. Como mesmo sem querer, ela acabou se abrindo para mim também. Como aquela mulher durona e séria era a pessoa que me fazia sorrir todos os dias. Como eu queria tê-la comigo todos os dias.
E acho que consegui.
Parei o beijo e encostei nossas testas. Sorri para ela. Ela continuou séria
- Desculpa pelo que eu disse. Eu sei que você não sai por aí indo pra cama com todas as mulheres que você vê pela frente, e que para muitas seu charme é irresistível, mas eu estava com raiva. Você não pode sair por aí agarrando as mulheres desse jeito Jane.
- E eu não vou. – Dei meu melhor sorriso pra ela. Acho que ela entendeu o que eu queria.
Olhei para o relógio e ela acompanhou meu olhar. Eram três e quinze da tarde. Estávamos lá a exatamente vinte minutos. Ela olhou pra mim e riu.
- Três e quinze. A hora do beijo.
Aquela tarde foi maravilhosa. A última coisa que lembro de ter feito antes de sair ali, foi pegar uma pedrinha e riscar na árvore.
O risco simbolizava que aquele era o nosso primeiro beijo. Prometi a ela que todo o ano voltaria ali para beijá-la mais uma vez embaixo daquela árvore e marcar mais um risco. Sempre as 3:15pm. Sempre na hora do beijo.
Ela sorriu e me beijou de novo.
Nos casamos quando eu tinha 37 anos e ela 36. Ela estava linda, de branco, com o cabelo preso num coque bem feito, com uma espécie de tiara na cabeça. Ela estava entrando na igreja de braços dados com Minelli. Ele havia saído da CBI um ano antes de casarmos, logo depois da morte de Bosco. Ela queria que o casamento fosse na igreja. Esse era o sonho de sua mãe, ela havia me dito. Enquanto eu a via sorrindo e entrando na igreja, lembrei de como havia proposto a ela.
Já havia se passado quatro anos desde o nosso primeiro beijo. Estávamos “namorando” desde então. E estávamos de volta aonde havíamos dado o nosso primeiro passo. Eu a abraçava pelos ombros. Era uma tarde quente. Ela vestia uma bermuda e uma camiseta qualquer. Eu usava uma calça jeans e uma camisa. Peguei um canivete que havia trazido comigo e fiz o 4º risco na árvore.
- Sabe, por mais que você não queira admitir, acho que você também gosta desse romantismo todo.
Eu só ri. Eu gostaria de tudo que a fizesse feliz. Tudo.
- Sabe Teresa, pelo quarto ano estamos aqui. E, hoje, eu posso afirmar com certeza que eu te amo. – Eu disse, olhando nos olhos dela. Eles brilhavam. Tinham uma vivacidade que sempre me surpreendia. – E quero dar esse passo no mesmo lugar em que tudo começou. – Eu me ajoelhei e tirei uma caixinha do bolso. Ela tinha lágrimas nos olhos. – Teresa Elizabeth Lisbon, quer ser a mulher da minha vida? – Eu disse, abrindo a caixinha para exibir um anel de ouro encrustado com pedrinhas minúsculas e brilhantes.
- Sim. – Ela disse baixinho. As lágrimas rolavam soltas pelo seu rosto.
- Quer brigar pela cor da pintura da parede, pelas toalhas atiradas no chão, as meias e as cuecas fora do lugar?
- Sim! – Ela disse um pouco mais alto.
- Quer ter filhos, netos, bisnetos, e ver eles crescerem enquanto ficamos velhinhos juntos? – Eu tinha me levantado e estava de pé na frente dela.
- Sim! – Ela quase gritava agora. As lágrimas rolavam soltas pelo seu rosto. Ela segurava meu rosto com as mãos.
- Quer ser minha para todo o sempre?
E nessa hora, ela me beijou. Foi o melhor beijo de toda a minha vida. Foi rápido, mas mesmo assim, transmitia tudo o que sentimos um pelo outro.
- Eu já sou sua, Patrick. Para todo o sempre.
Eu sorri ao relembrar aquilo. Levantei meu rosto.
Ela olhava diretamente para mim. Seus olhos verdes estavam brilhando com as lágrimas que teimavam em aparecer. Ela era uma das mulheres mais linda que eu já havia visto.
E eu a amava. Com todo o meu coração, e com toda a minha alma.
Quando ela falou “eu aceito”, achei que meu coração fosse explodir. Eu mal podia esperar pelo momento em que o padre diria que eu podia beijá-la. Ela estava tão linda, tão radiante. Quando foi minha vez de falar que a aceitava como minha esposa, acho que me afobei um pouco e falei alto demais e forte demais. Todos riram. Mas eu não me importava. A mulher da minha vida estava ali. E eu a amava com todas as minhas forças. Com todo o meu ser. Eu a puxei para meus braços logo após ouvir as palavras do padre e a beijei com força. Queria mais uma vez poder dizer o quanto a amava. E que eu seria dela também. Para todo e todo o sempre.
Não importava o que acontecesse.
Fazia três meses que havíamos nos casado. E estava na hora de voltar a árvore do nosso primeiro beijo. Fomos lá, eu e ela. Decidimos ir à noite dessa vez. Acho que ela queria algo mais emocionante. Como se já não fosse emocionante o suficiente correr atrás de bandidos dia e noite. Fizemos o risco e nos beijamos. Um pouco mais para frente, havíamos descoberto dois anos atrás, havia um lago. Decidimos ir até lá.
- As estrelas estão lindas. – Ela disse, olhando para o céu.
- Não tão lindas quanto você. – Eu sabia que aquilo era clichê, mas eu adorava ver como a deixava quando a elogiava: sem jeito. Envergonhada.
- Jane! – Ela bateu no meu braço. Esse já havia virado nosso apelido carinhoso: Jane e Lisbon.
Ela sempre media a força para me bater. Eu sabia disso. Ela podia ser menor que eu, mas se quisesse, eu estava no chão, com as mãos atrás da cabeça em dois segundos.
- Vamos nadar? – Eu sorri para ela, indo até o píer que havia ali na beirada do lago com pressa.
Ele era de madeira, não muito fundo. Antes de chegar até ali, havia uma cabana que estava abandonada. Eu e Lisbon havíamos reformado o lugar e colocado mobília e linhas telefônicas ali. Havia ficado perfeito. A usávamos sempre que queríamos fazer algo mais especial.
- Você está louco, Patrick? Não podemos nadar aqui! – Ela disse, automaticamente tomando sua pose de chefe e mudando seu tom de voz, como quando dá uma ordem. – Pelo menos não a essa hora. – Ela disse, mais séria ainda. Sorri para ela, tirei minha camisa, meus sapatos e minhas calças e me joguei só de boxer na água. Estava um pouco gelada, mas nada que eu não pudesse aguentar. Modéstia a parte, eu era um ótimo nadador. Na verdade, eu era ótimo em quase tudo. Mas isso não vem ao caso.
Ela ficou de pé na beira do píer, me olhando com reprovação.
- Jane, eu posso prender você. – Ela disse séria, com aquele seu olhar de matar. Mas eu sabia que ela não faria isso. E afinal, ela já não estava mais na CBI.
Comecei a boiar. E acabei me afastando do píer sem perceber. Eu olhei para direção onde Lisbon estava. Não consegui enxergar nada. E, naquele momento, eu decidi que contaria a ela. Contaria tudo. Eu tinha que contar antes que perdesse a coragem. Fui voltando lentamente ao píer. E, de repente, ouvi um barulho.
Paralisei. Eu conhecia aquele barulho. Era o mesmo barulho que já ouvira várias vezes. O barulho de quando duas pessoas enfrentavam uma luta corporal.
E depois, veio o grito de Lisbon. Aquilo fez com que eu acordasse.
Fui o mais rápido que pude até lá. Eu não conseguia enxergar nada. Subi com alguma dificuldade, mas, ao ficar de pé, senti uma dor excruciante na cabeça, como se estivessem esculpindo algo no meu crânio. Senti mais uma pancada no estômago e cai dentro do lago.
E então, tudo ficou escuro.
Bem, aqui vai o primeiro cap, pra vcs erem o que acham! Bjs!
E EU TENHO UM COMUNICADO! Preciso urgentemente de uma Beta! Quem quiser se candidatar ao cargo fale cmg. kkk (:
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A minha vida estava acabada. Eu tinha perdido minha filha e minha esposa para o Red John e nada poderia mudar aquilo. Nada. Essa era a única coisa sobre a qual eu estava certo.
Eu achava que nada mais faria sentido em minha vida, que eu nunca mais teria felicidade, nunca mais poderia ter um amor pra chamar de meu, nem uma casa, nem uma família. Mas ela mudou todos os meus conceitos.
Ela me mudou.
Ela chegou sem pedir licenças, de mansinho, quando eu estava quase desistindo. Ela foi meu pilar, minha força, meu alicerce. Ela foi meu tudo.
Teresa Elizabeth Lisbon, minha segunda chance.
Meu segundo erro.
- x -
Quando nos conhecemos eu tinha 31 anos e ela 30. Ela estava recém começando na CBI. Praticamente “crescemos” ali dentro, eu e ela, juntos. Construímos nossa fama juntos. Famas muito diferentes, claro. A minha, de “louco”, “fora da lei”, alienado, sem escrúpulos, infantil, imbecil, ridículo, idiota, odiado por todos.... como você quiser, e a dela de boa chefe, esta que, por sinal, estava se perdendo por causa da minha fama. Mas eu não deixaria aquilo acontecer. Claro que eu precisava dos meus truques para resolver os casos, e a equipe não seria nada sem mim, mas eu me importava com Lisbon. E aos poucos, sem eu me dar conta, ela foi tomando conta de mim. De todo meu eu. Com o tempo, ela passou a ser minha única razão de viver. Ela era meu tudo.
Mas eu não podia aceitar isso. Eu não merecia isso. Eu havia falhado em proteger minha esposa e minha filha, e elas acabaram sendo assassinadas por Red John, e eu não poderia deixar isso acontecer novamente. Não. Eu tinha que me afastar, deixa-la seguir com a vida dela. Casar, ter filhos, ser feliz. Ela merecia isso. E eu merecia ficar ali, miserável, me consumindo pelo resto dos meus dias, precisando achar e matar o desgraçado que acabou com a minha vida uma vez.
O problema é que, quanto mais eu me afastava, sem eu perceber, eu fazia ela querer se aproximar mais. Ela entrava cada vez mais fundo em mim. Eu estava fazendo exatamente o contrário de tudo que eu queria. E, sem perceber, ela também se abria mais para mim. Então, eu me superei, fazendo a escolha mais idiota da minha vida. E a melhor.
Eu desisti. Deixei ela entrar de vez na minha vida, deixei ela tomar conta, me deixei apaixonar. Deixei ela fazer eu esquecer todo o meu ódio e o meu rancor, deixei ela me amar, me deixei amá-la, deixei ela me dar vida.
E essa foi a melhor escolha que já fiz na minha vida.
E, acabou se tornando a mais idiota.
- x -
Eu lembro do nosso primeiro beijo.
Lisbon era minha amiga. Teresa era minha melhor amiga. Aquela foi a primeira vez que ela tinha me deixado chamá-la pelo nome. Na verdade, ela nunca tinha me xingado, mas eu tampouco tinha tentando.
Nós sempre passamos os finais de expediente juntos, ela tomando seu café e eu tomando meu chá. Eu, às vezes, a levava para jantar, porque sabia que ela não havia comido o dia inteiro. Ela ia. Reclamando, mas ia.
E estávamos nessa rotina há dois anos.
Minelli iria passar o final de semana com a esposa na sua casa em Fort Jones, uma cidadezinha bem aconchegante. Ele convidara os filhos, mas como nenhum poderia ir, então, ele convidou nós dois. Na verdade, ele convidou Lisbon. E ela achou que eu precisava de um tempo do trabalho, então ela me convidou. Na verdade ela me arrastou, mas mesmo assim.
E pra deixar bem claro, eu revirei todo o regulamento da CBI. Não dizia nada sobre sair com consultores. Só com outros agentes. Eu tinha ido prevenido.
Eu estava conhecendo um lado completamente diferente dela. Eu sabia que não existia só a Lisbon do trabalho, a chefe durona, fechada e forte que eu conhecia. Sabia que por dentro daquela casca havia uma Teresa apaixonada por livros de romance, filmes de comédia romântica, Spice Girls e encontros românticos. Sim, ela adorava romances. Eu cansei de vê-la escondendo as lágrimas enquanto víamos O Diário de Uma Paixão, quase uma vez por mês. Era o filme favorito dela. Eu já tinha uma ideia disso, pela maneira como ela agia e pelas dicas que fui pegando do comportamento dela, mas só tive certeza absoluta depois de um tempo. Eu comecei a conhecer aquele lado dela naquele final de semana. Ela era encantadora. Eu me dei conta que não amava só uma parte dela. Mas todas. Todas as partes dela. E a partir daquele dia eu me dei conta de que já era tarde demais. E eu não queria voltar atrás, queria ficar com ela ali para sempre.
Então, no domingo à tarde, preparei um piquenique. Atrás da casa de Minelli havia um bosque, podemos dizer assim. Eu havia encontrado uma grande clareira, linda. Ela também adorava natureza. Eu já sabia disso, por isso tinha preparado todo aquele encontro. Sempre que ela podia, quando tinha uma folga, ela ia ficar ao ar livre. Então decidi que ali seria perfeito.
Ela estava com um vestido amarelo e uma sapatilha vermelha. Seus cabelos pretos ondulados soltos por suas costas e a franja tapando a testa. Ela estava linda. Eu estava com uma camiseta branca e uma calça jeans. Ela não me deixara nem chegar perto de uma roupa social naquele final de semana.
- Nossa, Jane, como você sabia que eu ia adorar isso aqui? – Ela disse, olhando em volta, sorrindo. Eu havia colocado a toalha embaixo de uma grande árvore e as coisas ali em cima. Sentamos e ela tirou os sapatos.
- Eu já lhe disse Teresa, que nossas mentes estão interligadas. - Enfatizei o nome dela, para mostra-la que queria intimidade. - Posso dizer o que está pensando agora mesmo. - Sorri convencido. Claro que não podia, mas pela reação dela eu poderia ter uma ideia.
- Corta essa, Patrick. – Ela disse, também enfatizando meu nome, mas dando uma risadinha nervosa. Eu não saberia dizer ao certo, mas ela pensou algo sobre mim.
- Você pensou “Jane, você é o homem mais lindo da face da terra, obrigado por ter preparado isso tudo para mim”. – Eu disse, jogando charme.
Não me levem a mal, eu não esqueci da minha esposa. Ou da minha incessante busca por Red John. Eu tampouco esqueci a minha filha. O problema - ou melhor, a solução – é que quando eu estava com ela, eu não conseguia pensar em mais nada, a não ser nela. O jeito como ela sorria, como falava, como mexia no cabelo. Seu cheiro de canela, seus olhos verdes que me faziam sentir borboletas no estômago. Eu me sentia um adolescente novamente. Eu nunca havia me sentido daquele jeito. Nem com Angela. Entendam: eu amava Angela. Com todas as minhas forças. Principalmente depois que ela me deu Charlotte. Mas o que eu sentia por Lisbon era diferente. Eu não sei o que era. Olha que ironia. Eu, Patrick Jane, sem saber alguma coisa.
Ela riu, gostosamente.
- Com certeza, Jane. – Ela disse, irônica, porém, ao mesmo tempo, dando um sorrisinho divertido.
- Oh, eu sei que foi isso que pensou! – Eu disse. Ela fez que não com a cabeça, continuando a rir. – Eu sei que foi! – Ela só negava. E eu decidi ceder ao meu impulso.
E a beijei.
A principio, ela ficou parada. Acho que ela não sabia como reagir. Ela também tentou me afastar, e eu não deixei. Mas logo depois cedeu e correspondeu ao beijo. Se tornou um beijo apaixonado e calmo. Ficamos assim até eu me afastar para respirar. A primeira coisa que senti, foi o peso da mão dela no meu rosto. Por essa eu não esperava.
Ela se levantou e começou a ir embora. Eu a segui.
- Ei, Teresa, espera! – Eu disse, segurando seu braço.
- Me larga Jane. Não me chame de Teresa. – Ela disse, sem se virar.
- Desculpa, não era a minha intenção. Eu achei que você fosse gostar também. E... acho que gostou. – Eu disse, abrindo um sorriso.
Péssimo erro.
Isso só aumentou a raiva dela.
- Quem você pensa que eu sou Jane? Uma dessas qualquer que sai por aí cedendo ao seu charme? Qualquer uma que você vai levar pra cama? Qualquer uma que...
Eu só queria fazê-la parar. Eu queria mostrar que não era aquilo que eu queria. Eu quis colocar naquele beijo, tudo o que eu sentia. Como, devagar, sem querer, ela foi penetrando a minha casca, a muralha que eu tinha construído para ninguém se aproximar. Como mesmo sem querer, ela acabou se abrindo para mim também. Como aquela mulher durona e séria era a pessoa que me fazia sorrir todos os dias. Como eu queria tê-la comigo todos os dias.
E acho que consegui.
Parei o beijo e encostei nossas testas. Sorri para ela. Ela continuou séria
- Desculpa pelo que eu disse. Eu sei que você não sai por aí indo pra cama com todas as mulheres que você vê pela frente, e que para muitas seu charme é irresistível, mas eu estava com raiva. Você não pode sair por aí agarrando as mulheres desse jeito Jane.
- E eu não vou. – Dei meu melhor sorriso pra ela. Acho que ela entendeu o que eu queria.
Olhei para o relógio e ela acompanhou meu olhar. Eram três e quinze da tarde. Estávamos lá a exatamente vinte minutos. Ela olhou pra mim e riu.
- Três e quinze. A hora do beijo.
Aquela tarde foi maravilhosa. A última coisa que lembro de ter feito antes de sair ali, foi pegar uma pedrinha e riscar na árvore.
T.L.
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P.J.
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P.J.
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O risco simbolizava que aquele era o nosso primeiro beijo. Prometi a ela que todo o ano voltaria ali para beijá-la mais uma vez embaixo daquela árvore e marcar mais um risco. Sempre as 3:15pm. Sempre na hora do beijo.
Ela sorriu e me beijou de novo.
- x -
Nos casamos quando eu tinha 37 anos e ela 36. Ela estava linda, de branco, com o cabelo preso num coque bem feito, com uma espécie de tiara na cabeça. Ela estava entrando na igreja de braços dados com Minelli. Ele havia saído da CBI um ano antes de casarmos, logo depois da morte de Bosco. Ela queria que o casamento fosse na igreja. Esse era o sonho de sua mãe, ela havia me dito. Enquanto eu a via sorrindo e entrando na igreja, lembrei de como havia proposto a ela.
Já havia se passado quatro anos desde o nosso primeiro beijo. Estávamos “namorando” desde então. E estávamos de volta aonde havíamos dado o nosso primeiro passo. Eu a abraçava pelos ombros. Era uma tarde quente. Ela vestia uma bermuda e uma camiseta qualquer. Eu usava uma calça jeans e uma camisa. Peguei um canivete que havia trazido comigo e fiz o 4º risco na árvore.
- Sabe, por mais que você não queira admitir, acho que você também gosta desse romantismo todo.
Eu só ri. Eu gostaria de tudo que a fizesse feliz. Tudo.
- Sabe Teresa, pelo quarto ano estamos aqui. E, hoje, eu posso afirmar com certeza que eu te amo. – Eu disse, olhando nos olhos dela. Eles brilhavam. Tinham uma vivacidade que sempre me surpreendia. – E quero dar esse passo no mesmo lugar em que tudo começou. – Eu me ajoelhei e tirei uma caixinha do bolso. Ela tinha lágrimas nos olhos. – Teresa Elizabeth Lisbon, quer ser a mulher da minha vida? – Eu disse, abrindo a caixinha para exibir um anel de ouro encrustado com pedrinhas minúsculas e brilhantes.
- Sim. – Ela disse baixinho. As lágrimas rolavam soltas pelo seu rosto.
- Quer brigar pela cor da pintura da parede, pelas toalhas atiradas no chão, as meias e as cuecas fora do lugar?
- Sim! – Ela disse um pouco mais alto.
- Quer ter filhos, netos, bisnetos, e ver eles crescerem enquanto ficamos velhinhos juntos? – Eu tinha me levantado e estava de pé na frente dela.
- Sim! – Ela quase gritava agora. As lágrimas rolavam soltas pelo seu rosto. Ela segurava meu rosto com as mãos.
- Quer ser minha para todo o sempre?
E nessa hora, ela me beijou. Foi o melhor beijo de toda a minha vida. Foi rápido, mas mesmo assim, transmitia tudo o que sentimos um pelo outro.
- Eu já sou sua, Patrick. Para todo o sempre.
Eu sorri ao relembrar aquilo. Levantei meu rosto.
Ela olhava diretamente para mim. Seus olhos verdes estavam brilhando com as lágrimas que teimavam em aparecer. Ela era uma das mulheres mais linda que eu já havia visto.
E eu a amava. Com todo o meu coração, e com toda a minha alma.
Quando ela falou “eu aceito”, achei que meu coração fosse explodir. Eu mal podia esperar pelo momento em que o padre diria que eu podia beijá-la. Ela estava tão linda, tão radiante. Quando foi minha vez de falar que a aceitava como minha esposa, acho que me afobei um pouco e falei alto demais e forte demais. Todos riram. Mas eu não me importava. A mulher da minha vida estava ali. E eu a amava com todas as minhas forças. Com todo o meu ser. Eu a puxei para meus braços logo após ouvir as palavras do padre e a beijei com força. Queria mais uma vez poder dizer o quanto a amava. E que eu seria dela também. Para todo e todo o sempre.
