The Last Hour - Red John's Evidences [Atualiz. 21.03.2013]

Todos estavam reunidos. Pistas concretas, que levavam a próxima vítima de Red John, estavam sendo analisadas pela equipe comandada pelo Sargento Batista juntamente com a Agente Lisbon.

Batista relatava como seria a ação das unidades para surpreender Red John. Lisbon acrescentava alguns detalhes à medida que era necessário.

Dexter estava sentado observando seus colegas. ‘Tenho que me preparar mais rápido do que pretendia. Estão muito perto e se eu quiser pegá-lo antes, preciso dar ao Sargento Batista uma distração’, pensava quando seus olhos se cruzaram com os de Patrick Jane.

Desde que chegou à Miami Metro, acompanhando a CBI, Dexter percebia alguns olhares de Jane para ele. Era nítido o interesse do consultor, mas em que? Dexter ainda não entendia quais eram exatamente as habilidades de Jane, já que ele insistia em dizer que não existia essa coisa de vidência.

Incomodado com o olhar inelegível do consultor, Dexter se levanta e sai discretamente da sala de investigação. Entra em seu laboratório, observa pela persiana Patrick Jane também sair. Dexter senta-se e espera. O consultor pára na porta do laboratório e encara Dexter. Naquele minuto interminável, Dexter teve certeza que Jane sabia algo quando o consultor deu um sorriso bem-sucedido.

- Em que posso ajudá-lo consultor? – pergunta o perito.
- Já está ajudando. – responde Patrick caminhando de volta para a sala de investigação, dando uma última olhada para trás antes de entrar novamente na sala.

Brownsville, Miami, Flórida – 10 de Outubro, 8:00am

O local estava cercado. Carros patrulhas por todo o lado. Faixas de contenção e alguns policiais rodoviários mantiam os curiosos à distância. Dentro da casa um casal morto. O homem no chão, um corte perfuro contundente no peito. A mulher sobre a cama, hematomas indicavam luta. Cortes por todo o corpo feminino. Unhas dos pés pintadas de vermelho e algo na parede onde a Miami Metro só tinha visto na TV: o rosto sorrindo desenhado com o sangue das vítimas.

A Ten. LaGuerta olhava horrorizada a cena do crime. Debra entrou e sentiu náuseas se virando para a porta por onde passou. Quinn e Batista estavam conversando logo na entrada do quarto.

- Puta merda! – disse Debra com sua boca suja de sempre, ao sair do quarto.
- É tão ruim assim? – perguntou Dexter ao chegar, pouco antes de ver a cena do crime.

Vince Masuka procurava possível DNA nas vítimas. Olhava embaixo das unhas, dentro da boca e ao redor dos corpos. Dexter fotografava a cena, observava o espalhamento do sangue e parou diante do sorriso desenhado na parede.

- É alguém perturbado. Pelo menos parece feliz com o que faz. – falou Masuka em seu humor negro.

Dexter olhou o companheiro de perícia e balançou a cabeça.

- O que acha Dexter? – perguntou LaGuerta.
- O espalhamento indica um golpe único no peito, de bem perto. A moça foi amarrada, as marcas nos pulsos indicam isso. Depois foi agredida fisicamente, mas não foi estuprada. Não há marcas entre as pernas ou sangue.
- Nem sinal de fluidos. – completou Masuka.
- O sangue está espesso. Talvez tenha sido retalhada após morrer. Tem marcas no pescoço, aposto que ela foi estrangulada primeiro. – Dexter terminou seu raciocínio.

Após a perícia terminada, LaGuerta autorizou que o legista levasse o corpo. Batista se aproximou da tenente.

- Já vi isso antes. – falou ele enquanto o corpo do homem era levado para fora.
- Eu também. Mas nunca fora da Califórnia. – disse ela.
- Como é mesmo que o chamam por lá? – perguntou Batista.

- Red John. – falou Dexter e, quando viu a expressão dos policiais, se corrigiu – eu acho. Vi algo na TV alguns meses atrás.
- É exatamente isso, Red John. – Batista balançou a cabeça.
- Acho que devemos relatar o caso ao departamento responsável em LA. – falou LaGuerta saindo do quarto.
- Eles vão querer intervir na nossa investigação. – disse Quinn incomodado.
- Eu acho que eles vão ajudar. Devem ter o arquivo de todas as mortes anteriores. Seria de grande ajuda. – comentou Debra.
- Fica encarregada de contatar a Agência em LA, Debra. – falou LaGuerta.
- Sim tenente. – concordou Morgan sem muito ânimo.



Continua...

Sede da CBI, Sacramento, Califórnia – 10 de Outubro, 10:32am

- Lisbon? – disse ela ao atender ao telefone de sua sala.

Patrick Jane cochilava no sofá surrado da ampla sala da equipe de Lisbon, dentro da California Beirae Investigation ou, simplesmente, CBI. Wayne Rigsby fazia um lanche na pequena cozinha. Grace Van Pelt analisava fichas criminais no seu computador. Kimball Cho interrogava um suspeito.

Medeleine Hightower saiu de sua sala apressadamente. O barulho dos sapatos dela fez Patrick olhar na direção do corredor. A expressão no rosto de Medeleine não era boa. Grace ergueu os olhos também e depois olhou para o consultor deitado no sofá. A ruiva balançou os ombros sinalizando que não sabia de nada. Patrick levantou-se rapidamente e foi se intrometer no assunto que levou Medeleine à sala de Teresa Lisbon.

- Recebeu a ligação? – perguntou Hightower.
- Sim senhora. Isso é totalmente novo. – disse Lisbon surpreendida.
- O que aconteceu? – perguntou Patrick abrindo a porta e enfiando a cabeça lá dentro.
- Quer sair daqui? – ordenou Lisbon.
- Saberá dos detalhes a seu tempo Senhor Jane. – disse Hightower.
- Vai mudar alguma coisa se eu souber agora? – falou ele entrando totalmente na sala.

Patrick ficou plantado no meio da sala de Lisbon. Hightower com as mãos no encosto da cadeira diante da mesa da agente, olhava ansiosa para o consultor, voltando o mesmo olhar para Lisbon.

- Vejo que o assunto é mesmo sério. – comentou ele observando a expressão no rosto das duas.
- Jane, são notícias de Red John. – começou Lisbon.
- Estou ouvindo. – disse Jane fixando seu olhar atento ao rosto da agente.
- Ele atacou em Miami. – soltou ela.
- Miami? – disse ele surpreso.
- Exatamente a mesma reação que eu tive. – falou ela.
- Não faz sentido. – comentou ele.
- Talvez esteja tirando férias. – zombou Medeleine.

Patrick encarou sério a agente responsável pela CBI. Medeleine Hightower, a toda poderosa, havia feito uma piada. Mas Patrick Jane não fazia piadas quando o assunto era Red John.

- O que vamos fazer? – perguntou o loiro olhando novamente para Lisbon.
- A Miami Metro pediu que fôssemos até lá para averiguar o caso. Se for realmente Red John, ficaremos o tempo necessário. Caso não seja, voltamos para casa. – respondeu Teresa.
- Quando vamos? – indagou Patrick.
- Assim que organizarmos tudo. – disse Hightower.
- Estarei pronto! – disse ele saindo da sala de Lisbon e do prédio da CBI.

Sede da