Não importava o que acontecesse.
- x –
Fazia três meses que havíamos nos casado. E estava na hora de voltar a árvore do nosso primeiro beijo. Fomos lá, eu e ela. Decidimos ir à noite dessa vez. Acho que ela queria algo mais emocionante. Como se já não fosse emocionante o suficiente correr atrás de bandidos dia e noite. Fizemos o risco e nos beijamos. Um pouco mais para frente, havíamos descoberto dois anos atrás, havia um lago. Decidimos ir até lá.
- As estrelas estão lindas. – Ela disse, olhando para o céu.
- Não tão lindas quanto você. – Eu sabia que aquilo era clichê, mas eu adorava ver como a deixava quando a elogiava: sem jeito. Envergonhada.
- Jane! – Ela bateu no meu braço. Esse já havia virado nosso apelido carinhoso: Jane e Lisbon.
Ela sempre media a força para me bater. Eu sabia disso. Ela podia ser menor que eu, mas se quisesse, eu estava no chão, com as mãos atrás da cabeça em dois segundos.
- Vamos nadar? – Eu sorri para ela, indo até o píer que havia ali na beirada do lago com pressa.
Ele era de madeira, não muito fundo. Antes de chegar até ali, havia uma cabana que estava abandonada. Eu e Lisbon havíamos reformado o lugar e colocado mobília e linhas telefônicas ali. Havia ficado perfeito. A usávamos sempre que queríamos fazer algo mais especial.
- Você está louco, Patrick? Não podemos nadar aqui! – Ela disse, automaticamente tomando sua pose de chefe e mudando seu tom de voz, como quando dá uma ordem. – Pelo menos não a essa hora. – Ela disse, mais séria ainda. Sorri para ela, tirei minha camisa, meus sapatos e minhas calças e me joguei só de boxer na água. Estava um pouco gelada, mas nada que eu não pudesse aguentar. Modéstia a parte, eu era um ótimo nadador. Na verdade, eu era ótimo em quase tudo. Mas isso não vem ao caso.
Ela ficou de pé na beira do píer, me olhando com reprovação.
- Jane, eu posso prender você. – Ela disse séria, com aquele seu olhar de matar. Mas eu sabia que ela não faria isso. E afinal, ela já não estava mais na CBI.
Comecei a boiar. E acabei me afastando do píer sem perceber. Eu olhei para direção onde Lisbon estava. Não consegui enxergar nada. E, naquele momento, eu decidi que contaria a ela. Contaria tudo. Eu tinha que contar antes que perdesse a coragem. Fui voltando lentamente ao píer. E, de repente, ouvi um barulho.
Paralisei. Eu conhecia aquele barulho. Era o mesmo barulho que já ouvira várias vezes. O barulho de quando duas pessoas enfrentavam uma luta corporal.
E depois, veio o grito de Lisbon. Aquilo fez com que eu acordasse.
Fui o mais rápido que pude até lá. Eu não conseguia enxergar nada. Subi com alguma dificuldade, mas, ao ficar de pé, senti uma dor excruciante na cabeça, como se estivessem esculpindo algo no meu crânio. Senti mais uma pancada no estômago e cai dentro do lago.
E então, tudo ficou escuro.
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
isso é hora pra se para?Meu deus isso..isso foi...
Pelo amor de deus continua se não eu acho que vou te um surto psicológico...
Pelo amor de deus continua se não eu acho que vou te um surto psicológico...
junia seis- Aspirante a Detetive
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Humor : vivendo sempre com raiva do jane
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Re: Tell No One - Jisbon/Jello
Patty posta o próximo capítulo logo por favoooooooooor.
teresa janes- Detetive Novato
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Re: Tell No One - Jisbon/Jello
=OOOOOO
Quando li que ela morria, só pensei, não aguento ver o Jane com outra mulher ; ( mas, depois eu li "Shipper: Jane/Lisbon" ufaaa hehehehehe
Até em fic eu sou 100% Jisbon hahaha desculpas, não posso evitar hahahaha
Aquele momento em que você tem ataques de risos, pq você sabe que o Jane não se acha bom em tudo - n hahahahaha
Quando li que ela morria, só pensei, não aguento ver o Jane com outra mulher ; ( mas, depois eu li "Shipper: Jane/Lisbon" ufaaa hehehehehe
Até em fic eu sou 100% Jisbon hahaha desculpas, não posso evitar hahahaha
Aquele momento em que você tem ataques de risos, pq você sabe que o Jane não se acha bom em tudo - n hahahahaha
Priscila.- Detetive Novato
- Data de inscrição : 23/05/2010
Mensagens : 252
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
Meninas, mt obrigada pelos coments (: Aqui vai o capitulo dois! (E, olhem só, pode ser que essa semana eu só vá atualizar de novo no sábado, pq vou viajar
2.
...
TAN DAN DAN DAAAAAAN!
Grandes revelações nos próximos capítulos!!!
2.
Oito anos depois.
Outra garota estava prestes a quebrar meu coração.
Eu havia continuado a trabalhar com a CBI. Grace havia me obrigado. Ela não me deixaria desistir após a morte de Lisbon, apesar de eu haver desistido. Eu não tinha mais razão para nada. Pra respirar, pra viver. Ela havia se ido.
Eu estava na sala de interrogatórios com Cho, e eu não podia acreditar no que estava vendo. A garota tinha 14 anos e chorava desesperadamente enquanto era acusada de assassinar o namorado de 27 anos. Mas não havia sido ela. Havia sido o pai dela.
Porque ela estava grávida.
- Não foi você, foi, Olivia? – Eu disse, olhando para ela. Eu já não tinha ânimo nem mais para fazer meus truques. Eu sabia a verdade. Mas tinha que ouvir isso da boca dela. – Você está grávida. Foi por isso que tudo aconteceu, não foi?
Ela começou a chorar mais desesperada.
- Ele descobriu! Meu pai descobriu e matou Terell. Ele me amava! Nós íamos ser felizes para todo o sempre! - Ela apoiava a cabeça nas mãos.
Eu me perguntava como ela poderia ser tão ingênua. A esposa de Douglas Brooks, verdadeiro nome de Terell, estava na sala ao lado.
E ali, estava uma garota de 14 anos iludida. E grávida. E isso partia meu coração. Lisbon havia me ensinado isso. A me importar.
- Ai está, Cho.
Me levantei, sai da sala e fui me deitar no sofá da sala. Peguei o notebook que havia ganhado de aniversário a dois anos atrás de Grace e o abri. Abri meu e-mail. Eu só recebia mensagens de Grace, ou Rigsby, ou Cho, ou da CBI. O resto eram somente propagandas. Eu excluía tudo.
Minimizei a janela do navegador que tinha o e-mail e fui jogar algum jogo no computador. Era o que me entretia naquela agonia.
Eu nunca parava de pensar nela. Nunca. Era algo inevitável.
A janela do e-mail piscou, avisando que eu havia recebido uma mensagem nova. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, meu celular tocou.
- Jane! – Eu ouvi do outro lado da linha, uma Grace um pouco irritada me ligando.
- Sim, minha querida Grace, o que deseja? – Falei, sem muita paciência. Entendam, Grace era minha melhor e única amiga. Ela que me ajudava sempre. Mas ela às vezes conseguia ser irritante. Principalmente quando ela me ligava para me xingar.[
- Jane, eu só tenho mais uma hora do meu intervalo de almoço e tínhamos combinado de almoçarmos juntos eu, você e Wayne! – Ela disse impaciente.
- Estou descendo. – Falei, desligando.
Desci pelo elevador, imaginando a cara de brava que Grace faria quando eu chegasse lá embaixo.
Grace era a agente mais nova quando Lisbon era a chefe da unidade. Agora, quem era chefe da unidade era Cho. E Grace não era mais a novata. O novato agora era Stefen Howard, um baixinho meio gordinho, moreno, de olhos claros e um sorriso simpático. Rigsby havia trocado de unidade para poder casar com Grace. Eles estavam casados a quatro anos. Eles tinham um filhinho que era a perfeita mistura de ambos. Mark, de três anos.
- Vamos almoçar. – Ela disse, me dando as costas e começando a andar. Me cheguei em Rigsby e sussurrei:
- Vocês brigaram?
- Sim. E bem feio. – Ele disse, baixando a cabeça.
Eu dei um tapinha nas costas de Rigsby demonstrando simpatia.
Mostrar simpatia. Outra coisa que eu havia aprendido com Teresa. Muitas outras coisas também. Hoje, eu me resumia a tentar todos os dias cumprir o que prometi a ela.
Me manter firme e forte. E não me isolar.
Emparelhei meu andar com o de Grace e a perguntei finalmente:
- Pra que isso? Sabe... O aniversário do beijo só é amanhã.
- Você não vai me enrolar Jane. Você precisa fazer algumas coisas de vez em quando.
Assenti e continuei a seguindo. Com Grace Van Pelt, não adiantava discutir quando ela estava brava.
Comemos em um restaurante vagabundo que encontramos umas duas quadras depois. As coisas descritas no cardápio eram bem estranhas. Então, decidi pedir uma salada mesmo. Rigsby levantou-se para ir ao banheiro.
- Um rolinho de porco moo shu. – Ela pediu.
- Você gosta de se arriscar.
Ela deu de ombros.
-Nós estamos pensando em dar um tempo. – Ela disse, sem me olhar.
- De novo? Vocês dão um tempo de mês em mês! – Eu disse, um pouco mais alto do que eu planejei. - Mas vocês tem que admitir que se amam. – Eu disse, quase num sussurro para ela.
Ela ignorou meu comentário.
- Quero saber se você pode cuidar de Mark amanhã a noite comigo.
- Posso, porque?
- Porque Rigsby vai a uma festa de sua divisão.
Então era esse o problema. Eu sabia que tinha uma mulher no meio, mas não sabia quem. Era Linda Beck, a chefe de Rigsby. Ela era uma moça muito bonita, loira, por volta de uns 36 anos, alta, esguia. Sempre “dava em cima” dele, apesar de ser deixado bem claro que Rigsby era casado, tinha uma família e amava sua esposa. A mulher parecia não se importar. Mas Grace se importava. E muito.
- E porque você não vai com ele? – Perguntei. Era a coisa mais óbvia a se fazer. - Vá lá e marque seu território. Simples.
- Não quero deixar Mark sem nenhum de nós por tanto tempo. Sempre um de nós tem que fazer expediente até tarde, o que acaba que quase nunca podemos ficar com ele. Amanhã é minha folga.
Rigsby estava voltando do banheiro. Sentou-se ao nosso lado.
- Perdi muito? – Perguntou ele, divertido.
O celular de Grace tocou. Ela atendeu, murmurou algumas palavras e desligou.
- Preciso ir. – Ela disse, saindo do local sem nenhuma cerimônia.
Wayne me olhou como quem pedia ajuda.
- Vai atrás dela.
Ele saiu sem voltar pra trás. Eu sorri. Paguei a conta e voltei andando para a CBI.
Amanhã seria o aniversário do nosso primeiro beijo. Se Teresa ainda estivesse viva, estaríamos colocando a 13ª barra na nossa árvore. Não seria um dia muito difícil para mim. Datas não eram tão difíceis. Era só eu atolar a cabeça em um caso que logo ele passava. O problema eram os outros dias. Quando eu sentava em frente a televisão e começava a passar O Diário de uma Paixão. Quando ia a alguma livraria e via algum clássico romântico. O que era mais comum.
Chegando lá, não tinha nenhum dos agentes da unidade presentes. Todos haviam saído. Howard, Van Pelt e Cho, foram atrás do pai da garota. Cho havia me mandado ficar ali, para não arranjar nenhuma confusão enquanto prendiam o assassino. Sentei-me no sofá. Puxei o notebook para o colo.
Eu quase apaguei o e-mail.
Eram tantos spans e propagandas, que eu fui apagando tudo. Até que parei na frente daquilo. Fiquei estático.
Li o remetente e o assunto umas cinco vezes. E decidi abrir o e-mail.
- Jane? – Perguntou algum agente que passava por ali.
Eu o ignorei. Acho que eu estava tremendo. Por isso ele veio falar comigo. Eu não sabia o que fazer. A pessoa que havia falado comigo foi embora.
Eu comecei a ler de novo.
De: 123456789@camparama.com
Para: pjane@california.com
Assunto: T. L. + P.J. /////////////
Era uma brincadeira de mal gosto. Alguém muito cruel estava fazendo aquilo comigo. Mas quem sabia? Grace e Wayne. Cho. Minelli. Hightower. Só. E eles eram como a minha família. Como a nossa família. Minelli era como um pai para Lisbon, e, Hightower, havia se tornado como uma mãe, apesar de ambos serem superiores dela. E Teresa amava eles. Consequentemente, eu passei a amá-los. Mas eles não poderiam ter feito aquilo. Aquilo era horrível.
Mas quem enviara aquilo então?
Eu queria ler, mas me contive. Comecei a pensar em Lisbon.
Eu pensava nela mais do que deixava transparecer. Eu passava dia e noite pensando nela. É claro que, e eu sabia disso, eu não conseguia enganar ninguém. Por mais que eu sorrisse, a dor transparecia pelos meus olhos. Eu havia perdido minha razão de viver duas vezes.
Dizem que se leva muito tempo pra entender uma tragédia.
Eu acordei duas semanas depois no hospital. E quando encarei o olhar de Grace, Virgil e Madeleine sobre mim, eu sabia que o pior havia acontecido.
Eu sabia que, nunca mais a veria envelhecer, que nunca mais envelheceríamos juntos. Sabia que nunca poderíamos ter filhos. Sabia que nunca mais poderia vê-la sorrir de manhã cedo, quando o sol tocava seu rosto, e ela me via ao seu lado.
Sabia que não tinha como voltar atrás, que não tinha segundas chances.
Eu tentei me segurar, mas não teve como. Eu comecei a chorar. Eu chorava desesperadamente. Eu não me importava quem estava olhando. Eu só queria chorar.
Durante o funeral, eu não deixei ninguém me tocar. Eu não soltei uma lágrima. Não havia mais lágrimas para serem choradas. Não havia. Van Pelt, Rigsby e Cho sempre estiveram do meu lado. Sempre. Mas nem eles eu deixei me tocarem. Eu estava arrasado. Não sabia se conseguiria sobreviver mais uma vez sem a minha razão de viver. [font=Trebuchet MS]ente, que não superei a morte de Teresa. Na verdade, eu tenho certeza. Eu ainda dormia em nossa cama, do lado dela. Atolava minha cabeça no seu travesseiro. Abria seu guarda-roupas de manhã cedo, só para sentir o cheiro dela. As coisas de Lisbon ainda estavam espalhadas pelo apartamento.
Mas, ainda assim, o que mais me irritava eram os “amigos bem intencionados”. Eu não quero saber se a morte dela foi parte de um plano divino, eu não quero saber se ela foi pra um lugar melhor ou não, não quero saber que isso provavelmente foi para o nosso bem. Isso não me interessa. Essa foi sempre, a pior parte com a qual lidar.
E, às vezes, alguém me perguntava se eu tinha algum arrependimento.
Só um.
Eu me arrependia de todos os momentos que eu havia passado fazendo outras coisas que não fossem fazê-la feliz.
Sai dos meus devaneios e olhei o e-mail novamente. Pousei o mouse sobre as linhas. Cliquei.
De: 123456789@camparama.com
Para: pjane@california.com
Assunto: T. L. + P. J. /////////////
Clique no link abaixo na hora do beijo.
Era uma piada. Só podia ser uma piada. Na hora do beijo? Só eu e Lisbon sabíamos disso. Meus “poderes” pareciam ter se desativado naquele momento. Eu não conseguia imaginar, nem pensar em nada. Porque alguém me mandaria aquilo? Quem faria aquilo, logo um dia antes? Alguém muito cruel.
Mas ninguém sabia.
Cliquei no link.
Abriu uma página em branco, com sinal de erro. Voltei para a página do e-mail. Cliquei novamente. Erro. Cliquei de novo. Erro.
O que eu estava fazendo errado? Eu não era um expert em computação, mas era óbvio que eu só tinha que clicar no link. Eu já estava começando a me irritar.
Mas, a hora do beijo era as três e quinze do dia seguinte. Não me restava nada a não ser esperar.
Olhei o assunto de novo. Contei as barras de novo. Treze.
O que será que eu encontraria naquele link?
Outra garota estava prestes a quebrar meu coração.
Eu havia continuado a trabalhar com a CBI. Grace havia me obrigado. Ela não me deixaria desistir após a morte de Lisbon, apesar de eu haver desistido. Eu não tinha mais razão para nada. Pra respirar, pra viver. Ela havia se ido.
Eu estava na sala de interrogatórios com Cho, e eu não podia acreditar no que estava vendo. A garota tinha 14 anos e chorava desesperadamente enquanto era acusada de assassinar o namorado de 27 anos. Mas não havia sido ela. Havia sido o pai dela.
Porque ela estava grávida.
- Não foi você, foi, Olivia? – Eu disse, olhando para ela. Eu já não tinha ânimo nem mais para fazer meus truques. Eu sabia a verdade. Mas tinha que ouvir isso da boca dela. – Você está grávida. Foi por isso que tudo aconteceu, não foi?
Ela começou a chorar mais desesperada.
- Ele descobriu! Meu pai descobriu e matou Terell. Ele me amava! Nós íamos ser felizes para todo o sempre! - Ela apoiava a cabeça nas mãos.
Eu me perguntava como ela poderia ser tão ingênua. A esposa de Douglas Brooks, verdadeiro nome de Terell, estava na sala ao lado.
E ali, estava uma garota de 14 anos iludida. E grávida. E isso partia meu coração. Lisbon havia me ensinado isso. A me importar.
- Ai está, Cho.
Me levantei, sai da sala e fui me deitar no sofá da sala. Peguei o notebook que havia ganhado de aniversário a dois anos atrás de Grace e o abri. Abri meu e-mail. Eu só recebia mensagens de Grace, ou Rigsby, ou Cho, ou da CBI. O resto eram somente propagandas. Eu excluía tudo.
Minimizei a janela do navegador que tinha o e-mail e fui jogar algum jogo no computador. Era o que me entretia naquela agonia.
Eu nunca parava de pensar nela. Nunca. Era algo inevitável.
A janela do e-mail piscou, avisando que eu havia recebido uma mensagem nova. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, meu celular tocou.
- Jane! – Eu ouvi do outro lado da linha, uma Grace um pouco irritada me ligando.
- Sim, minha querida Grace, o que deseja? – Falei, sem muita paciência. Entendam, Grace era minha melhor e única amiga. Ela que me ajudava sempre. Mas ela às vezes conseguia ser irritante. Principalmente quando ela me ligava para me xingar.[
- Jane, eu só tenho mais uma hora do meu intervalo de almoço e tínhamos combinado de almoçarmos juntos eu, você e Wayne! – Ela disse impaciente.
- Estou descendo. – Falei, desligando.
Desci pelo elevador, imaginando a cara de brava que Grace faria quando eu chegasse lá embaixo.
Grace era a agente mais nova quando Lisbon era a chefe da unidade. Agora, quem era chefe da unidade era Cho. E Grace não era mais a novata. O novato agora era Stefen Howard, um baixinho meio gordinho, moreno, de olhos claros e um sorriso simpático. Rigsby havia trocado de unidade para poder casar com Grace. Eles estavam casados a quatro anos. Eles tinham um filhinho que era a perfeita mistura de ambos. Mark, de três anos.
- Vamos almoçar. – Ela disse, me dando as costas e começando a andar. Me cheguei em Rigsby e sussurrei:
- Vocês brigaram?
- Sim. E bem feio. – Ele disse, baixando a cabeça.
Eu dei um tapinha nas costas de Rigsby demonstrando simpatia.
Mostrar simpatia. Outra coisa que eu havia aprendido com Teresa. Muitas outras coisas também. Hoje, eu me resumia a tentar todos os dias cumprir o que prometi a ela.
Me manter firme e forte. E não me isolar.
Emparelhei meu andar com o de Grace e a perguntei finalmente:
- Pra que isso? Sabe... O aniversário do beijo só é amanhã.
- Você não vai me enrolar Jane. Você precisa fazer algumas coisas de vez em quando.
Assenti e continuei a seguindo. Com Grace Van Pelt, não adiantava discutir quando ela estava brava.
- x -
Comemos em um restaurante vagabundo que encontramos umas duas quadras depois. As coisas descritas no cardápio eram bem estranhas. Então, decidi pedir uma salada mesmo. Rigsby levantou-se para ir ao banheiro.
- Um rolinho de porco moo shu. – Ela pediu.
- Você gosta de se arriscar.
Ela deu de ombros.
-Nós estamos pensando em dar um tempo. – Ela disse, sem me olhar.
- De novo? Vocês dão um tempo de mês em mês! – Eu disse, um pouco mais alto do que eu planejei. - Mas vocês tem que admitir que se amam. – Eu disse, quase num sussurro para ela.
Ela ignorou meu comentário.
- Quero saber se você pode cuidar de Mark amanhã a noite comigo.
- Posso, porque?
- Porque Rigsby vai a uma festa de sua divisão.
Então era esse o problema. Eu sabia que tinha uma mulher no meio, mas não sabia quem. Era Linda Beck, a chefe de Rigsby. Ela era uma moça muito bonita, loira, por volta de uns 36 anos, alta, esguia. Sempre “dava em cima” dele, apesar de ser deixado bem claro que Rigsby era casado, tinha uma família e amava sua esposa. A mulher parecia não se importar. Mas Grace se importava. E muito.
- E porque você não vai com ele? – Perguntei. Era a coisa mais óbvia a se fazer. - Vá lá e marque seu território. Simples.
- Não quero deixar Mark sem nenhum de nós por tanto tempo. Sempre um de nós tem que fazer expediente até tarde, o que acaba que quase nunca podemos ficar com ele. Amanhã é minha folga.
Rigsby estava voltando do banheiro. Sentou-se ao nosso lado.
- Perdi muito? – Perguntou ele, divertido.
O celular de Grace tocou. Ela atendeu, murmurou algumas palavras e desligou.
- Preciso ir. – Ela disse, saindo do local sem nenhuma cerimônia.
Wayne me olhou como quem pedia ajuda.
- Vai atrás dela.
Ele saiu sem voltar pra trás. Eu sorri. Paguei a conta e voltei andando para a CBI.
Amanhã seria o aniversário do nosso primeiro beijo. Se Teresa ainda estivesse viva, estaríamos colocando a 13ª barra na nossa árvore. Não seria um dia muito difícil para mim. Datas não eram tão difíceis. Era só eu atolar a cabeça em um caso que logo ele passava. O problema eram os outros dias. Quando eu sentava em frente a televisão e começava a passar O Diário de uma Paixão. Quando ia a alguma livraria e via algum clássico romântico. O que era mais comum.
Chegando lá, não tinha nenhum dos agentes da unidade presentes. Todos haviam saído. Howard, Van Pelt e Cho, foram atrás do pai da garota. Cho havia me mandado ficar ali, para não arranjar nenhuma confusão enquanto prendiam o assassino. Sentei-me no sofá. Puxei o notebook para o colo.
Eu quase apaguei o e-mail.
Eram tantos spans e propagandas, que eu fui apagando tudo. Até que parei na frente daquilo. Fiquei estático.
Li o remetente e o assunto umas cinco vezes. E decidi abrir o e-mail.
- Jane? – Perguntou algum agente que passava por ali.
Eu o ignorei. Acho que eu estava tremendo. Por isso ele veio falar comigo. Eu não sabia o que fazer. A pessoa que havia falado comigo foi embora.
Eu comecei a ler de novo.
De: 123456789@camparama.com
Para: pjane@california.com
Assunto: T. L. + P.J. /////////////
Era uma brincadeira de mal gosto. Alguém muito cruel estava fazendo aquilo comigo. Mas quem sabia? Grace e Wayne. Cho. Minelli. Hightower. Só. E eles eram como a minha família. Como a nossa família. Minelli era como um pai para Lisbon, e, Hightower, havia se tornado como uma mãe, apesar de ambos serem superiores dela. E Teresa amava eles. Consequentemente, eu passei a amá-los. Mas eles não poderiam ter feito aquilo. Aquilo era horrível.
Mas quem enviara aquilo então?
Eu queria ler, mas me contive. Comecei a pensar em Lisbon.
Eu pensava nela mais do que deixava transparecer. Eu passava dia e noite pensando nela. É claro que, e eu sabia disso, eu não conseguia enganar ninguém. Por mais que eu sorrisse, a dor transparecia pelos meus olhos. Eu havia perdido minha razão de viver duas vezes.
Dizem que se leva muito tempo pra entender uma tragédia.
Eu acordei duas semanas depois no hospital. E quando encarei o olhar de Grace, Virgil e Madeleine sobre mim, eu sabia que o pior havia acontecido.
Eu sabia que, nunca mais a veria envelhecer, que nunca mais envelheceríamos juntos. Sabia que nunca poderíamos ter filhos. Sabia que nunca mais poderia vê-la sorrir de manhã cedo, quando o sol tocava seu rosto, e ela me via ao seu lado.
Sabia que não tinha como voltar atrás, que não tinha segundas chances.
Eu tentei me segurar, mas não teve como. Eu comecei a chorar. Eu chorava desesperadamente. Eu não me importava quem estava olhando. Eu só queria chorar.
Durante o funeral, eu não deixei ninguém me tocar. Eu não soltei uma lágrima. Não havia mais lágrimas para serem choradas. Não havia. Van Pelt, Rigsby e Cho sempre estiveram do meu lado. Sempre. Mas nem eles eu deixei me tocarem. Eu estava arrasado. Não sabia se conseguiria sobreviver mais uma vez sem a minha razão de viver. [font=Trebuchet MS]ente, que não superei a morte de Teresa. Na verdade, eu tenho certeza. Eu ainda dormia em nossa cama, do lado dela. Atolava minha cabeça no seu travesseiro. Abria seu guarda-roupas de manhã cedo, só para sentir o cheiro dela. As coisas de Lisbon ainda estavam espalhadas pelo apartamento.
Mas, ainda assim, o que mais me irritava eram os “amigos bem intencionados”. Eu não quero saber se a morte dela foi parte de um plano divino, eu não quero saber se ela foi pra um lugar melhor ou não, não quero saber que isso provavelmente foi para o nosso bem. Isso não me interessa. Essa foi sempre, a pior parte com a qual lidar.
E, às vezes, alguém me perguntava se eu tinha algum arrependimento.
Só um.
Eu me arrependia de todos os momentos que eu havia passado fazendo outras coisas que não fossem fazê-la feliz.
Sai dos meus devaneios e olhei o e-mail novamente. Pousei o mouse sobre as linhas. Cliquei.
De: 123456789@camparama.com
Para: pjane@california.com
Assunto: T. L. + P. J. /////////////
Clique no link abaixo na hora do beijo.
Era uma piada. Só podia ser uma piada. Na hora do beijo? Só eu e Lisbon sabíamos disso. Meus “poderes” pareciam ter se desativado naquele momento. Eu não conseguia imaginar, nem pensar em nada. Porque alguém me mandaria aquilo? Quem faria aquilo, logo um dia antes? Alguém muito cruel.
Mas ninguém sabia.
Cliquei no link.
Abriu uma página em branco, com sinal de erro. Voltei para a página do e-mail. Cliquei novamente. Erro. Cliquei de novo. Erro.
O que eu estava fazendo errado? Eu não era um expert em computação, mas era óbvio que eu só tinha que clicar no link. Eu já estava começando a me irritar.
Mas, a hora do beijo era as três e quinze do dia seguinte. Não me restava nada a não ser esperar.
Olhei o assunto de novo. Contei as barras de novo. Treze.
O que será que eu encontraria naquele link?
...
TAN DAN DAN DAAAAAAN!
Grandes revelações nos próximos capítulos!!!
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
É isso que acontece quando se resolve para a fic num momento desse =OOOO
Já percebi que para ler essa fic, tem que ter preparo emocional!!!
Já percebi que para ler essa fic, tem que ter preparo emocional!!!
Priscila.- Detetive Novato
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Re: Tell No One - Jisbon/Jello
Patty por favor posta mais se não o meu pobre não vai aguentar .
teresa janes- Detetive Novato
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Re: Tell No One - Jisbon/Jello
Girls! Obrigada pelos coments Aqui vai o prox. cap!
3.
Tive outro choque de realidade ao chegar em casa.
Ainda morava no meu apartamento e de Lisbon. Era no centro da cidade, com uma boa vizinhança. Era no sétimo andar, ótima vista. Não víamos a cidade inteira mas conseguíamos ver nitidamente nossa rua, mais as duas próximas. Mas não era a vista maravilhosa o que mais me atraía ali. Eu gostava de ver as pessoas pelas janelas do apartamento, observar o comportamento delas enquanto andavam, enquanto liam o jornal tomando seu café com leite e canela no Café do outro lado da rua. Gostava de vê-las comprando flores e descobrir se era pra esposa, namorada, amante, mãe, ou às vezes, até para um velório. Gostava de assistir os carros passarem e poder dizer com certeza que o motorista era um “filhinho de papai”, que herdara a empresa, e estava discutindo com acionistas, ou, que era um professor de literatura inglesa na faculdade que existia a três quadras dali e que estava dizendo a esposa que voltaria tarde porque tinha uma aula de reforço a dar. O que não deixava de ser mentira, tirando o fato de que, a aluna para a qual ele ia dar “reforços”, não iria exatamente estudar. Eu adorava passar o tempo observando as pessoas, quando Teresa estava ocupada demais trabalhando, ou tomando banho, ou cozinhando, ou dormindo.
Hoje, eu só paro para observar as pessoas quando não tenho absolutamente mais nada para fazer.
Eu estava esquentando água para meu chá quando um ser saltitante veio em minha direção. Olhei para baixo e sorri.
Mug vinha correndo em minha direção. Parou na minha frente e corria de um lado para outro. Eu sabia o que ele queria. Que eu passeasse com ele. Ele tinha esperado o dia todo por isso.
Mug é meu cachorro. É um labrador de pelo cor de creme. O compramos logo depois de casarmos, porque Lisbon adorava cachorros. Eu não, eu odiava.
Agora amo.
O nome, Mug, foi dado porque, quando o pegamos, ele ainda era um filhotinho. Com o passar do tempo, ele cresceu e ele vivia sempre me rondando. Sempre queria meu carinho e pulava em mim. Que ironia né? Logo eu, que não gostava de cachorros, ganhei a atenção do animal quase toda voltada para mim. É como dizem: o cão é o melhor amigo do homem. Mas ai é que tá a graça do nome: Teresa dizia que ele e eu estávamos sempre grudados. Igual como eu estava sempre com a minha caneca de chá. Então, ela começou a chama-lo de Mug. Algum tempo depois, ele não atendia por outro nome a não ser Mug. Então, ficou assim.
Fiz um sinal negativo com a cabeça mostrando que não poderia levá-lo para passear naquele momento e fui terminar meu chá. Mug não gosta muito que o deixemos esperando, ou que não façamos o que ele quer. Digamos que ele é um pouco... temperamental. Ou talvez eu deva dizer teimoso? Lembrava a dona nesse aspecto.
Eu fui até o telefone, com o cachorro no meu encalço, e vi que tinha três mensagens novas. Estranho. Quase nunca tinha alguma. Só quem me ligava era Grace ou a CBI, e eles me ligavam no celular. Comecei a ouvir.
Todas as três mensagens eram de Eric Lowell.
Lowell era o chefe da unidade que havia ficado com o caso de Lisbon. Ninguém dentro da SCU, que é a unidade da qual sou consultor, queria pegar o caso. Nem eu. porque eu havia feito a promessa a ela de que não me tornaria aquela pessoa sem coração novamente se um dia algo acontece com ela. Que eu não me deixaria cair na solidão que minha vida se tornaria, caso ela morresse. E hoje ainda, a única coisa que não me deixa cair no absoluto nada, é saber que a Lisbon me mataria se isso acontecesse. E eu sei que não conseguiria cumprir essa promessa se tivesse o caso em minhas mãos. Tendo acesso a todas as pistas, todos os laudos... eu não aguentaria.
Lowell era uma boa pessoa. Problemas no coração, divorciado, péssimo relacionamento com o filho mais velho, e superprotetor para com a filha mais nova. Íntegro, direito. Não muito mais velho que eu, talvez uns 15 anos.
As três mensagens diziam praticamente a mesma coisa; que era pra eu ligar para ele porque ele precisava falar comigo.
O que ele podia querer comigo depois de tanto tempo?
Peguei o telefone e liguei. Atenderam ao primeiro toque.
- Obrigado por retornar a ligação, Sr. Jane.
Eu definitivamente odeio identificadores de chamada. São muito “Big Brother”. Me dão arrepios.
- Em que posso ajuda-lo Lowell? – Eu perguntei, logo após haver pigarreado.
- Estou nas redondezas. Gostaria de poder ir aí conversar com você. – Ouvi ele respirar fundo. – O que você acha?
- É uma visita social? – Eu sabia que não era. Só pelo tom de voz dele. Mas mesmo assim, eu tinha que perguntar.
- Na verdade, não Patrick. – Ele ficou esperando que eu dissesse algo. Em vão. – Pode ser agora?
- O que você quer? – Eu perguntei frio. Eu sabia que era algo relacionado a Lisbon. Eu sabia.
- Prefiro dizer quando eu chegar...
- Prefiro que diga agora.
- Bom... – Lowell ficou muito irritado. Mas tentou disfarçar. – Você viu algo no noticiário sobre os dois corpos que foram achados em Fort Jones?
Eu não havia visto nada.
- E daí? – Eu estava sendo frio demais. Sabia disso. Mas eu não conseguia evitar falar assim com Lowell. Por mais que eu não quisesse pegar o arquivo de Teresa, havia certo ressentimento dentro de mim por eu não tê-lo pego.
- Eles foram achados perto da sua propriedade.
- A propriedade não é minha. É do Virgil.
- Mas está sobre sua custódia?
- Não. Está sobre custódia do Virgil.
- Talvez você deva chamá-lo. Gostaria de falar com ele também.
- Os corpos não foram encontrados no lago foram? – Aquela era minha dúvida real.
- Não. Eles estavam em um terreno vizinho, a oeste. Uma propriedade municipal, na verdade.
- Então o que você quer de nós?
Silêncio. Ele não queria me contar mais nada.
- Olhe, estarei aí em uma hora. Vê se consegue ligar para Minelli, ok?
Ele desligou.
Os anos haviam poupado Eric Lowell. Ele nunca fora muito bonito, um Brad Pitt da vida, ou algo do gênero, mas, ele com certeza tinha uma aparência jovem. Ele era dez anos mais velho que eu, mas não aparentava tanto. No máximo uns cinco. Ele tinha cabelos grisalhos. Uma vez fora bem moreno. Era alto, de olhos claros. Seu nariz era meio torto e grande, e sua boca era muito pequena, o que tornava seu rosto meio estranho. Ele vivia assoando o nariz em um lenço surrado que guardava no bolso.
Eu nem havia ligado para Minelli, eu sabia que devia ter alguma coisa importante naquela conversa, e eu achava que essa informação deveria ser só minha. Somente minha. Ninguém mais precisava dela.
Sentei na sala de casa. Eu adorava sentar lá. Era o lugar onde mais haviam lembranças de Teresa. Nossas fotos eram as mesmas, o tapete do chão, os sofás, as almofadas, as cortinas, tudo igual. Estar ali era como se nada tivesse mudado.
O agente olhou em volta.
- Onde está Minelli?
- Ele tinha uma reunião. – Eu disse, sem me importar com dar uma resposta convincente.
- Entendo... – Ele evitou meus olhos por mais um momento. Sorriu sincero, e olhou para mim, depois de tanto recear. – Você se incomodaria de me dizer quando foi a última vez que esteve no lago?
- Há oito anos.
Ele balançou a cabeça, como se esperasse por aquela resposta.
- Conforme expliquei por telefone, encontramos dois corpos perto do lago.
- Vocês já os identificaram? – Perguntei, vendo que a coisa era séria.
- Ainda não.
-Você não acha isso estranho?
Lowell pensou sobre aquilo pro alguns momentos, inclinando-se para pegar o lenço.
- Sabemos que são ambos do sexo masculino, adultos e brancos. Estamos vendo os registros das pessoas desaparecidas. Os corpos parecem ser bem antigos.
- Quanto tempo?
Ele levantou a cabeça e olhou nos meus olhos.
- Eu não sei. Os médicos ainda estão fazendo todos aqueles testes pra sabe com certeza, mas calculamos que estejam mortos por pelo menos cinco anos. Eles foram muito bem enterrados. Nunca os teríamos achado se não fosse um deslizamento de terra ocasionado pela chuva e um urso.
Algo clicou dentro da minha cabeça.
- Um urso?
Lowell fez que sim com a cabeça.
- Um caçador abateu um urso e encontrou um osso perto do animal morto. O osso tinha estado na boca do urso. Descobriu-se que era um braço humano. Resolvemos investigar. Levou algum tempo. Ainda estamos escavando a área.
- Vocês acham que pode haver mais corpos?
- Nunca se sabe.
Eu não relaxei. Não ainda.
- Então você veio pedir permissão para escavar a propriedade do lago Charmaine?
- Também.
Esperei que ele continuasse. Ele pigarreou.
- Sr. Jane, seu tipo sanguíneo é B positivo, correto?
- O que isso tem a ver com a história toda? – Eu não estava entendendo onde ele queria chegar com tudo aquilo.
- Encontramos outra coisa no local onde os corpos estavam enterrados.
- Que outras coisas?
- Desculpe-me. Isso é confidencial.
- Então cai fora daqui.
Lowell não pareceu surpreso com minha reação.
- Só estou tentando conduzir...
- Eu disse pra você ir embora da minha casa! – Eu disse, irritado. Eu não queria aquele babacão me escondendo informações sobre a verdade... Sobre o que aconteceu com a minha Teresa.
Ele não se moveu.
- Sei que o assassino de sua esposa já foi levado à justiça – Disse ele. – E sei como deve ser doloroso tocar novamente nesse assunto.
- Não me trate como uma porra de uma criança! – Eu quase nunca agia daquela maneira. Na verdade, eu só agia assim quando envolvia Lisbon.
- Se acalme Sr. Jane. Nunca foi essa a minha intenção.
- Há oito anos você pensou que eu a tivesse matado.
- Não é bem assim. É que você era o marido. Nesses casos, as chances de envolvimento de um membro da família...
- Talvez se você não tivesse perdido tempo com essa besteira, a tivesse encontrado antes... – Eu me joguei para trás, frustrado. Lowell que fosse pro inferno. Eu não o aguentava mais.
- Minha função era explorar todas as possibilidades. – Ele continuou com sua fala monótona. Obvio que eu sabia que ele estava fazendo somente sua função, afinal, eu trabalhava com a policia. Só estava frustrado e irritado demais para admitir isso. – Pedimos auxilio aos federais. Até Minelli e o irmão dele foram avisados do andamento da investigação. Fizemos de tudo.
Eu já não aguentava ouvir mais nenhuma palavra.
- Que diabos você quer aqui, Lowell?
Ele se levantou e puxou as calças. Colocou as mãos nos bolsos. Tentou me intimidar, mas quando viu que não funcionou, voltou a sentar.
- Eu quero um exame de sangue. – Ele respondeu. – Seu.
- Pra que?
- Quando sua mulher foi raptada, você também foi atacado.
- E dai?
- Você foi atingido por um instrumento duro.
- Você está cansado de saber disso.
- Sim. – Ele disse, assoando o nariz. Ele começou a bater os pés nervosamente no chão. – Quando encontramos os corpos, achamos também um taco de beisebol.
- Um taco? – Eu me sentia meio nauseado.
Lowell fez quesm com a cabeça.
- Enterrado junto com os corpos. Um taco de madeira.
- Acho que me perdi. O que isso tem a ver comigo?
- Encontramos sangue ressecado nele. Tipo B positivo. – Ele fez uma pausa e me encarou. – Seu tipo sanguíneo, não Jane?
Tivemos que recapitular tudo que aconteceu. A ida ao píer, como eu nadei, os gritos dela, a dor. Aquilo estava me matando.
- Você lembra de ter caído no lago?
- Sim.
- Lembra de ouvir sua mulher gritar?
- Sim.
- E lembra de perder os sentidos, na água?
Maneei a cabeça. Eu estava paralisado. Era como reviver tudo aquilo. Era terrível. Eu sempre evitava pensar naquela noite. Eu gostava de lembrar da radiante, não da Teresa gritando por sua vida.
- Qual, mais ou menos a profundidade do lago?
Uns 5 metros. Mas eu estava ficando irritado com aquela situação. Não queria responder. Não conseguia responder. Eu não queria pensar.
- Você já não verificou isso da primeira vez? – Disse, com a irritação clara em minha voz.
- Colabore comigo Sr. Jane. – Ele respondeu, tentandoolhar nos meus olhos. Truques baratos comigo não funcionam, mas ele estava começando a suspeitar de mim novamente. Dava para ver pela maneira como ele agia. Eu tinha que responder.
- Sei lá, bem fundo. – Dei de ombros.
- Não dava pé?
Claro que dava, até porque todo mundo têm cinco metros. Eu estava ficando impaciente.
- Não.
- Certo. Depois disso você lembra do que?
- Do hospital.
- Nada entre sua caida na água e o hospital?
- Nada.
- Você não lembra de ter saido da água e chamado a ambulância e a polícia e esperado lá? Você sabe que foi você que fez isso, não? A chamada foi feita do seu celular, e não tinha mais ninguém lá.
- Eu sei. Mas não lembro.
Minha cabeça estava a milhão. Novamente.
- Esses homens são... vítimas de Red John, não são?
Eu falei Red John tão rapido que por um segundo achei que ele não havia entendido. Me deu calafrios o nome. Eu comecei a cair naquele buraco para o qual eu ia lentamente dentro da escuridão que eu sabia que existia dentro de mim. Do qual Teresa me tirou. Que Red John havia colocado lá. E colocou de novo. Mas eu tinha que lembrar, eu prometi a Teresa. Prometi que não ia deixar aquilo acontecer novamente, e estva disposto a cumprir.
Lowell tossiu, colocando a mão na boca.
- Não sabemos ainda. Você mais do que ninguém conhece Red John. Ele nunca matou ninguém e enterrou. Ele sempre deixou todos verem suas vítimas, e a marca não está lá. E a maioria das vítimas dele são mulheres. E pela decomposição dos corpos, não sabemos o quão machucados foram.
A marca. Fazia tempo que eu não a via. Minha cabeça começou a girar.
tandandannnnnn!
O que acharam do cap? Tento postar o ppróximo cap o mais rápido possível!
3.
Tive outro choque de realidade ao chegar em casa.
Ainda morava no meu apartamento e de Lisbon. Era no centro da cidade, com uma boa vizinhança. Era no sétimo andar, ótima vista. Não víamos a cidade inteira mas conseguíamos ver nitidamente nossa rua, mais as duas próximas. Mas não era a vista maravilhosa o que mais me atraía ali. Eu gostava de ver as pessoas pelas janelas do apartamento, observar o comportamento delas enquanto andavam, enquanto liam o jornal tomando seu café com leite e canela no Café do outro lado da rua. Gostava de vê-las comprando flores e descobrir se era pra esposa, namorada, amante, mãe, ou às vezes, até para um velório. Gostava de assistir os carros passarem e poder dizer com certeza que o motorista era um “filhinho de papai”, que herdara a empresa, e estava discutindo com acionistas, ou, que era um professor de literatura inglesa na faculdade que existia a três quadras dali e que estava dizendo a esposa que voltaria tarde porque tinha uma aula de reforço a dar. O que não deixava de ser mentira, tirando o fato de que, a aluna para a qual ele ia dar “reforços”, não iria exatamente estudar. Eu adorava passar o tempo observando as pessoas, quando Teresa estava ocupada demais trabalhando, ou tomando banho, ou cozinhando, ou dormindo.
Hoje, eu só paro para observar as pessoas quando não tenho absolutamente mais nada para fazer.
Eu estava esquentando água para meu chá quando um ser saltitante veio em minha direção. Olhei para baixo e sorri.
Mug vinha correndo em minha direção. Parou na minha frente e corria de um lado para outro. Eu sabia o que ele queria. Que eu passeasse com ele. Ele tinha esperado o dia todo por isso.
Mug é meu cachorro. É um labrador de pelo cor de creme. O compramos logo depois de casarmos, porque Lisbon adorava cachorros. Eu não, eu odiava.
Agora amo.
O nome, Mug, foi dado porque, quando o pegamos, ele ainda era um filhotinho. Com o passar do tempo, ele cresceu e ele vivia sempre me rondando. Sempre queria meu carinho e pulava em mim. Que ironia né? Logo eu, que não gostava de cachorros, ganhei a atenção do animal quase toda voltada para mim. É como dizem: o cão é o melhor amigo do homem. Mas ai é que tá a graça do nome: Teresa dizia que ele e eu estávamos sempre grudados. Igual como eu estava sempre com a minha caneca de chá. Então, ela começou a chama-lo de Mug. Algum tempo depois, ele não atendia por outro nome a não ser Mug. Então, ficou assim.
Fiz um sinal negativo com a cabeça mostrando que não poderia levá-lo para passear naquele momento e fui terminar meu chá. Mug não gosta muito que o deixemos esperando, ou que não façamos o que ele quer. Digamos que ele é um pouco... temperamental. Ou talvez eu deva dizer teimoso? Lembrava a dona nesse aspecto.
Eu fui até o telefone, com o cachorro no meu encalço, e vi que tinha três mensagens novas. Estranho. Quase nunca tinha alguma. Só quem me ligava era Grace ou a CBI, e eles me ligavam no celular. Comecei a ouvir.
Todas as três mensagens eram de Eric Lowell.
Lowell era o chefe da unidade que havia ficado com o caso de Lisbon. Ninguém dentro da SCU, que é a unidade da qual sou consultor, queria pegar o caso. Nem eu. porque eu havia feito a promessa a ela de que não me tornaria aquela pessoa sem coração novamente se um dia algo acontece com ela. Que eu não me deixaria cair na solidão que minha vida se tornaria, caso ela morresse. E hoje ainda, a única coisa que não me deixa cair no absoluto nada, é saber que a Lisbon me mataria se isso acontecesse. E eu sei que não conseguiria cumprir essa promessa se tivesse o caso em minhas mãos. Tendo acesso a todas as pistas, todos os laudos... eu não aguentaria.
Lowell era uma boa pessoa. Problemas no coração, divorciado, péssimo relacionamento com o filho mais velho, e superprotetor para com a filha mais nova. Íntegro, direito. Não muito mais velho que eu, talvez uns 15 anos.
As três mensagens diziam praticamente a mesma coisa; que era pra eu ligar para ele porque ele precisava falar comigo.
O que ele podia querer comigo depois de tanto tempo?
Peguei o telefone e liguei. Atenderam ao primeiro toque.
- Obrigado por retornar a ligação, Sr. Jane.
Eu definitivamente odeio identificadores de chamada. São muito “Big Brother”. Me dão arrepios.
- Em que posso ajuda-lo Lowell? – Eu perguntei, logo após haver pigarreado.
- Estou nas redondezas. Gostaria de poder ir aí conversar com você. – Ouvi ele respirar fundo. – O que você acha?
- É uma visita social? – Eu sabia que não era. Só pelo tom de voz dele. Mas mesmo assim, eu tinha que perguntar.
- Na verdade, não Patrick. – Ele ficou esperando que eu dissesse algo. Em vão. – Pode ser agora?
- O que você quer? – Eu perguntei frio. Eu sabia que era algo relacionado a Lisbon. Eu sabia.
- Prefiro dizer quando eu chegar...
- Prefiro que diga agora.
- Bom... – Lowell ficou muito irritado. Mas tentou disfarçar. – Você viu algo no noticiário sobre os dois corpos que foram achados em Fort Jones?
Eu não havia visto nada.
- E daí? – Eu estava sendo frio demais. Sabia disso. Mas eu não conseguia evitar falar assim com Lowell. Por mais que eu não quisesse pegar o arquivo de Teresa, havia certo ressentimento dentro de mim por eu não tê-lo pego.
- Eles foram achados perto da sua propriedade.
- A propriedade não é minha. É do Virgil.
- Mas está sobre sua custódia?
- Não. Está sobre custódia do Virgil.
- Talvez você deva chamá-lo. Gostaria de falar com ele também.
- Os corpos não foram encontrados no lago foram? – Aquela era minha dúvida real.
- Não. Eles estavam em um terreno vizinho, a oeste. Uma propriedade municipal, na verdade.
- Então o que você quer de nós?
Silêncio. Ele não queria me contar mais nada.
- Olhe, estarei aí em uma hora. Vê se consegue ligar para Minelli, ok?
Ele desligou.
- x -
Os anos haviam poupado Eric Lowell. Ele nunca fora muito bonito, um Brad Pitt da vida, ou algo do gênero, mas, ele com certeza tinha uma aparência jovem. Ele era dez anos mais velho que eu, mas não aparentava tanto. No máximo uns cinco. Ele tinha cabelos grisalhos. Uma vez fora bem moreno. Era alto, de olhos claros. Seu nariz era meio torto e grande, e sua boca era muito pequena, o que tornava seu rosto meio estranho. Ele vivia assoando o nariz em um lenço surrado que guardava no bolso.
Eu nem havia ligado para Minelli, eu sabia que devia ter alguma coisa importante naquela conversa, e eu achava que essa informação deveria ser só minha. Somente minha. Ninguém mais precisava dela.
Sentei na sala de casa. Eu adorava sentar lá. Era o lugar onde mais haviam lembranças de Teresa. Nossas fotos eram as mesmas, o tapete do chão, os sofás, as almofadas, as cortinas, tudo igual. Estar ali era como se nada tivesse mudado.
O agente olhou em volta.
- Onde está Minelli?
- Ele tinha uma reunião. – Eu disse, sem me importar com dar uma resposta convincente.
- Entendo... – Ele evitou meus olhos por mais um momento. Sorriu sincero, e olhou para mim, depois de tanto recear. – Você se incomodaria de me dizer quando foi a última vez que esteve no lago?
- Há oito anos.
Ele balançou a cabeça, como se esperasse por aquela resposta.
- Conforme expliquei por telefone, encontramos dois corpos perto do lago.
- Vocês já os identificaram? – Perguntei, vendo que a coisa era séria.
- Ainda não.
-Você não acha isso estranho?
Lowell pensou sobre aquilo pro alguns momentos, inclinando-se para pegar o lenço.
- Sabemos que são ambos do sexo masculino, adultos e brancos. Estamos vendo os registros das pessoas desaparecidas. Os corpos parecem ser bem antigos.
- Quanto tempo?
Ele levantou a cabeça e olhou nos meus olhos.
- Eu não sei. Os médicos ainda estão fazendo todos aqueles testes pra sabe com certeza, mas calculamos que estejam mortos por pelo menos cinco anos. Eles foram muito bem enterrados. Nunca os teríamos achado se não fosse um deslizamento de terra ocasionado pela chuva e um urso.
Algo clicou dentro da minha cabeça.
- Um urso?
Lowell fez que sim com a cabeça.
- Um caçador abateu um urso e encontrou um osso perto do animal morto. O osso tinha estado na boca do urso. Descobriu-se que era um braço humano. Resolvemos investigar. Levou algum tempo. Ainda estamos escavando a área.
- Vocês acham que pode haver mais corpos?
- Nunca se sabe.
Eu não relaxei. Não ainda.
- Então você veio pedir permissão para escavar a propriedade do lago Charmaine?
- Também.
Esperei que ele continuasse. Ele pigarreou.
- Sr. Jane, seu tipo sanguíneo é B positivo, correto?
- O que isso tem a ver com a história toda? – Eu não estava entendendo onde ele queria chegar com tudo aquilo.
- Encontramos outra coisa no local onde os corpos estavam enterrados.
- Que outras coisas?
- Desculpe-me. Isso é confidencial.
- Então cai fora daqui.
Lowell não pareceu surpreso com minha reação.
- Só estou tentando conduzir...
- Eu disse pra você ir embora da minha casa! – Eu disse, irritado. Eu não queria aquele babacão me escondendo informações sobre a verdade... Sobre o que aconteceu com a minha Teresa.
Ele não se moveu.
- Sei que o assassino de sua esposa já foi levado à justiça – Disse ele. – E sei como deve ser doloroso tocar novamente nesse assunto.
- Não me trate como uma porra de uma criança! – Eu quase nunca agia daquela maneira. Na verdade, eu só agia assim quando envolvia Lisbon.
- Se acalme Sr. Jane. Nunca foi essa a minha intenção.
- Há oito anos você pensou que eu a tivesse matado.
- Não é bem assim. É que você era o marido. Nesses casos, as chances de envolvimento de um membro da família...
- Talvez se você não tivesse perdido tempo com essa besteira, a tivesse encontrado antes... – Eu me joguei para trás, frustrado. Lowell que fosse pro inferno. Eu não o aguentava mais.
- Minha função era explorar todas as possibilidades. – Ele continuou com sua fala monótona. Obvio que eu sabia que ele estava fazendo somente sua função, afinal, eu trabalhava com a policia. Só estava frustrado e irritado demais para admitir isso. – Pedimos auxilio aos federais. Até Minelli e o irmão dele foram avisados do andamento da investigação. Fizemos de tudo.
Eu já não aguentava ouvir mais nenhuma palavra.
- Que diabos você quer aqui, Lowell?
Ele se levantou e puxou as calças. Colocou as mãos nos bolsos. Tentou me intimidar, mas quando viu que não funcionou, voltou a sentar.
- Eu quero um exame de sangue. – Ele respondeu. – Seu.
- Pra que?
- Quando sua mulher foi raptada, você também foi atacado.
- E dai?
- Você foi atingido por um instrumento duro.
- Você está cansado de saber disso.
- Sim. – Ele disse, assoando o nariz. Ele começou a bater os pés nervosamente no chão. – Quando encontramos os corpos, achamos também um taco de beisebol.
- Um taco? – Eu me sentia meio nauseado.
Lowell fez quesm com a cabeça.
- Enterrado junto com os corpos. Um taco de madeira.
- Acho que me perdi. O que isso tem a ver comigo?
- Encontramos sangue ressecado nele. Tipo B positivo. – Ele fez uma pausa e me encarou. – Seu tipo sanguíneo, não Jane?
- x -
Tivemos que recapitular tudo que aconteceu. A ida ao píer, como eu nadei, os gritos dela, a dor. Aquilo estava me matando.
- Você lembra de ter caído no lago?
- Sim.
- Lembra de ouvir sua mulher gritar?
- Sim.
- E lembra de perder os sentidos, na água?
Maneei a cabeça. Eu estava paralisado. Era como reviver tudo aquilo. Era terrível. Eu sempre evitava pensar naquela noite. Eu gostava de lembrar da radiante, não da Teresa gritando por sua vida.
- Qual, mais ou menos a profundidade do lago?
Uns 5 metros. Mas eu estava ficando irritado com aquela situação. Não queria responder. Não conseguia responder. Eu não queria pensar.
- Você já não verificou isso da primeira vez? – Disse, com a irritação clara em minha voz.
- Colabore comigo Sr. Jane. – Ele respondeu, tentandoolhar nos meus olhos. Truques baratos comigo não funcionam, mas ele estava começando a suspeitar de mim novamente. Dava para ver pela maneira como ele agia. Eu tinha que responder.
- Sei lá, bem fundo. – Dei de ombros.
- Não dava pé?
Claro que dava, até porque todo mundo têm cinco metros. Eu estava ficando impaciente.
- Não.
- Certo. Depois disso você lembra do que?
- Do hospital.
- Nada entre sua caida na água e o hospital?
- Nada.
- Você não lembra de ter saido da água e chamado a ambulância e a polícia e esperado lá? Você sabe que foi você que fez isso, não? A chamada foi feita do seu celular, e não tinha mais ninguém lá.
- Eu sei. Mas não lembro.
Minha cabeça estava a milhão. Novamente.
- Esses homens são... vítimas de Red John, não são?
Eu falei Red John tão rapido que por um segundo achei que ele não havia entendido. Me deu calafrios o nome. Eu comecei a cair naquele buraco para o qual eu ia lentamente dentro da escuridão que eu sabia que existia dentro de mim. Do qual Teresa me tirou. Que Red John havia colocado lá. E colocou de novo. Mas eu tinha que lembrar, eu prometi a Teresa. Prometi que não ia deixar aquilo acontecer novamente, e estva disposto a cumprir.
Lowell tossiu, colocando a mão na boca.
- Não sabemos ainda. Você mais do que ninguém conhece Red John. Ele nunca matou ninguém e enterrou. Ele sempre deixou todos verem suas vítimas, e a marca não está lá. E a maioria das vítimas dele são mulheres. E pela decomposição dos corpos, não sabemos o quão machucados foram.
A marca. Fazia tempo que eu não a via. Minha cabeça começou a girar.
tandandannnnnn!
O que acharam do cap? Tento postar o ppróximo cap o mais rápido possível!
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
Essa fic tá cada vez melhor
Continua,por favor
Continua,por favor
junia seis- Aspirante a Detetive
- Data de inscrição : 10/09/2010
Mensagens : 90
Humor : vivendo sempre com raiva do jane
Localização : Minas Gerais
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
Patty o capitulo foi MARAVILHOSO e não vejo a hora de ler o próximo.Assim que puder posta o próximo capitulo por favoooooooooor.
teresa janes- Detetive Novato
- Data de inscrição : 23/07/2010
Mensagens : 284
Humor : fico bem humorada quando estou assistindo The Mentalist
Localização : Ibitinga
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
dito e feito, se tem que ter que ter preparo emocional nessa fic
triste - alegre com um toque de tristeza - alegre - triste - socorro, pega um lenço para mim
a Lisbon ama animal, acho que eles só não tem um zoológico em casa, para não dá #aloka hahahaha
agora que eu já li pode postar outro #interna haushausauhsu não gente, eu não bebi e nem fumei nada lasapslapsçlapsçaps eu acho
triste - alegre com um toque de tristeza - alegre - triste - socorro, pega um lenço para mim
a Lisbon ama animal, acho que eles só não tem um zoológico em casa, para não dá #aloka hahahaha
agora que eu já li pode postar outro #interna haushausauhsu não gente, eu não bebi e nem fumei nada lasapslapsçlapsçaps
Priscila.- Detetive Novato
- Data de inscrição : 23/05/2010
Mensagens : 252
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
Priiii! Não fale assim! KOASKOPASKOPASKOP Mas to postando. OKPSKOPSAKOPASK
MENINAS! AQUI ESTÁ O CAP QUE RESPONDERÁ MUITASDUVIDAS DE VCS!Ou fará surgir muitas outras...
4
Desculpem pelo cap ão ser comprido, mas o próximo será GIGANTE, prometo.
O QUE ACHARAM? (como eu sou diabólica, )
MENINAS! AQUI ESTÁ O CAP QUE RESPONDERÁ MUITASDUVIDAS DE VCS!
4
Corri para CBI no dia seguinte, chegando lá antes de todo mundo. Sentei no sofá, peguei meu notebook e abri meu e-mail. Ainda estava lá. Eu contei de novo. Treze. Abri. Erro.
Na noite seguinte eu havia ido tirar sangue. O teste de DNA demoraria semanas, mas Lowell achava que conseguiria algo antes disso. Ele estava escondendo algo de mim, eu tinha certeza. Eu o pressionei, usei meus truques, mas nada.
Deitado no meu sofá esperando todo mundo chegar, eu comecei a pensar nos corpos, no taco de madeira, em Red John, em Teresa.
O corpo de Teresa foi encontrado na cabana do lago, com aquele símbolo na parede. Cinco dias depois do rapto. O legista disse que ela estava morta há dois dias, o que significa que Red John ficou com ela três dias. Três dias fazendo coisas horrendas com a minha Teresa. Três dias nas mãos de Jonathan Ruber, mais conhecido como Red John. Três noites. Três nasceres do sol. Sozinha. Com um monstro. No escuro, com medo. Eu imagino seu terror, a dor em seus olhos, seus gritos. Existem certos lugares para os quais a minha mente não deveria ir. Mas ela insistia. Eu tentava não pensar, mas não conseguia.
Red John foi capturado um mês depois. Ele confessou o assassinato de 16 mulheres. Contando Angela e Charlotte. Contando Teresa. E mais 6 homens. Muitos desses crimes ele foi apenas o mandante. Durante o ano seguinte pessoas eram apreendidas pelo seu envolvimento com Red John. Eu sempre era chamado para interrogá-las. Eu não queria ir. Mas tinha que ir.
As vítimas. Todas exquartejadas. Cortadas. Ele cortou a linda pele da minha Teresa. Ele cortou meu pequeno bebê, Charlotte. Ele cortou minha mulher perfeita, Angela. Eu quis matá-lo. Mas havia prometido a Teresa que não faria isso. E eu ficaria fiel a ela até meu último dia de vida.
Minha mente começou a ir para lugares onde não deveria. Imagens começaram a surgir na minha mente, e eu tentava mandá-las embora, apertando os olhos, mas não conseguia. Aquele filho da puta ainda estava vivo. Ele tinha a chance de comer, beber, ver televisão, descançar, ser entrevistado pela CNN, respirar.
E o que sobrava pra minha Teresa? Para Angela? Para Charlotte? Deus tem um grande senso de humor.
Se é que existe um Deus.
Fui preparar um chá para mim. As nove horas todo mundo começaria a chegar. Eu devia estar horrivel. Meus olhos não desgrudavam dos ponteiros do relógio na parede. A Hora do Beijo. Avançavam calmamente os ponteiros, como se zombassem de mim.
Quando a equipe trouxe o primeiro caso do dia, mergulhei nos detalhes, tentando esquecer o que se passava comigo. Algumas pessoas acham que me escondo no trabalho. Quando escuto isso, respondo com um simples “Acho que isso não é da sua conta.”
Ao meio dia, engoli as pressas um sanduíche e uma coca diet, na lancheria da CBI. Sempre a mesma mesa, a que eu e Teresa costumávamos a usar. Coca Diet era o único refri que ela tomava. Pela cafeína, ela dizia. Voltei pro meu sofá para rever o caso. Mulher assassinada brutalmente dentro da própria casa. Morava ela, o marido e três filhas. Eu sabia que uma das filhas tinha feito. Ou as três juntas. Elas já haviam me dado todas as dicas. Eu só precisava de uma forma de provar.
As duas da tarde fui sentar atrás do computador. A CBI estava vazia, todos estavam no campo, e eu tinha me trancado no banheiro alguns segundos antes de eles me procurarem, para ninguém me chamar. Trouxe o notebook para cima das pernas. Abri o e-mail e cliquei mais uma vez no link. Continuava dando erro. Pensei naquela estranha mensagem, e nos cadáveres. Tinha que ter uma ligação. Eu tentava achá-la, mas não conseguia. Acalmei meus pesamentos, que estavm num turbilhão, e comecei a analizar as possibilidades.
Primeira possibilidade: Aqueles dois homens eram vítimas de Red John. Isso era quase impossível e não se encaixava.
Segunda possibilidade: aqueles eram outros aliados do Red John que o ajudaram a raptar Teresa. Isso explicaria muita coisa. O taco de madeira, por exemplo, se fosse meu sangue lá. Em tese, Red John havia agido sozinho com Teresa, numa forma de vingança pessoal contra mim. Da mesma forma que ele havia feito com Angela e Charlotte. Eu queria saber como ele havia conseguido nocautear Lisbon e levá-la até o carro, afinal de contas, ela podia não exercer mais sua profissão, porém ela era uma agente. Antes do aparecimento do corpo, eles suspeitaram mais alguém. Mas depois do corpo e a marca do Red John, eles ficaram com a teoria de que era ele sozinho, se vingando por eu tê-lo esquecido. Eu estava no hospital, então não pude identificar o corpo. E mesmo se pudesse, não o faria. Quem identificou foi Minelli.
Agora eu sabia que ele tivera cumplices. E os matara.
A terceira possibilidade era a mais simples. O sangue não era meu, e aquele taco era aleatório.
Essa possibilidade era a menos convincente para mim.
Olhei o relógio do computador. 2pm59min.
Exatamente 16 minutos faltavam para...
Para o que?
Os telefones da CBI não parvam de tocar.
Olhei para relógio novamente.
Faltavam menos de dez minutos. Se era pra ter ocorrido alguma mudança, já ia ter acontecido.
Meu celular tocou. Eu olhei o visor. Era de Lowell. “Urgente”, dizia a mensagem. Refleti, mas não por muito tempo. Qualquer coisa é melhor do que ficar ruminando meus próprios pensamentos. Decidi ligar para ele. Lowell sabia quem era antes de atender.
- Sinto muito incomodá-lo Jane, mas tenho uma pequena pergunta.
Peguei o mouse e cliquei no link. O site começou a abrir.
- Estou ouvindo.
O site demorava mais dessa vez. Nenhuma mensagem de erro ainda.
- O nome Elizabeth Steiner significa algo para você?
Quase deixei o telefone cair.
- Jane?
Afastei o telefone e o observei como se ele tivesse acabado de se materializar na minha mão. Quando me recompus do choque, trouxe o telefone de volta ao ouvido.
- Por que quer saber?
Algo começou a aparecer na tela do computador. Apertei os olhos e aproximei o rosto da tela para ver o que estava acontecendo. Era o vídeo de uma câmera. Uma câmera gravando a frente de um café.
- É uma longa história. – Disse Lowell.
Eu precisava ganhar tempo.
- Ligo para você mais tarde.
Desliguei antes que ele pudesse responder. Elizabeth Steiner significava muita coisa para mim.
Que merda tava acontecendo?
A página parou de carregar. Havia apenas a câmera. Nada de banners, propagandas... Nada. Eu não era expert em computação, mas pelo que Cho havia dito num caso há algumas semanas atrás, páginas de internet podem ser configuradas para exibir uma imagem apenas. E era isso que tinha ali. A imagem da camêra de um café, em preto e branco. Chequei o relógio do computador.
3pm04min.
Era uma esquina razoavelmente movimentada, de uma altura aproximada de cinco metros. Eu não sabia que esquina ou que café eram. Nem em que cidade ficavam. Mas sem dúvida era uma cidade grande. Pedestres fluíam, da direita para a esquerda, cabeças baixas, os ombros caídos. Podia dizer que estavam voltando do trabalho e que estavam exaustos, pela forma como caminhavam.
Porque alguém me enviara aquela filmagem?
O relógio marcava 3pm14min. Um minuto. Menos até.
Mantive os olhos grudados na tela e minha respiração começou a acelerar. Comecei uma contagem regressiva. Dez, nove, oito...
Outro mar de gente passou. Quatro, três, dois. Nada aconteceu. Prendi a respiração e olhei no relógio. 3pm15min.
Nada tinha acontecido.
Mas também, o que eu estava esperando?
Mais algumas pessoas passaram, e a rua ficou vazia. Me escorei para trás e respirei fundo.
Deveria ser uma brincadeira, pensei. Uma brincadeira de muito, muito mal gosto. Mas mesmo assim.
Então alguém surgiu diretamente debaixo da câmera. Era como se a pessoa estivesse ali o tempo todo.
Inclinei-me para a frente.
Era uma mulher. Os cabelos curtos, até os ombros. Ela estava de costas para mim, eu não conseguia ver seu rosto até então. Ela ficou parada, e então, lentamente deu meia volta e levantou seu rosto para mim.
Meu coração parou.
Coloquei a mão na boca e sufoquei um grito. Eu não conseguia respirar, eu não conseguia raciocinar. Lágrimas começaram a escorrer de meus olhos, e eu não as sequei.
Fitei-a. Ela me fitou.
Outra massa de pedestres passou. Alguns esbarraram nela, mas ela não se moveu. Ela levantou a mão em direção a câmera. Como se quisesse me tocar. Minha cabeça girou. Era como se o fio que me ligava a realidade tivesse se partido. Seu olhar estava fixo na câmera.
Eu estava estático.
Ela manteve sua mão levantada. Lentamente, consegui fazer o mesmo. Meus dedos tocaram a tela quente, tentando encontrar os dedos dela. Mais lágrimas rolaram. Acariciei suavemente o rosto da mulher, e senti meu coração pular.
- Teresa. – Murmurei.
Ela permaneceu ali por mais alguns segundos. Depois disse algo para a câmera. Não pude ouvi-la, mas consegui ler seus lábios.
- Sinto muito. – balbuciou minha esposa morta.
E saiu andando.
Na noite seguinte eu havia ido tirar sangue. O teste de DNA demoraria semanas, mas Lowell achava que conseguiria algo antes disso. Ele estava escondendo algo de mim, eu tinha certeza. Eu o pressionei, usei meus truques, mas nada.
Deitado no meu sofá esperando todo mundo chegar, eu comecei a pensar nos corpos, no taco de madeira, em Red John, em Teresa.
O corpo de Teresa foi encontrado na cabana do lago, com aquele símbolo na parede. Cinco dias depois do rapto. O legista disse que ela estava morta há dois dias, o que significa que Red John ficou com ela três dias. Três dias fazendo coisas horrendas com a minha Teresa. Três dias nas mãos de Jonathan Ruber, mais conhecido como Red John. Três noites. Três nasceres do sol. Sozinha. Com um monstro. No escuro, com medo. Eu imagino seu terror, a dor em seus olhos, seus gritos. Existem certos lugares para os quais a minha mente não deveria ir. Mas ela insistia. Eu tentava não pensar, mas não conseguia.
Red John foi capturado um mês depois. Ele confessou o assassinato de 16 mulheres. Contando Angela e Charlotte. Contando Teresa. E mais 6 homens. Muitos desses crimes ele foi apenas o mandante. Durante o ano seguinte pessoas eram apreendidas pelo seu envolvimento com Red John. Eu sempre era chamado para interrogá-las. Eu não queria ir. Mas tinha que ir.
As vítimas. Todas exquartejadas. Cortadas. Ele cortou a linda pele da minha Teresa. Ele cortou meu pequeno bebê, Charlotte. Ele cortou minha mulher perfeita, Angela. Eu quis matá-lo. Mas havia prometido a Teresa que não faria isso. E eu ficaria fiel a ela até meu último dia de vida.
Minha mente começou a ir para lugares onde não deveria. Imagens começaram a surgir na minha mente, e eu tentava mandá-las embora, apertando os olhos, mas não conseguia. Aquele filho da puta ainda estava vivo. Ele tinha a chance de comer, beber, ver televisão, descançar, ser entrevistado pela CNN, respirar.
E o que sobrava pra minha Teresa? Para Angela? Para Charlotte? Deus tem um grande senso de humor.
Se é que existe um Deus.
Fui preparar um chá para mim. As nove horas todo mundo começaria a chegar. Eu devia estar horrivel. Meus olhos não desgrudavam dos ponteiros do relógio na parede. A Hora do Beijo. Avançavam calmamente os ponteiros, como se zombassem de mim.
Quando a equipe trouxe o primeiro caso do dia, mergulhei nos detalhes, tentando esquecer o que se passava comigo. Algumas pessoas acham que me escondo no trabalho. Quando escuto isso, respondo com um simples “Acho que isso não é da sua conta.”
Ao meio dia, engoli as pressas um sanduíche e uma coca diet, na lancheria da CBI. Sempre a mesma mesa, a que eu e Teresa costumávamos a usar. Coca Diet era o único refri que ela tomava. Pela cafeína, ela dizia. Voltei pro meu sofá para rever o caso. Mulher assassinada brutalmente dentro da própria casa. Morava ela, o marido e três filhas. Eu sabia que uma das filhas tinha feito. Ou as três juntas. Elas já haviam me dado todas as dicas. Eu só precisava de uma forma de provar.
As duas da tarde fui sentar atrás do computador. A CBI estava vazia, todos estavam no campo, e eu tinha me trancado no banheiro alguns segundos antes de eles me procurarem, para ninguém me chamar. Trouxe o notebook para cima das pernas. Abri o e-mail e cliquei mais uma vez no link. Continuava dando erro. Pensei naquela estranha mensagem, e nos cadáveres. Tinha que ter uma ligação. Eu tentava achá-la, mas não conseguia. Acalmei meus pesamentos, que estavm num turbilhão, e comecei a analizar as possibilidades.
Primeira possibilidade: Aqueles dois homens eram vítimas de Red John. Isso era quase impossível e não se encaixava.
Segunda possibilidade: aqueles eram outros aliados do Red John que o ajudaram a raptar Teresa. Isso explicaria muita coisa. O taco de madeira, por exemplo, se fosse meu sangue lá. Em tese, Red John havia agido sozinho com Teresa, numa forma de vingança pessoal contra mim. Da mesma forma que ele havia feito com Angela e Charlotte. Eu queria saber como ele havia conseguido nocautear Lisbon e levá-la até o carro, afinal de contas, ela podia não exercer mais sua profissão, porém ela era uma agente. Antes do aparecimento do corpo, eles suspeitaram mais alguém. Mas depois do corpo e a marca do Red John, eles ficaram com a teoria de que era ele sozinho, se vingando por eu tê-lo esquecido. Eu estava no hospital, então não pude identificar o corpo. E mesmo se pudesse, não o faria. Quem identificou foi Minelli.
Agora eu sabia que ele tivera cumplices. E os matara.
A terceira possibilidade era a mais simples. O sangue não era meu, e aquele taco era aleatório.
Essa possibilidade era a menos convincente para mim.
Olhei o relógio do computador. 2pm59min.
Exatamente 16 minutos faltavam para...
Para o que?
Os telefones da CBI não parvam de tocar.
Olhei para relógio novamente.
Faltavam menos de dez minutos. Se era pra ter ocorrido alguma mudança, já ia ter acontecido.
Meu celular tocou. Eu olhei o visor. Era de Lowell. “Urgente”, dizia a mensagem. Refleti, mas não por muito tempo. Qualquer coisa é melhor do que ficar ruminando meus próprios pensamentos. Decidi ligar para ele. Lowell sabia quem era antes de atender.
- Sinto muito incomodá-lo Jane, mas tenho uma pequena pergunta.
Peguei o mouse e cliquei no link. O site começou a abrir.
- Estou ouvindo.
O site demorava mais dessa vez. Nenhuma mensagem de erro ainda.
- O nome Elizabeth Steiner significa algo para você?
Quase deixei o telefone cair.
- Jane?
Afastei o telefone e o observei como se ele tivesse acabado de se materializar na minha mão. Quando me recompus do choque, trouxe o telefone de volta ao ouvido.
- Por que quer saber?
Algo começou a aparecer na tela do computador. Apertei os olhos e aproximei o rosto da tela para ver o que estava acontecendo. Era o vídeo de uma câmera. Uma câmera gravando a frente de um café.
- É uma longa história. – Disse Lowell.
Eu precisava ganhar tempo.
- Ligo para você mais tarde.
Desliguei antes que ele pudesse responder. Elizabeth Steiner significava muita coisa para mim.
Que merda tava acontecendo?
A página parou de carregar. Havia apenas a câmera. Nada de banners, propagandas... Nada. Eu não era expert em computação, mas pelo que Cho havia dito num caso há algumas semanas atrás, páginas de internet podem ser configuradas para exibir uma imagem apenas. E era isso que tinha ali. A imagem da camêra de um café, em preto e branco. Chequei o relógio do computador.
3pm04min.
Era uma esquina razoavelmente movimentada, de uma altura aproximada de cinco metros. Eu não sabia que esquina ou que café eram. Nem em que cidade ficavam. Mas sem dúvida era uma cidade grande. Pedestres fluíam, da direita para a esquerda, cabeças baixas, os ombros caídos. Podia dizer que estavam voltando do trabalho e que estavam exaustos, pela forma como caminhavam.
Porque alguém me enviara aquela filmagem?
O relógio marcava 3pm14min. Um minuto. Menos até.
Mantive os olhos grudados na tela e minha respiração começou a acelerar. Comecei uma contagem regressiva. Dez, nove, oito...
Outro mar de gente passou. Quatro, três, dois. Nada aconteceu. Prendi a respiração e olhei no relógio. 3pm15min.
Nada tinha acontecido.
Mas também, o que eu estava esperando?
Mais algumas pessoas passaram, e a rua ficou vazia. Me escorei para trás e respirei fundo.
Deveria ser uma brincadeira, pensei. Uma brincadeira de muito, muito mal gosto. Mas mesmo assim.
Então alguém surgiu diretamente debaixo da câmera. Era como se a pessoa estivesse ali o tempo todo.
Inclinei-me para a frente.
Era uma mulher. Os cabelos curtos, até os ombros. Ela estava de costas para mim, eu não conseguia ver seu rosto até então. Ela ficou parada, e então, lentamente deu meia volta e levantou seu rosto para mim.
Meu coração parou.
Coloquei a mão na boca e sufoquei um grito. Eu não conseguia respirar, eu não conseguia raciocinar. Lágrimas começaram a escorrer de meus olhos, e eu não as sequei.
Fitei-a. Ela me fitou.
Outra massa de pedestres passou. Alguns esbarraram nela, mas ela não se moveu. Ela levantou a mão em direção a câmera. Como se quisesse me tocar. Minha cabeça girou. Era como se o fio que me ligava a realidade tivesse se partido. Seu olhar estava fixo na câmera.
Eu estava estático.
Ela manteve sua mão levantada. Lentamente, consegui fazer o mesmo. Meus dedos tocaram a tela quente, tentando encontrar os dedos dela. Mais lágrimas rolaram. Acariciei suavemente o rosto da mulher, e senti meu coração pular.
- Teresa. – Murmurei.
Ela permaneceu ali por mais alguns segundos. Depois disse algo para a câmera. Não pude ouvi-la, mas consegui ler seus lábios.
- Sinto muito. – balbuciou minha esposa morta.
E saiu andando.
Desculpem pelo cap ão ser comprido, mas o próximo será GIGANTE, prometo.
O QUE ACHARAM? (
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
O que estou aprendendo, a Patty quer ver nós sofrendo e parando o capítulos em momento assim
Eu lendo a fic, imaginando o Simon Baker atuando, Patty (escritora) + Baker (atuando) = MUITO LENÇO e MUITA ÁGUA e a Tunney, ajudando
Eu lendo a fic, imaginando o Simon Baker atuando, Patty (escritora) + Baker (atuando) = MUITO LENÇO e MUITA ÁGUA
Priscila.- Detetive Novato
- Data de inscrição : 23/05/2010
Mensagens : 252
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
O que estou aprendendo, a Patty quer ver nós sofrendo e parando o capítulos em momento assim
Eu lendo a fic, imaginando o Simon Baker atuando, Patty (escritora) + Baker (atuando) = MUITO LENÇO e MUITA ÁGUA e a Tunney, ajudando+1
Patty por favor posta o próximo capitulo logo senão o meu não vai aguentar juro que não vai .
Eu lendo a fic, imaginando o Simon Baker atuando, Patty (escritora) + Baker (atuando) = MUITO LENÇO e MUITA ÁGUA e a Tunney, ajudando+1
Patty por favor posta o próximo capitulo logo senão o meu não vai aguentar juro que não vai .
teresa janes- Detetive Novato
- Data de inscrição : 23/07/2010
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Humor : fico bem humorada quando estou assistindo The Mentalist
Localização : Ibitinga
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
O que estou aprendendo, a Patty quer ver nós sofrendo e parando o capítulos em momento assim +2
Da proxima vez que ler um capitulo dessa fic,vou está junto com uma caixa de lenço,Isso se eu não morrer até la de curiosidade e de aflição.Eu só consigo pensar em uma palavra : Continua
Da proxima vez que ler um capitulo dessa fic,vou está junto com uma caixa de lenço,Isso se eu não morrer até la de curiosidade e de aflição.Eu só consigo pensar em uma palavra : Continua
junia seis- Aspirante a Detetive
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Humor : vivendo sempre com raiva do jane
Localização : Minas Gerais
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
Eu não quero ninguém morta! Mas, também não quero postar um cap atras do outro KOPASPOASOPKASKOP
Então, tenho uma surpresinha!!!
SPOILEEEERS!
Acho que daqui a uns dois dias eu posto o prox cap
Alguém tem alguma teoria do que se passou com a Lisbon?
Biscoito pra quem acertar!!!!
Então, tenho uma surpresinha!!!
SPOILEEEERS!
- O Jane recebe outro e-mail
- Antigos personagens são apresentados na história
- Novos personagens são introduzidos na história
- Haverão algumas "histórias paralelas" a principal, mas juro que la pelo meio da fic, tudo vai se encaixar.
Acho que daqui a uns dois dias eu posto o prox cap
Alguém tem alguma teoria do que se passou com a Lisbon?
Biscoito pra quem acertar!!!!
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
Ai Patty não tenho a menor ideia,mas com certeza ela foi obrigada a ficar longe todo esse tempo.A unica certeza que tenho é que quero muiiiiiiiiiiiiiiiito o próximo capitulo,pois essa fic é MARAVILHOSA !!!!!!!!!!!!!!!!,to amannndo lê-la.
teresa janes- Detetive Novato
- Data de inscrição : 23/07/2010
Mensagens : 284
Humor : fico bem humorada quando estou assistindo The Mentalist
Localização : Ibitinga
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
Eu quero o biscoito!!! Eu quero!!!
A Lisbon foi levadas pelos ETs~ pelo menos eu tentei ~
Pronto, agora cadê o biscoito?? HAUSHAUHSUAHHAUSH
A Lisbon foi levadas pelos ETs
Pronto, agora cadê o biscoito?? HAUSHAUHSUAHHAUSH
Priscila.- Detetive Novato
- Data de inscrição : 23/05/2010
Mensagens : 252
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
Pri, acho que vc vai ter que esperar mais um pouco pra chutar de novo KOPASKOPSAKOP e Teresa Janes, meio biscoito pra vc! Ta indo noc aminho certo.! Agora o cap aqui pra vcs!
5
Ed Bell olhou para os dois lados antes de entrar, mancando, na loja de caixas postais da galeria comercial. Seu olhar percorreu o salão. Ninguém o observava. Perfeito. Ele não conseguiu evitar um sorriso. Golpe infalível. Não havia como descobri-lo, e, desta vez, ele daria sua grande tacada.
O segredo, descobrira Ed, estava na preparação. Os bons escondem as pistas. Os ótimos se preparam para eventualidades.
A primeira coisa que ele fez foi conseguir uma identidade falsa com seu primo, Tony. Depois, alugou uma caixa postal usando o pseudônimo UYS Interpreses. Uma identidade falsa e um pseudônimo. Então, caso alguém descobrisse que o dono do caixa era a UYS Interpreses, só chegaria a Harry Lennys, o nome da identidade falsa de Ed.
Não havia como descobri-lo.
Do outro lado do salão ele tentou espiar pela janelinha do 417. Difícil distinguir qualquer coisa, mas havia algo ali, com certeza. Bom. Ed aceitava dinheiro vivo ou ordens de pagamento. Nada de cheque, claro. Nada que o incriminasse. Sempre que apanhava o dinheiro, ia disfarçado, também. Como naquele momento. Ele usava um boné de beisebol e um bigode postiço. Fingia mancar. Se você subornasse o caixa, descobriria no máximo que Harry Lennys usava bigode e mancava.
Ed Bell não mancava nem tinha bigode.
Ele também tomava outras precauções. Nunca abria a caixa perto de outras pessoas. Fingia estar lendo o jornal, ou preenchendo algo. Só quando ninguém estava por perto ele chegava à caixa 417.
Ele sabia que todo o cuidado era pouco.
Até no caminho ele se cuidava. Estacionava a caminhonete de trabalho – CableEye, uma rede de TV a cabo – a quatro quarteirões de distância. Ele se esgueirava por duas ruelas no caminho até lá. Usava uma jaqueta preta por cima do uniforme para que ninguém visse o nome “Ed” bordado no bolso.
Pensou na bolada que provavelmente o aguardava no caixa 417, a menos de três metros de onde se encontrava em pé agora. Sentiu uma inquietude nos dedos. Olhou a sua volta novamente.
Havia duas mulheres abrindo suas caixas postais. Uma delas se virou e sorriu distraída para ele. Ed se dirigiu às caixas do outro lado do salão, apanhou o chaveiro e fingiu procurar uma chave. Manteve o rosto abaixado e afastado delas.
Seguro morreu de velho.
Dois minutos depois, as mulheres haviam pegado suas cartas e ido embora. Ele estava sozinho. Rapidamente, atravessou o salão e abriu a caixa.
Bingo!
Um pacote endereçado a UYS Interpreses, papel pardo. Nenhum remetente. Suficientemente grosso para ter uma grana preta.
Sorriu. Será que os 50 mil estão aí?
Estendeu as mãos trêmulas e apanhou o pacote. Bom peso. O coração disparou. Jesus. Ele vinha aplicando aquele golpe havia quatro meses. Pegara a baleia branca desta vez!
Dando outra geral no salão, enfiou o pacote no bolso da jaqueta e saiu às pressas. Pegou um caminho diferente até a caminhonete. Chegando nesta, partiu em direção à firma. Ele acariciava o pacote. 50 mil dólares.
Quando chegou às instalações da CableEye, já era noite. Estacionou a caminhonete e foi até seu próprio carro. Um Honda Civic 91 todo enferrujado. Olhou com desdém. "Logo me livrarei dessa carroça."
O estacionamento dos funcionários estava vazio. A escuridão começou a oprimi-lo. Conseguia ouvir seus próprios passos. O frio penetrava seu casaco. Cinquenta mil em seu bolso.
Ed arqueou os ombros e apressou o passo.
A verdade é que desta vez, estava assustado. Teria de parar com o golpe. Um bom golpe, sem dúvida. Mas agora ele estava atacando gente importante. Questionara a sensatez dessa mudança. Decidiu que grandes homens – aqueles que realmente mudam suas vidas – arriscam.
E Ed era um grande homem.
O golpe era simples, e era essa simplicidade que o tornava extraordinário. Toda residência com TV a cabo tinha uma caixa de distribuição na linha telefônica. Quando você assinava algum canal especial, como HBO ou Showtime, um técnico mexia em algumas chaves. Aquela caixa de distribuição contém seu histórico de TV a cabo. E esse histórico revela tudo sobre suas preferências.
As empresas de TV a cabo e os hotéis fazem questão de garantir que suas faturas não revelarão o nome dos filmes que assistiram. Isso pode ser verdade, mas não significa que eles não saibam. Tente contestar uma cobrança um dia. Eles revelarão os títulos e deixarão você exasperado.
O que Ed havia descoberto de cara era que as opções na TV a cabo funcionam por códigos, transmitindo as informações do pedido, através da caixa de distribuição aos computadores da sede da empresa de TV a cabo. Então ele subia no poste, abria a caixa e anotava os números. De volta ao escritório, digitava os códigos e descobria tudo.
Ficava sabendo, por exemplo, que às seis da tarde do dia 2 de fevereiro, você e sua família alugaram O Rei Leão 2 pelo Pay-Per-View. Ou, dando um exemplo mais revelador, que às dez e meia da noite de 7 de fevereiro você encomendou, em dose dupla, Jeannie em êxtase e Programada para Transar via Sizzle TV.
Entendeu o golpe?
De início, Ed atacava aleatoriamente. Mandava uma carta curta e grossa, dizendo que sabia que você viu tais filmes em tais horários, e que distribuiria cópias daquela carta para toda sua família e amigos caso não lhe pagasse 500 dólares. Não era lá muita grana, mas era o suficiente para aumentar sua conta bancária, e fazer com que até os menores alvos não hesitassem em pagá-lo.
Mesmo assim – e isso surpreendia Ed no início -, apenas uns 10 por cento respondiam. Ed não sabia direito por que. Talvez, assistir filmes pornográficos já não fosse vergonhoso como antigamente. Talvez a esposa do cara soubesse dos filmes. Talvez ela até os visse junto com ele. Mas o verdadeiro problema era que o golpe de Ed era disperso demais.
Ele precisava escolher melhor suas vítimas.
Foi aí que ocorreu a ideia de se concentrar em pessoas de certas profissões, cuja imagem seria prejudicada se a informação fosse divulgada. Mais uma vez, os computadores da empresa forneceram todos os dados do que precisava. Ele começou atacando professores, assistentes sociais, ginecologistas. Qualquer um cujo emprego fosse sensível a um escândalo. Os professores eram os que mais entravam em pânico, mas eram os que tinham menos dinheiro. Ele também tornou as cartas mais específicas. Começou a citar o nome da esposa, e do empregador. No caso dos professores, prometia enviar ao governo, aos pais e aos alunos, aquela “prova de perversão”, expressão cunhada por ele mesmo. No caso dos médicos, ameaçava enviar a “prova’ ao Conselho de Medicina, além dos jornais locais, vizinhos e pacientes.
O dinheiro começou a entrar mais rápido.
Até então, o golpe de Ed havia lhe rendido quase 40 mil dólares. Agora ele fisgara seu maior peixe – tão grande que, no início, pensou em desistir. Mas não conseguira. Não podia abrir mão da maior tacada de sua vida.
Sim, ele atingira alguém importante. Bota importante nisso! Walter Mashburn. Jovem, boa pinta, rico, milhares de mulheres a sua volta, filho nota 10, aspirações políticas, herdeiro da fortuna Mashburn. E ele não solicitara somente um filme. Ou dois.
Durante uma orgia de um mês Mashburn solicitara 23 filmes pornográficos.
Ed passara uma noite acordado rascunhando suas exigências, mas no final, ficou com o seu curto e grosso. Pediu a Mashburn 50 mil. Exigiu que fosse entregue naquele horário e naquele dia. Com certeza aqueles 50 mil estavam no bolso do casaco do milionário loucos para serem gastos.
Ed queria olhar, não aguentava mais a vontade. Mas ele era a disciplina em pessoa. Esperaria até chegar em casa. Trancaria a porta, sentaria no chão, abriria o pacote e despejaria as verdinhas.
Iria arrebentar.
Estacionou o carro na rua e andou até a porta do prédio. A visão de sua moradia – um apartamento sobre uma garagem – o deprimiu. Mas em breve não estaria mais ali. Se pegasse os 50 mil, acrescentasse os quase 40 escondidos no apartamento, mais os 10 economizados...
A quantia fez com que desse uma parada. Cem mil dólares! Ele tinha cem mil em dinheiro vivo. Perfeito.
Ele partiria logo. Pegaria a grana e se mandaria para o Arizona. Tinha um amigo lá, Johnny Mendez. Ele e Johnny abririam um negócio. Estava cansado da Califórnia. Estava na hora de mudar, começar de novo.
Ed subiu as escadas. Na verdade, ele nunca cumpria suas ameaças. Nunca enviara as cartas que prometera. Se o alvo não pagasse, ponto final. Para que prejudicá-lo? Não adiantaria de nada. Era um senhor golpista. É bem verdade que se valia de ameaças, mas nunca as cumpria. Aquilo apenas deixaria a pessoa furiosa e provavelmente o exporia também.
Ed chegou ao fim da escada e parou na frente da porta do apartamento. Tudo escuro. A lampada do corredor estava queimada de novo. Suspirou e levou as chaves a porta. Tateou a maçaneta até achar a fechadura. Abriu a porta,entrou. Algo estava estranho. Sentia algo mole em seus pés. Plástico. Como se um pintor tivesse coberto o chão para não sujá-lo Franziu as sobrancelhas. Deu um peteleco no interruptor, e foi aí que viu o homem com o revolver.
- Olá, Ed.
Ed suspirou e deu um passo para trás. Um homem, na casa dos quarenta anos, alto, com cabelos pretos, bonito, mas não tanto. Na porta tinha um asiático, enorme, com musculos bem definidos, com o olhar mais ameaçador que Ed já vira em sua vida.
Ed tentou pensar. Descobrir o que eles queriam. Raciocinar com eles. Você é um golpista e tanto, lembrou a si mesmo. Você é esperto. Você encontrará a saída. Ed endireitou-se.
- O que vocês querem? – perguntou.
O homem que tinha o revolver, apertou o gatilho.
Ed ouviu um estouro, e então, seu jelho esquerdo explodiu. Seus olhos se arreagalaram. Ele gritou e desmoronou, segurando o joelho. O sangue jorrava por entre seus dedos.
- É um 22 – disse o homem, apontando a arma. – Um revólver de pequeno calibre. O que mais gosto nele é que, como você verá, posso dar vários tiros sem matar.
Ele atirou novamente. Desssa vez, atingiu o ombro de Ed, que sentiu o ombro se estilhaçar. Seu braço se desprendeu, como uma porta de eleiro que acabara de quebrar a dobradiça. Ele caiu de costas e começou a ofegar. Um terrivel coquetel de medo e dor o tomou por completo. Seus olhos permaneciam arregalados.. sem piscar, percebe algo.
O plástico no chão.
Estava deitado em cima dele. Mais do que isso, sangrava em cima dele. Para isso que servia o plástico.
- Você vai me contar o que quero saber, ou vou ter que atirar de novo?
Ed começou a falar. Contou tudo. Revelou onde estava o resto do dinheiro. Disse onde estavam as provas. O homem perguntou se ele tinha algum cúmplice. Ed disse quenão. O homem atirou no outro joelho de Ed. Voltou a perguntar se ele não tinha cúmplices. Ed repetiu que não. Então ele atirou em seu tornozelo direito.
Uma hora depois, Ed implorou para que ele atirasse em sua cabeça.
Duas horas depois, o homem atendeu seu pedido.
Não desgrudei os olhos da tela do computador.
Eu estava paralisado. Os meus sentidos, a minha mente, a minha dedução, todos sobrecarregados. Cada parte do meu corpo havia desligado.
Não era possivel. Eu sabia. Teresa não caíra de um iate e fora dada como afogada, seu corpo nunca encontrado. Não fora queimada o suficiente para não ser reconhecida. Seu corpo foi encontrado na cabana. Terrivel, porém reconhecível.
Não por você...
Não por mim, mas por um “membro da família”: Minelli. E o irmão dele. Ambos eram agentes e eram com pais meus e da Teresa. De fato fora Minelli, quem me contou que Teresa estava morta. Ele e o irmão Hoyt foram ao meu quarto no hospital pouco depois que recobrei os sentidos. Virgil e Hoyt eram grandes, grisalhos, e tinham feições meio pétreas. Um deles era agente federal, o outro, aposentado. Ambos veteranos de guerra. Eles tiraram os chapeus e tentaram dar a noticia com a empatia semidistante de profissionais, mas não convenceram, eles próprios não fizera muita força pra isso.
Portanto, o que eu acabara de ver?
No monitor, pedestres ainda iam e vinham.Fiquei olhando, esperando que ela voltasse. Em vão. Que lugar seria aquele? Uma cidade movimentada, com grande fluxo de trabalhadores. Até onde eu sabia, poderia ser Sacramento.
Então procure pistas, idiota.
Tentei me concentrar. Roupas. Vamos examinar as roupas. A maioria trajava um casaco leve. Descartar lugares muito ao norte. Ótimo.
O que mais? Penteados? Não adiantaria. Eu conseguia ver o canto de um prédio de tijolos, mas nada muito identificável. Esquadrinhei a tela aprocura de alguma coisa diferente.
Sacolas de compras.
algumas pessoas carregavam sacolas. Tentei ler o que estava esscrito nelas, mas todos caminhavam rápido demais. Torci para que retardassem o passo. Não adiantou. Continuei olhando, concentrando-me na altura dos seus joelhos. O ângulo da câmera não ajudava muito. Aproximei tanto o rosto da tela, que sentia seu calor.
R maiúsculo.
Essa era a primeira letra em uma das sacolas. O resto era ilegível. As letras pareciam meio rebuscadas. E o que mais? Que outras pistas eu poderia...?
A cena da câmera sumiu.
Cacete. Apertei a tecla de recarregar. A tela de erro retornou. Voltei ao e-mail original e cliquei no link. Outro erro.
A cena sumira.
Olhei para a tela vazia. E a verdade me atingira em cheio: eu acabara de ver Lisbon.
Poderia argumentar que não era verdade, que estava sonhando. Mas eu sabia que não estava. Eu já tivera varios sonhos em que Teresa estava viva. Vários. Eu os aceitava como a minha vontade inconsciente de tê-la comigo. Lembro-me de um sonho em particular mais que os outros. Nele, estavamos juntos – não recordo o que estavamos fazendo, ou onde estavamos – e aí, em meio à alegria, percebi com certeza absoluta que estava sonhando, e que logo acordaria e ela não estaria ali. Acordaria sozinho. Lembro-me do sonho: eu esticava o braço e a puxava para mim, abraçando-a, numa tentativa de não perdê-la nunca mais.
Sabia perfeitamente que era um sonho. O que vira no meu computador não havia sido um deles.
Nem fantasmas, isso é idiota. Obvio que não existem fantasmas. E de qualquer forma, fantasmas não envelhecem. E a Lisbon do vídeo estava mais velha. Não muito, mais haviam se passado oito anos. Fantasmas tampouco cortam o cabelo. Pensei na longa trança caindo nas costas dela sob o luar. Pensei nos modernos cabelos curtos dela. E pensei naqueles olhos. Os quais eu olhei desde os 31 anos.
Era Teresa. Ela estava viva.
Senti as lárimas voltarem. Só que dessa vez, as contive.
Não sei por quanto tempo fiquei sentado ali. Mais meia hora, talvez. Tentei acalmar a respiração e a mente. Eu era racional. Tinha de ser. Eu deveria estar na casa de Minelli naquela hora. Mas não conseguia pensar em encará-lo.
Foi aí que me lembrei de outra coisa.
Elizabeth Steiner.
Lowell perguntara se esse nome me dizia alguma coisa. Dizia.
Lisbon e eu costumavamos a ter umas brincadeiras meio infantis. Como esta. Você pega seu nome do meio, e o transforma em primeiro nome, depois pega o nome da rua onde cresceu e coloca como sobre nome. Eu usava o nome da primeira rua que lembrava o circo ter parado. Meu nome inteiro, é Patrick Daniel Jane. E a rua era Darby Road. Então, eu seria Daniel Darby. E Teresa seria...
Elizabeth Steiner.
Que droga estava acotnecendo?
Peguei o telefone. Primeiro liguei para Virgil. A esposa dele atendeu. Avisei que chegaria mais tarde. As pessoas costumavam a aceitar isso de mim. Acreditavam que eu estava trabalhando em um caso. É um dos benefícios de ser consultor aqui.
Quando liguei para lowell, a secretária eletrônica atendeu. Pediu que ligasse para meu celular assim que pudesse.
Sai do banheiro e me deitei no sofá, colocando o notebook em cima da minha mesa e tentei descançar. Mas outro e-mail me tirou do meu transe. Projetei-me para frente e agarrei o notebook. O remetente era estranho, mas o assunto era “câmera de rua”. Outro aperto no peito.
Cliquei no ícone pequeno e o e-mail surgiu:
Amanhã duas horas depois deste horário, em www.bigfoot.com
Uma mensagem será deixada para você.
Seu nome de usuário: Bat Street
Senha: Teenage
Embaixo disso, no rodapé da tela, mais seis palavras.
Estão observando. Não conte a ninguém.
Larry Gandle, o homem do revolver, observou Eric Wu cuidar tranquilamente da limpeza.
Wu, um coreano de 26 anos com um número de piercings e tatuagens que era impressionante, era o homem mais perigoso que Gandle conhecera. Tinha a constituição de um pequeno tanque de guerra, mas isso não significava grande coisa. Gandle conhecia um monte de gente com o mesmo físico. Com frquencia, musculos espetaculares significavam musculos inúteis.
Com Eric Wu era diferente.
os musculos rochosos eram ótimos, mas o verdadeiro segredo de sua força mortal residia nas mãos calejadas – dois blocos de cimento com dedos que pareciam garras de aço. Passava horas exercitando-as, esmurrando blocos de concreto, expondo-as ao frio e calor extremos, fazendo flexões peitorais com um só dedo. Quando aqueles dedos entravam em ação, a devastação nos ossos e tecidos da vítima era inimaginavel.
Rumores sombrios cercavam homens como Wu, na maioria falsos, mas Larry Gandle o vira matar um homem enfiando os dedos nos pontos vulneráveis do rosto e abdome. Ele vira Wu agarrar um homem pelas orelhas e arrancá-las com um ligeiro puxão. Ele o vira matar quatro vezes de maneiras diferentes, sem usar nenhuma arma.
Nenhuma das mortes havia sido rápida.
Ninguém sabia ao certo a procedencia de Wu, mas a versão mais aceita fazia menção a uma infância brutal na Coreia do Norte. Gandle nunca perguntara. Não convinha à mente percorrer caminhos soturnos; o lado obscuro de Eric Wu – como poderia haver um lado iluminado? – era um deles.
Quando Wu terminou de embrulhar no plástico a maçaroca que era Ed Bell, olhou para Gandle. Olhos sem brilho, pensou Larry Gandle. Os olhos de uma criança em cenário de guerra.
Wu não se dera ao trabalho de tirar o fone de ouvido. Seu Ipod não tocava a todo volume hip hop, rap, nem mesmo rock. Ele ouvia o tempo todo aquelas músicas tranquilizantes com nomes como Brisas do oceano e Córrego plácido.
- Devo levá-lo ao Benny? – perguntou Wu. Sua voz tinha uma cadência lenta e estranha. Como a de um personagem de desenho animado.
Larry só assentiu. Benny dirigia um crematório. Pó retornando ao pó. Ou, naquele caso, escória retornando ao pó.
- E suma com isso.
Gandle entregou o 22 a Eric. O revólver parecia insignificante e inútil na mão gigantesca de Wu. Este fez cara de reprovação, talvez desapontado porque Gandle preferia a arma a seus talentos incomuns, e meteu-a no bolso. Com um 22, raramnte havia feidas mortais isso sgnificava menos provas. O sangue havia sido contido pelo plástico. Nada de sujeira, nada de confusão.
-Até mais tarde – respondeu Wu. Ele ergueu o cadáver com uma mão só, como se fosse uma maleta, e o carregou para fora.
Larry Gandle fez um gesto de despedida. Ele não ficara feliz com o sofrimento de Ed – mas também não se sentia incomodado. Era uma questão simples. Gandle tinha de saber com absoluta certeza que Ed agia sozinho e que não deixara pistas para alguém descobrir. Isso significava caprichar na tortura. Não havia outro jeito.
No final, tudo se resumia claramente a uma simples escolha: a família Mashburn ou Ed Bell. Os Mashburn eram gente de bem. Nunca tinham feito nada de mal a Ed. Bell, por sua vez, esforçara-se ao máximo para tentar prejudicar a família Mashburn. Somente um deles poderia sair ileso: a vítima inocente, bem-intencionada, ou o parasita que queria explorar a fraqueza alheia. Só havia uma escolha possível.
O celular de Gandle vibrou. Ele o apanhou e atendeu.
- Alo.
- Identificaram os corpos do lago.
- E aí?
- São eles. Meu Deus, são Bob e Mel.
Gandle cerrou os olhos.
- O que isso significa Larry?
- Sei lá.
- Eo que vamos fazer?
Larry Gandle sabia que não havia alternativa. Ele teria que falar com Alam Mashburn. Aquilo desenterraria lembranças desagradáveis. Oito anos. Após oito anos. Gandle balançou a cabeça. Aquilo abalaria novamente o coração do velho.
- Deixe comigo.
Tandandan!!!
Quem são Ed Bell, Larry Gandle e Eric Wu? Porque os dois ultimos trabalham para a família Mashburn? Qual a importância dos Mashburn na história? O que Jane vai achar no e-mail? O que realmente aconteceu com Lisbon?
TUDO ISSO E MUITO MAIS NOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS!
5
Ed Bell olhou para os dois lados antes de entrar, mancando, na loja de caixas postais da galeria comercial. Seu olhar percorreu o salão. Ninguém o observava. Perfeito. Ele não conseguiu evitar um sorriso. Golpe infalível. Não havia como descobri-lo, e, desta vez, ele daria sua grande tacada.
O segredo, descobrira Ed, estava na preparação. Os bons escondem as pistas. Os ótimos se preparam para eventualidades.
A primeira coisa que ele fez foi conseguir uma identidade falsa com seu primo, Tony. Depois, alugou uma caixa postal usando o pseudônimo UYS Interpreses. Uma identidade falsa e um pseudônimo. Então, caso alguém descobrisse que o dono do caixa era a UYS Interpreses, só chegaria a Harry Lennys, o nome da identidade falsa de Ed.
Não havia como descobri-lo.
Do outro lado do salão ele tentou espiar pela janelinha do 417. Difícil distinguir qualquer coisa, mas havia algo ali, com certeza. Bom. Ed aceitava dinheiro vivo ou ordens de pagamento. Nada de cheque, claro. Nada que o incriminasse. Sempre que apanhava o dinheiro, ia disfarçado, também. Como naquele momento. Ele usava um boné de beisebol e um bigode postiço. Fingia mancar. Se você subornasse o caixa, descobriria no máximo que Harry Lennys usava bigode e mancava.
Ed Bell não mancava nem tinha bigode.
Ele também tomava outras precauções. Nunca abria a caixa perto de outras pessoas. Fingia estar lendo o jornal, ou preenchendo algo. Só quando ninguém estava por perto ele chegava à caixa 417.
Ele sabia que todo o cuidado era pouco.
Até no caminho ele se cuidava. Estacionava a caminhonete de trabalho – CableEye, uma rede de TV a cabo – a quatro quarteirões de distância. Ele se esgueirava por duas ruelas no caminho até lá. Usava uma jaqueta preta por cima do uniforme para que ninguém visse o nome “Ed” bordado no bolso.
Pensou na bolada que provavelmente o aguardava no caixa 417, a menos de três metros de onde se encontrava em pé agora. Sentiu uma inquietude nos dedos. Olhou a sua volta novamente.
Havia duas mulheres abrindo suas caixas postais. Uma delas se virou e sorriu distraída para ele. Ed se dirigiu às caixas do outro lado do salão, apanhou o chaveiro e fingiu procurar uma chave. Manteve o rosto abaixado e afastado delas.
Seguro morreu de velho.
Dois minutos depois, as mulheres haviam pegado suas cartas e ido embora. Ele estava sozinho. Rapidamente, atravessou o salão e abriu a caixa.
Bingo!
Um pacote endereçado a UYS Interpreses, papel pardo. Nenhum remetente. Suficientemente grosso para ter uma grana preta.
Sorriu. Será que os 50 mil estão aí?
Estendeu as mãos trêmulas e apanhou o pacote. Bom peso. O coração disparou. Jesus. Ele vinha aplicando aquele golpe havia quatro meses. Pegara a baleia branca desta vez!
Dando outra geral no salão, enfiou o pacote no bolso da jaqueta e saiu às pressas. Pegou um caminho diferente até a caminhonete. Chegando nesta, partiu em direção à firma. Ele acariciava o pacote. 50 mil dólares.
Quando chegou às instalações da CableEye, já era noite. Estacionou a caminhonete e foi até seu próprio carro. Um Honda Civic 91 todo enferrujado. Olhou com desdém. "Logo me livrarei dessa carroça."
O estacionamento dos funcionários estava vazio. A escuridão começou a oprimi-lo. Conseguia ouvir seus próprios passos. O frio penetrava seu casaco. Cinquenta mil em seu bolso.
Ed arqueou os ombros e apressou o passo.
A verdade é que desta vez, estava assustado. Teria de parar com o golpe. Um bom golpe, sem dúvida. Mas agora ele estava atacando gente importante. Questionara a sensatez dessa mudança. Decidiu que grandes homens – aqueles que realmente mudam suas vidas – arriscam.
E Ed era um grande homem.
O golpe era simples, e era essa simplicidade que o tornava extraordinário. Toda residência com TV a cabo tinha uma caixa de distribuição na linha telefônica. Quando você assinava algum canal especial, como HBO ou Showtime, um técnico mexia em algumas chaves. Aquela caixa de distribuição contém seu histórico de TV a cabo. E esse histórico revela tudo sobre suas preferências.
As empresas de TV a cabo e os hotéis fazem questão de garantir que suas faturas não revelarão o nome dos filmes que assistiram. Isso pode ser verdade, mas não significa que eles não saibam. Tente contestar uma cobrança um dia. Eles revelarão os títulos e deixarão você exasperado.
O que Ed havia descoberto de cara era que as opções na TV a cabo funcionam por códigos, transmitindo as informações do pedido, através da caixa de distribuição aos computadores da sede da empresa de TV a cabo. Então ele subia no poste, abria a caixa e anotava os números. De volta ao escritório, digitava os códigos e descobria tudo.
Ficava sabendo, por exemplo, que às seis da tarde do dia 2 de fevereiro, você e sua família alugaram O Rei Leão 2 pelo Pay-Per-View. Ou, dando um exemplo mais revelador, que às dez e meia da noite de 7 de fevereiro você encomendou, em dose dupla, Jeannie em êxtase e Programada para Transar via Sizzle TV.
Entendeu o golpe?
De início, Ed atacava aleatoriamente. Mandava uma carta curta e grossa, dizendo que sabia que você viu tais filmes em tais horários, e que distribuiria cópias daquela carta para toda sua família e amigos caso não lhe pagasse 500 dólares. Não era lá muita grana, mas era o suficiente para aumentar sua conta bancária, e fazer com que até os menores alvos não hesitassem em pagá-lo.
Mesmo assim – e isso surpreendia Ed no início -, apenas uns 10 por cento respondiam. Ed não sabia direito por que. Talvez, assistir filmes pornográficos já não fosse vergonhoso como antigamente. Talvez a esposa do cara soubesse dos filmes. Talvez ela até os visse junto com ele. Mas o verdadeiro problema era que o golpe de Ed era disperso demais.
Ele precisava escolher melhor suas vítimas.
Foi aí que ocorreu a ideia de se concentrar em pessoas de certas profissões, cuja imagem seria prejudicada se a informação fosse divulgada. Mais uma vez, os computadores da empresa forneceram todos os dados do que precisava. Ele começou atacando professores, assistentes sociais, ginecologistas. Qualquer um cujo emprego fosse sensível a um escândalo. Os professores eram os que mais entravam em pânico, mas eram os que tinham menos dinheiro. Ele também tornou as cartas mais específicas. Começou a citar o nome da esposa, e do empregador. No caso dos professores, prometia enviar ao governo, aos pais e aos alunos, aquela “prova de perversão”, expressão cunhada por ele mesmo. No caso dos médicos, ameaçava enviar a “prova’ ao Conselho de Medicina, além dos jornais locais, vizinhos e pacientes.
O dinheiro começou a entrar mais rápido.
Até então, o golpe de Ed havia lhe rendido quase 40 mil dólares. Agora ele fisgara seu maior peixe – tão grande que, no início, pensou em desistir. Mas não conseguira. Não podia abrir mão da maior tacada de sua vida.
Sim, ele atingira alguém importante. Bota importante nisso! Walter Mashburn. Jovem, boa pinta, rico, milhares de mulheres a sua volta, filho nota 10, aspirações políticas, herdeiro da fortuna Mashburn. E ele não solicitara somente um filme. Ou dois.
Durante uma orgia de um mês Mashburn solicitara 23 filmes pornográficos.
Ed passara uma noite acordado rascunhando suas exigências, mas no final, ficou com o seu curto e grosso. Pediu a Mashburn 50 mil. Exigiu que fosse entregue naquele horário e naquele dia. Com certeza aqueles 50 mil estavam no bolso do casaco do milionário loucos para serem gastos.
Ed queria olhar, não aguentava mais a vontade. Mas ele era a disciplina em pessoa. Esperaria até chegar em casa. Trancaria a porta, sentaria no chão, abriria o pacote e despejaria as verdinhas.
Iria arrebentar.
Estacionou o carro na rua e andou até a porta do prédio. A visão de sua moradia – um apartamento sobre uma garagem – o deprimiu. Mas em breve não estaria mais ali. Se pegasse os 50 mil, acrescentasse os quase 40 escondidos no apartamento, mais os 10 economizados...
A quantia fez com que desse uma parada. Cem mil dólares! Ele tinha cem mil em dinheiro vivo. Perfeito.
Ele partiria logo. Pegaria a grana e se mandaria para o Arizona. Tinha um amigo lá, Johnny Mendez. Ele e Johnny abririam um negócio. Estava cansado da Califórnia. Estava na hora de mudar, começar de novo.
Ed subiu as escadas. Na verdade, ele nunca cumpria suas ameaças. Nunca enviara as cartas que prometera. Se o alvo não pagasse, ponto final. Para que prejudicá-lo? Não adiantaria de nada. Era um senhor golpista. É bem verdade que se valia de ameaças, mas nunca as cumpria. Aquilo apenas deixaria a pessoa furiosa e provavelmente o exporia também.
Ed chegou ao fim da escada e parou na frente da porta do apartamento. Tudo escuro. A lampada do corredor estava queimada de novo. Suspirou e levou as chaves a porta. Tateou a maçaneta até achar a fechadura. Abriu a porta,entrou. Algo estava estranho. Sentia algo mole em seus pés. Plástico. Como se um pintor tivesse coberto o chão para não sujá-lo Franziu as sobrancelhas. Deu um peteleco no interruptor, e foi aí que viu o homem com o revolver.
- Olá, Ed.
Ed suspirou e deu um passo para trás. Um homem, na casa dos quarenta anos, alto, com cabelos pretos, bonito, mas não tanto. Na porta tinha um asiático, enorme, com musculos bem definidos, com o olhar mais ameaçador que Ed já vira em sua vida.
Ed tentou pensar. Descobrir o que eles queriam. Raciocinar com eles. Você é um golpista e tanto, lembrou a si mesmo. Você é esperto. Você encontrará a saída. Ed endireitou-se.
- O que vocês querem? – perguntou.
O homem que tinha o revolver, apertou o gatilho.
Ed ouviu um estouro, e então, seu jelho esquerdo explodiu. Seus olhos se arreagalaram. Ele gritou e desmoronou, segurando o joelho. O sangue jorrava por entre seus dedos.
- É um 22 – disse o homem, apontando a arma. – Um revólver de pequeno calibre. O que mais gosto nele é que, como você verá, posso dar vários tiros sem matar.
Ele atirou novamente. Desssa vez, atingiu o ombro de Ed, que sentiu o ombro se estilhaçar. Seu braço se desprendeu, como uma porta de eleiro que acabara de quebrar a dobradiça. Ele caiu de costas e começou a ofegar. Um terrivel coquetel de medo e dor o tomou por completo. Seus olhos permaneciam arregalados.. sem piscar, percebe algo.
O plástico no chão.
Estava deitado em cima dele. Mais do que isso, sangrava em cima dele. Para isso que servia o plástico.
- Você vai me contar o que quero saber, ou vou ter que atirar de novo?
Ed começou a falar. Contou tudo. Revelou onde estava o resto do dinheiro. Disse onde estavam as provas. O homem perguntou se ele tinha algum cúmplice. Ed disse quenão. O homem atirou no outro joelho de Ed. Voltou a perguntar se ele não tinha cúmplices. Ed repetiu que não. Então ele atirou em seu tornozelo direito.
Uma hora depois, Ed implorou para que ele atirasse em sua cabeça.
Duas horas depois, o homem atendeu seu pedido.
- x -
Não desgrudei os olhos da tela do computador.
Eu estava paralisado. Os meus sentidos, a minha mente, a minha dedução, todos sobrecarregados. Cada parte do meu corpo havia desligado.
Não era possivel. Eu sabia. Teresa não caíra de um iate e fora dada como afogada, seu corpo nunca encontrado. Não fora queimada o suficiente para não ser reconhecida. Seu corpo foi encontrado na cabana. Terrivel, porém reconhecível.
Não por você...
Não por mim, mas por um “membro da família”: Minelli. E o irmão dele. Ambos eram agentes e eram com pais meus e da Teresa. De fato fora Minelli, quem me contou que Teresa estava morta. Ele e o irmão Hoyt foram ao meu quarto no hospital pouco depois que recobrei os sentidos. Virgil e Hoyt eram grandes, grisalhos, e tinham feições meio pétreas. Um deles era agente federal, o outro, aposentado. Ambos veteranos de guerra. Eles tiraram os chapeus e tentaram dar a noticia com a empatia semidistante de profissionais, mas não convenceram, eles próprios não fizera muita força pra isso.
Portanto, o que eu acabara de ver?
No monitor, pedestres ainda iam e vinham.Fiquei olhando, esperando que ela voltasse. Em vão. Que lugar seria aquele? Uma cidade movimentada, com grande fluxo de trabalhadores. Até onde eu sabia, poderia ser Sacramento.
Então procure pistas, idiota.
Tentei me concentrar. Roupas. Vamos examinar as roupas. A maioria trajava um casaco leve. Descartar lugares muito ao norte. Ótimo.
O que mais? Penteados? Não adiantaria. Eu conseguia ver o canto de um prédio de tijolos, mas nada muito identificável. Esquadrinhei a tela aprocura de alguma coisa diferente.
Sacolas de compras.
algumas pessoas carregavam sacolas. Tentei ler o que estava esscrito nelas, mas todos caminhavam rápido demais. Torci para que retardassem o passo. Não adiantou. Continuei olhando, concentrando-me na altura dos seus joelhos. O ângulo da câmera não ajudava muito. Aproximei tanto o rosto da tela, que sentia seu calor.
R maiúsculo.
Essa era a primeira letra em uma das sacolas. O resto era ilegível. As letras pareciam meio rebuscadas. E o que mais? Que outras pistas eu poderia...?
A cena da câmera sumiu.
Cacete. Apertei a tecla de recarregar. A tela de erro retornou. Voltei ao e-mail original e cliquei no link. Outro erro.
A cena sumira.
Olhei para a tela vazia. E a verdade me atingira em cheio: eu acabara de ver Lisbon.
Poderia argumentar que não era verdade, que estava sonhando. Mas eu sabia que não estava. Eu já tivera varios sonhos em que Teresa estava viva. Vários. Eu os aceitava como a minha vontade inconsciente de tê-la comigo. Lembro-me de um sonho em particular mais que os outros. Nele, estavamos juntos – não recordo o que estavamos fazendo, ou onde estavamos – e aí, em meio à alegria, percebi com certeza absoluta que estava sonhando, e que logo acordaria e ela não estaria ali. Acordaria sozinho. Lembro-me do sonho: eu esticava o braço e a puxava para mim, abraçando-a, numa tentativa de não perdê-la nunca mais.
Sabia perfeitamente que era um sonho. O que vira no meu computador não havia sido um deles.
Nem fantasmas, isso é idiota. Obvio que não existem fantasmas. E de qualquer forma, fantasmas não envelhecem. E a Lisbon do vídeo estava mais velha. Não muito, mais haviam se passado oito anos. Fantasmas tampouco cortam o cabelo. Pensei na longa trança caindo nas costas dela sob o luar. Pensei nos modernos cabelos curtos dela. E pensei naqueles olhos. Os quais eu olhei desde os 31 anos.
Era Teresa. Ela estava viva.
Senti as lárimas voltarem. Só que dessa vez, as contive.
Não sei por quanto tempo fiquei sentado ali. Mais meia hora, talvez. Tentei acalmar a respiração e a mente. Eu era racional. Tinha de ser. Eu deveria estar na casa de Minelli naquela hora. Mas não conseguia pensar em encará-lo.
Foi aí que me lembrei de outra coisa.
Elizabeth Steiner.
Lowell perguntara se esse nome me dizia alguma coisa. Dizia.
Lisbon e eu costumavamos a ter umas brincadeiras meio infantis. Como esta. Você pega seu nome do meio, e o transforma em primeiro nome, depois pega o nome da rua onde cresceu e coloca como sobre nome. Eu usava o nome da primeira rua que lembrava o circo ter parado. Meu nome inteiro, é Patrick Daniel Jane. E a rua era Darby Road. Então, eu seria Daniel Darby. E Teresa seria...
Elizabeth Steiner.
Que droga estava acotnecendo?
Peguei o telefone. Primeiro liguei para Virgil. A esposa dele atendeu. Avisei que chegaria mais tarde. As pessoas costumavam a aceitar isso de mim. Acreditavam que eu estava trabalhando em um caso. É um dos benefícios de ser consultor aqui.
Quando liguei para lowell, a secretária eletrônica atendeu. Pediu que ligasse para meu celular assim que pudesse.
Sai do banheiro e me deitei no sofá, colocando o notebook em cima da minha mesa e tentei descançar. Mas outro e-mail me tirou do meu transe. Projetei-me para frente e agarrei o notebook. O remetente era estranho, mas o assunto era “câmera de rua”. Outro aperto no peito.
Cliquei no ícone pequeno e o e-mail surgiu:
Amanhã duas horas depois deste horário, em www.bigfoot.com
Uma mensagem será deixada para você.
Seu nome de usuário: Bat Street
Senha: Teenage
Embaixo disso, no rodapé da tela, mais seis palavras.
Estão observando. Não conte a ninguém.
- x -
Larry Gandle, o homem do revolver, observou Eric Wu cuidar tranquilamente da limpeza.
Wu, um coreano de 26 anos com um número de piercings e tatuagens que era impressionante, era o homem mais perigoso que Gandle conhecera. Tinha a constituição de um pequeno tanque de guerra, mas isso não significava grande coisa. Gandle conhecia um monte de gente com o mesmo físico. Com frquencia, musculos espetaculares significavam musculos inúteis.
Com Eric Wu era diferente.
os musculos rochosos eram ótimos, mas o verdadeiro segredo de sua força mortal residia nas mãos calejadas – dois blocos de cimento com dedos que pareciam garras de aço. Passava horas exercitando-as, esmurrando blocos de concreto, expondo-as ao frio e calor extremos, fazendo flexões peitorais com um só dedo. Quando aqueles dedos entravam em ação, a devastação nos ossos e tecidos da vítima era inimaginavel.
Rumores sombrios cercavam homens como Wu, na maioria falsos, mas Larry Gandle o vira matar um homem enfiando os dedos nos pontos vulneráveis do rosto e abdome. Ele vira Wu agarrar um homem pelas orelhas e arrancá-las com um ligeiro puxão. Ele o vira matar quatro vezes de maneiras diferentes, sem usar nenhuma arma.
Nenhuma das mortes havia sido rápida.
Ninguém sabia ao certo a procedencia de Wu, mas a versão mais aceita fazia menção a uma infância brutal na Coreia do Norte. Gandle nunca perguntara. Não convinha à mente percorrer caminhos soturnos; o lado obscuro de Eric Wu – como poderia haver um lado iluminado? – era um deles.
Quando Wu terminou de embrulhar no plástico a maçaroca que era Ed Bell, olhou para Gandle. Olhos sem brilho, pensou Larry Gandle. Os olhos de uma criança em cenário de guerra.
Wu não se dera ao trabalho de tirar o fone de ouvido. Seu Ipod não tocava a todo volume hip hop, rap, nem mesmo rock. Ele ouvia o tempo todo aquelas músicas tranquilizantes com nomes como Brisas do oceano e Córrego plácido.
- Devo levá-lo ao Benny? – perguntou Wu. Sua voz tinha uma cadência lenta e estranha. Como a de um personagem de desenho animado.
Larry só assentiu. Benny dirigia um crematório. Pó retornando ao pó. Ou, naquele caso, escória retornando ao pó.
- E suma com isso.
Gandle entregou o 22 a Eric. O revólver parecia insignificante e inútil na mão gigantesca de Wu. Este fez cara de reprovação, talvez desapontado porque Gandle preferia a arma a seus talentos incomuns, e meteu-a no bolso. Com um 22, raramnte havia feidas mortais isso sgnificava menos provas. O sangue havia sido contido pelo plástico. Nada de sujeira, nada de confusão.
-Até mais tarde – respondeu Wu. Ele ergueu o cadáver com uma mão só, como se fosse uma maleta, e o carregou para fora.
Larry Gandle fez um gesto de despedida. Ele não ficara feliz com o sofrimento de Ed – mas também não se sentia incomodado. Era uma questão simples. Gandle tinha de saber com absoluta certeza que Ed agia sozinho e que não deixara pistas para alguém descobrir. Isso significava caprichar na tortura. Não havia outro jeito.
No final, tudo se resumia claramente a uma simples escolha: a família Mashburn ou Ed Bell. Os Mashburn eram gente de bem. Nunca tinham feito nada de mal a Ed. Bell, por sua vez, esforçara-se ao máximo para tentar prejudicar a família Mashburn. Somente um deles poderia sair ileso: a vítima inocente, bem-intencionada, ou o parasita que queria explorar a fraqueza alheia. Só havia uma escolha possível.
O celular de Gandle vibrou. Ele o apanhou e atendeu.
- Alo.
- Identificaram os corpos do lago.
- E aí?
- São eles. Meu Deus, são Bob e Mel.
Gandle cerrou os olhos.
- O que isso significa Larry?
- Sei lá.
- Eo que vamos fazer?
Larry Gandle sabia que não havia alternativa. Ele teria que falar com Alam Mashburn. Aquilo desenterraria lembranças desagradáveis. Oito anos. Após oito anos. Gandle balançou a cabeça. Aquilo abalaria novamente o coração do velho.
- Deixe comigo.
Tandandan!!!
Quem são Ed Bell, Larry Gandle e Eric Wu? Porque os dois ultimos trabalham para a família Mashburn? Qual a importância dos Mashburn na história? O que Jane vai achar no e-mail? O que realmente aconteceu com Lisbon?
TUDO ISSO E MUITO MAIS NOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS!
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
Nooooooooooooooooosssssssssaa Patty vc não tava de brincadeira quando escreveu essa fic...li tudo de uma vez e agora tou ansiosa por mais um capítulo..
P.s.: Quem são Ed Bell, Larry Gandle e Eric Wu? Porque os dois ultimos trabalham para a família Mashburn? Qual a importância dos Mashburn na história? O que Jane vai achar no e-mail? O que realmente aconteceu com Lisbon?
DIGA DIGA DIGA
Bjo
P.s.: Quem são Ed Bell, Larry Gandle e Eric Wu? Porque os dois ultimos trabalham para a família Mashburn? Qual a importância dos Mashburn na história? O que Jane vai achar no e-mail? O que realmente aconteceu com Lisbon?
DIGA DIGA DIGA
Bjo
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
kkkkkkkkkkk Se eu ri muito com esse segredo do Walter Mashburn?? HAUSHAUSHAUS
Só tenho uma coisa a dizer o Walter Mashburn não sabe de nada, ele é do bem #fim, cuidado Patty se tocar num fio de cabelo dele #Aloka HAUSHAUSHAUSHAUSHAS
Patty está aprendendo com diretores de TM ou está ensinando a eles, como torturar os fãs ; ( ~ mas, se tiver ensinando, ensina sobre Jisbon, o mais importante, ok!? HAUSHAUSHAUSHAUAS
Só tenho uma coisa a dizer o Walter Mashburn não sabe de nada, ele é do bem #fim, cuidado Patty se tocar num fio de cabelo dele #Aloka HAUSHAUSHAUSHAUSHAS
Patty está aprendendo com diretores de TM ou está ensinando a eles, como torturar os fãs ; ( ~ mas, se tiver ensinando, ensina sobre Jisbon, o mais importante, ok!? HAUSHAUSHAUSHAUAS
Priscila.- Detetive Novato
- Data de inscrição : 23/05/2010
Mensagens : 252
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
Ai Patty por favor posta o próximo capítulo logo,pois quero muito,muito mais muito mesmo saber o que realmente houve com a Lisbon.Essa fic é MEGA MARAVILHOSA.
teresa janes- Detetive Novato
- Data de inscrição : 23/07/2010
Mensagens : 284
Humor : fico bem humorada quando estou assistindo The Mentalist
Localização : Ibitinga
Re: Tell No One - Jisbon/Jello
Obrigado pelos commenrts meninas! E só pra avisar: Aos poucos as coisas vão sendo respondidas. MUAHAHAHAH.
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Nhaaaa, tadinho de Minelli! TADINHA DA LISBON! Ok, so, desculpa o cap curtinho, mas...
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A esposa de Virgil, Lisa Minelli, é bonita. Os filhos deles se parecem um tanto com ela. Apesar de ser uma senhora de mais idade, ela estava muito conservada. Porém, a morte de Teresa realmente a abatera. Ela a amava como uma filha. O amor que ela tinha por Lisbon, era, com certeza, incondicional.
A casa dos Minelli sofrera poucas alterações desde que conheci Lisbon e, de acordo com ela, desde que ela começara a trabalhar com ele a casa era assim. O papel de parede imitando madeira, o tapete felpudo azul-claro com pintinhas brancas de uma parede até a outra, a lareira de pedra artificial. Mesinhas individuais dobráveis com tampo de plástico branco e pernas de metal dourado, ficavam encostadas a uma parede. Havia pinturas de palhaços, pratos decorativos em prateleiras. A TV era a única coisa que fora modernizada. Ela evoluira no decorrer dos anos até chegar no atual, um aparelho de tela finíssima de cores vivas, 50 polegadas.
Lisa estava sentada no mesmo sofá que eu e Teresa havíamos ficado abraçados muitas vezes. Sorri por um momento e pensei: “Ah, se esse sofá falasse!” mas aquele móvel cafona com o berrante padrão floral evocava muito mais do que recordações. Teresa e eu haviamos sentado ali vendo filmes. Havíamos estudado os casos, cada um com uma cópia dos arquivos, ela com a cabeça no meu colo e eu sentado. Foi ali que eu contara que, se tivesse a oportunidade, gostaria de ser um médico, e ela disse que se pudesse mudar de profissão, seria para ajudar crianças. Ela não conseguia tolerar a ideia de ver crianças sofrendo. Mas também disse que adorava ser agente. Até porque, foi onde ela me conheceu.
lembro de um trabalho voluntario que ela fizera numa das nossas férias. Na Covenant House, recolhendo crianças moradoras de rua nos piores lugares de Sacramento. Acompanhei-a certa vez na caminhonete da Covenant House, subindo e descendo ruas, esquadrinhando grupos fétidos de semi-humanos em busca de crianças que precisassem de abrigo. Teresa encontrou uma prostituta de 14 anos que estava tão largada que se sujara toda. Recuei enojado. Isso me constrange. Essas pessoas podiam ser seres humanos, mas- com toda a honestidade – a sujeira me causava repulsa. Eu a ajudei. Mas logo recuei.
Teresa nunca recuava. Esse era um de seus muitos dons, acredito. Ela apanhava as crianças com as mãos, as carregava. Ela limpou aquela menina, cuidou dela e conversou a noite inteira. Olhava as crianças bem nos olhos. Realmente acreditava que todos eram bons e dignos. Eu invejava sua ingenuidade.
Sempre me perguntei se ela morreu com sua ingenuigdade intacta. Se, mesmo passando por momentos terríveis, mantendo sua fé na humanidade. Espero que sim. Eu realmente espero que Red John não a tenha quebrado.
Lisa Minelli estava sentada com as mãos no colo. Ela sempre gostou de mim, apesar de no início da nossa relação, Virgil ainda ser um tanto desconfiado.
Virgil Minelli ainda não chegara em casa. Então eu e Lisa jogamos conversa fora – ou seja, falamos de tudo, menos de Lisbon. Eu mantinha os olhos colados em Lisa, pois sabia que a parte de cima da lareira estava cheia de fotos dos filhos do casal, e, também, de mim e de Lisbon. Como se todos fossemos uma linda família.
Ela está viva...
Eu mal conseguia acreditar naquilo. Depois dos meus anos de experiência, eu era bem ciente de que a mente tem um poder de distorção inimaginável. Eu não acreditava que estava o suficiente pirado para imaginar o que eu vira. Mas o fato é: loucos nunca acham que estão loucos.
Lisa e eu conversamos sobre o tempo. Falamos sobre meus casos. Conversamos sobre seu novo emprego de meio período na Macy’s. e então ela me pegou de surpresa.
- Você está namorando alguém? – perguntou.
Era a primeira vez que ela me perguntava algo pessoal. Que resposta ela queria ouvir?
- Não. – Respondi.
Ela maneou a cabçea a mexeu as mãos como se quisesse dizer mais alguma coisa.
- Saio com algumas amigas as vezes. – confessei.
- Tudo bem. – Ela mexeu a cabeça de novo. – Você deve.
Baixei a cabeça. Eu estava me sentindo encabulado. O que é algo raro.
- Sinto muita falta dela.
Eu me surpreendi dizendo aquilo. Não havia planejado. Queria ficar na minha e prosseguir com nossa conversa segura de sempre. Ergui o olhar para Lisa. Ela parecia triste e grata.
- Sei como se sente, Jane – ela disse. – Mas não deve se sentir culpado por sair com outras pessoas.
- Eu não me sinto. – respondi. – Bem, quer dizer, não é isso.
Ela descruzou as pernas e se inclinou em minha direção.
- Então o que é?
Eu não consegui falar. Bem que eu queria. Para o bem dela. Eu podia ver nos olhos dela que ela ansiava falar sobre o ocorrido, ansiava poder pensar. Tão dolorido. Mas eu não conseguia falar. Balançei a cabeça.
Ouvi um barulho de chave na porta. Ambos viramos de repente, endireitando-nos, como se estivessemos sido pegos fazendo algo errado. Virgil Minelli empurrou a porta com o ombro e gritou o nome da esposa. Entrou na saleta com um suspiro sincero e largou a bolsa de ginástica. As mangas arregaçadas até o cotovelo. Ao nos ver sentados no sofá, soltou um suspiro, desta vez com certo toque de desaprovação.
- Como vai você, Patrick? – perguntou ele.
Apertamos as mãos. O aperto dele sempre fora forte demais, um pouco rude. Eu sabia que ele não se sentia muito a vontade comigo. Ele me respeitava, mas não se sentia confortável. No início, ele achava que eu só estava brincando com Teresa, que só queria machucar ela. Mas, depois, conseguimos forjar uma espécie de amizade. Até a morte de Lisbon.
Ele me culpa pelo que aconteceu.
Claro que nunca disse isso, mas eu sei. Virgil Minelli homem típico americano. Eu sabia porque Lisbon via tanto uma figura paterna nele. Pois ele a fazia se sentir incondicionalmente segura. Virgil tinha esse tipo de aura protetora. Nenhum mal acometeria sua “filinha” enquanto Virgil, O Protetor, estivesse ao seu lado.
Acho que nunca consegui fazer Teresa se sentir tão segura assim.
- Como anda o trabalho? – perguntou Virgil.
- Bem – respondi. – E a sua vida?
- Um ano já de aposentado. Nada de muito novo acontece.
Assenti com a cabeça e caímos de novo em silêncio. No percurso até lá, havia decidido não falar nada sobre o que vira no computador. Não porque parecia loucura. Não porque machucaria alguém. A verdade é que eu, Patrick Jane, pela primeira vez na minha vida, não tinha a minima ideia do que estava acontecendo. Eu também decidira levar a sério aquele último e-mail. Não conte a ninguém. Quanto mais o tempo passava, mais aquele episódio parecia surreal. Mesmo assim, me certifiquei de que Lisa não estivesse ouvindo. Então, me aproximei de Virgil e disse em voz baixa:
- Posso fazer uma pergunta?
Ele não respondeu. Em vez disso, ofereceu aquele olhar cético que lhe era tão característico. Pelo menos quando tinha a ver comigo.
- Quero saber... Como você a encontrou.
- Como a encontrei?
- Quero dizer, quando você entrou no necrotério, o que viu?
Algo aconteceu em seu rosto, como minúsculas explosões demolindo sua estrutura.
- Pelo amor de Deus, por que você quer saber?
- Andei pensando a respeito. – inventei. – Com o aniversário do primeiro veijo e tudo.
Ele se levantou de repente e esfregou as palmas das mãos nas pernas da calça.
- Aceita um drinque?
- Pode ser. – Eu aprendera a não recusar drinques. Não de alguém como Minelli.
- Pode ser bourbon?
- Ótimo.
Ele caminhou até uum velho bar com rodinhas perto da lareira e, portanto, das fotografias. Mantive os olhos baixos.
- Virgil? – tentei.
Ele abriu a garrafa.
- Você é um consultor da CBI. – Ele disse, apontando pra mim um copo. – Já viu gente morta.
- Sim.
- Então você sabe como é.
Claro que eu sabia.
Ele trouxe a bebida. Peguei-a com uma rapidez exagerada e tomei um gole. Ele me observou e, em seguida, levou seu copo a boca.
- Sei que nunca lhe perguntei sobre os detalhes – comecei. Mais do que isso, eu os evitava. As famílias das outras vítimas banhavam-se neles. Eu me banhava neles quando envolvia a Charlotte e a Angela. Mas não com Lisbon.
As famílias das vítimas do Red john apareciam diariamente no julgamento. Ouviam e choravam. Eu não. Acho que eles queriam extravasor a dor.
Eu, de certa forma, queria ficar com a minha.
- Você não quer saber os detalhes, Jane.
- Ela foi cortada?
Virgil observou sua bebida.
- Por que está fazendo isso?
- Preciso saber.
Ele me olhou por sobre o copo. Seus olhos se moveram ao longo do meu rosto. Mantive o olhar firme.
- Havia ferimentos?
- Sim.
- Onde?
- Patrick...
- No rosto?
Seus olhos se reduziram, como se ele tivesse visto algo inesperado.
- Sim.
- No corpo tqambém?
- Eu não olhei o corpo. Mas sei que a resposta seria sim.
- Por que você não olhou o corpo?
- Eu estava lá como parente... - Ele suspirou. - Como pai. Não como investigador. Para fins de identificação apenas.
- Foi fácil? – perguntei.
- Foi fácil o que?
- Identificá-la. Quer dizer, você disse que o rosto estava machucado.
Seu corpo enrijeceu. Ele largou a bebida, cruzou os braços. Eu percebi que havia ido longe demais. Talvez devesse ter ficado com meu plano inicial. Mas eu queria saber.
- Você quer realmente saber?
Não pensei, só assenti.
Virgil Minelli desistiu da bebida, cruzou os braços e começou a falar:
- O olho esquerdo de Teresa estava fechado de tão inchado. O nariz estava quebrado e achatado. Havia um corte que atravessava a testa, provavelmente feito por uma faca. A mandíbula havia sido arrancada da articulação, com todos os tendões soltos. – sua voz era profunda e melancólica. – na bochecha dela, havia outro corte. Era tão pro fundo que havia sido feito provavlmente enfiando metade da lâmina de uma faca.
Senti meu estômago embrulhar.
Os olhos de Minelli se fixaram diretamente nos meus.
- Sabe qual foi a pior parte, Jane?
Olhei para ele e esperei.
- Mesmo assim, não levou tempo nenhum. Eu soube imediatamente que era Teresa.
A casa dos Minelli sofrera poucas alterações desde que conheci Lisbon e, de acordo com ela, desde que ela começara a trabalhar com ele a casa era assim. O papel de parede imitando madeira, o tapete felpudo azul-claro com pintinhas brancas de uma parede até a outra, a lareira de pedra artificial. Mesinhas individuais dobráveis com tampo de plástico branco e pernas de metal dourado, ficavam encostadas a uma parede. Havia pinturas de palhaços, pratos decorativos em prateleiras. A TV era a única coisa que fora modernizada. Ela evoluira no decorrer dos anos até chegar no atual, um aparelho de tela finíssima de cores vivas, 50 polegadas.
Lisa estava sentada no mesmo sofá que eu e Teresa havíamos ficado abraçados muitas vezes. Sorri por um momento e pensei: “Ah, se esse sofá falasse!” mas aquele móvel cafona com o berrante padrão floral evocava muito mais do que recordações. Teresa e eu haviamos sentado ali vendo filmes. Havíamos estudado os casos, cada um com uma cópia dos arquivos, ela com a cabeça no meu colo e eu sentado. Foi ali que eu contara que, se tivesse a oportunidade, gostaria de ser um médico, e ela disse que se pudesse mudar de profissão, seria para ajudar crianças. Ela não conseguia tolerar a ideia de ver crianças sofrendo. Mas também disse que adorava ser agente. Até porque, foi onde ela me conheceu.
lembro de um trabalho voluntario que ela fizera numa das nossas férias. Na Covenant House, recolhendo crianças moradoras de rua nos piores lugares de Sacramento. Acompanhei-a certa vez na caminhonete da Covenant House, subindo e descendo ruas, esquadrinhando grupos fétidos de semi-humanos em busca de crianças que precisassem de abrigo. Teresa encontrou uma prostituta de 14 anos que estava tão largada que se sujara toda. Recuei enojado. Isso me constrange. Essas pessoas podiam ser seres humanos, mas- com toda a honestidade – a sujeira me causava repulsa. Eu a ajudei. Mas logo recuei.
Teresa nunca recuava. Esse era um de seus muitos dons, acredito. Ela apanhava as crianças com as mãos, as carregava. Ela limpou aquela menina, cuidou dela e conversou a noite inteira. Olhava as crianças bem nos olhos. Realmente acreditava que todos eram bons e dignos. Eu invejava sua ingenuidade.
Sempre me perguntei se ela morreu com sua ingenuigdade intacta. Se, mesmo passando por momentos terríveis, mantendo sua fé na humanidade. Espero que sim. Eu realmente espero que Red John não a tenha quebrado.
Lisa Minelli estava sentada com as mãos no colo. Ela sempre gostou de mim, apesar de no início da nossa relação, Virgil ainda ser um tanto desconfiado.
Virgil Minelli ainda não chegara em casa. Então eu e Lisa jogamos conversa fora – ou seja, falamos de tudo, menos de Lisbon. Eu mantinha os olhos colados em Lisa, pois sabia que a parte de cima da lareira estava cheia de fotos dos filhos do casal, e, também, de mim e de Lisbon. Como se todos fossemos uma linda família.
Ela está viva...
Eu mal conseguia acreditar naquilo. Depois dos meus anos de experiência, eu era bem ciente de que a mente tem um poder de distorção inimaginável. Eu não acreditava que estava o suficiente pirado para imaginar o que eu vira. Mas o fato é: loucos nunca acham que estão loucos.
Lisa e eu conversamos sobre o tempo. Falamos sobre meus casos. Conversamos sobre seu novo emprego de meio período na Macy’s. e então ela me pegou de surpresa.
- Você está namorando alguém? – perguntou.
Era a primeira vez que ela me perguntava algo pessoal. Que resposta ela queria ouvir?
- Não. – Respondi.
Ela maneou a cabçea a mexeu as mãos como se quisesse dizer mais alguma coisa.
- Saio com algumas amigas as vezes. – confessei.
- Tudo bem. – Ela mexeu a cabeça de novo. – Você deve.
Baixei a cabeça. Eu estava me sentindo encabulado. O que é algo raro.
- Sinto muita falta dela.
Eu me surpreendi dizendo aquilo. Não havia planejado. Queria ficar na minha e prosseguir com nossa conversa segura de sempre. Ergui o olhar para Lisa. Ela parecia triste e grata.
- Sei como se sente, Jane – ela disse. – Mas não deve se sentir culpado por sair com outras pessoas.
- Eu não me sinto. – respondi. – Bem, quer dizer, não é isso.
Ela descruzou as pernas e se inclinou em minha direção.
- Então o que é?
Eu não consegui falar. Bem que eu queria. Para o bem dela. Eu podia ver nos olhos dela que ela ansiava falar sobre o ocorrido, ansiava poder pensar. Tão dolorido. Mas eu não conseguia falar. Balançei a cabeça.
Ouvi um barulho de chave na porta. Ambos viramos de repente, endireitando-nos, como se estivessemos sido pegos fazendo algo errado. Virgil Minelli empurrou a porta com o ombro e gritou o nome da esposa. Entrou na saleta com um suspiro sincero e largou a bolsa de ginástica. As mangas arregaçadas até o cotovelo. Ao nos ver sentados no sofá, soltou um suspiro, desta vez com certo toque de desaprovação.
- Como vai você, Patrick? – perguntou ele.
Apertamos as mãos. O aperto dele sempre fora forte demais, um pouco rude. Eu sabia que ele não se sentia muito a vontade comigo. Ele me respeitava, mas não se sentia confortável. No início, ele achava que eu só estava brincando com Teresa, que só queria machucar ela. Mas, depois, conseguimos forjar uma espécie de amizade. Até a morte de Lisbon.
Ele me culpa pelo que aconteceu.
Claro que nunca disse isso, mas eu sei. Virgil Minelli homem típico americano. Eu sabia porque Lisbon via tanto uma figura paterna nele. Pois ele a fazia se sentir incondicionalmente segura. Virgil tinha esse tipo de aura protetora. Nenhum mal acometeria sua “filinha” enquanto Virgil, O Protetor, estivesse ao seu lado.
Acho que nunca consegui fazer Teresa se sentir tão segura assim.
- Como anda o trabalho? – perguntou Virgil.
- Bem – respondi. – E a sua vida?
- Um ano já de aposentado. Nada de muito novo acontece.
Assenti com a cabeça e caímos de novo em silêncio. No percurso até lá, havia decidido não falar nada sobre o que vira no computador. Não porque parecia loucura. Não porque machucaria alguém. A verdade é que eu, Patrick Jane, pela primeira vez na minha vida, não tinha a minima ideia do que estava acontecendo. Eu também decidira levar a sério aquele último e-mail. Não conte a ninguém. Quanto mais o tempo passava, mais aquele episódio parecia surreal. Mesmo assim, me certifiquei de que Lisa não estivesse ouvindo. Então, me aproximei de Virgil e disse em voz baixa:
- Posso fazer uma pergunta?
Ele não respondeu. Em vez disso, ofereceu aquele olhar cético que lhe era tão característico. Pelo menos quando tinha a ver comigo.
- Quero saber... Como você a encontrou.
- Como a encontrei?
- Quero dizer, quando você entrou no necrotério, o que viu?
Algo aconteceu em seu rosto, como minúsculas explosões demolindo sua estrutura.
- Pelo amor de Deus, por que você quer saber?
- Andei pensando a respeito. – inventei. – Com o aniversário do primeiro veijo e tudo.
Ele se levantou de repente e esfregou as palmas das mãos nas pernas da calça.
- Aceita um drinque?
- Pode ser. – Eu aprendera a não recusar drinques. Não de alguém como Minelli.
- Pode ser bourbon?
- Ótimo.
Ele caminhou até uum velho bar com rodinhas perto da lareira e, portanto, das fotografias. Mantive os olhos baixos.
- Virgil? – tentei.
Ele abriu a garrafa.
- Você é um consultor da CBI. – Ele disse, apontando pra mim um copo. – Já viu gente morta.
- Sim.
- Então você sabe como é.
Claro que eu sabia.
Ele trouxe a bebida. Peguei-a com uma rapidez exagerada e tomei um gole. Ele me observou e, em seguida, levou seu copo a boca.
- Sei que nunca lhe perguntei sobre os detalhes – comecei. Mais do que isso, eu os evitava. As famílias das outras vítimas banhavam-se neles. Eu me banhava neles quando envolvia a Charlotte e a Angela. Mas não com Lisbon.
As famílias das vítimas do Red john apareciam diariamente no julgamento. Ouviam e choravam. Eu não. Acho que eles queriam extravasor a dor.
Eu, de certa forma, queria ficar com a minha.
- Você não quer saber os detalhes, Jane.
- Ela foi cortada?
Virgil observou sua bebida.
- Por que está fazendo isso?
- Preciso saber.
Ele me olhou por sobre o copo. Seus olhos se moveram ao longo do meu rosto. Mantive o olhar firme.
- Havia ferimentos?
- Sim.
- Onde?
- Patrick...
- No rosto?
Seus olhos se reduziram, como se ele tivesse visto algo inesperado.
- Sim.
- No corpo tqambém?
- Eu não olhei o corpo. Mas sei que a resposta seria sim.
- Por que você não olhou o corpo?
- Eu estava lá como parente... - Ele suspirou. - Como pai. Não como investigador. Para fins de identificação apenas.
- Foi fácil? – perguntei.
- Foi fácil o que?
- Identificá-la. Quer dizer, você disse que o rosto estava machucado.
Seu corpo enrijeceu. Ele largou a bebida, cruzou os braços. Eu percebi que havia ido longe demais. Talvez devesse ter ficado com meu plano inicial. Mas eu queria saber.
- Você quer realmente saber?
Não pensei, só assenti.
Virgil Minelli desistiu da bebida, cruzou os braços e começou a falar:
- O olho esquerdo de Teresa estava fechado de tão inchado. O nariz estava quebrado e achatado. Havia um corte que atravessava a testa, provavelmente feito por uma faca. A mandíbula havia sido arrancada da articulação, com todos os tendões soltos. – sua voz era profunda e melancólica. – na bochecha dela, havia outro corte. Era tão pro fundo que havia sido feito provavlmente enfiando metade da lâmina de uma faca.
Senti meu estômago embrulhar.
Os olhos de Minelli se fixaram diretamente nos meus.
- Sabe qual foi a pior parte, Jane?
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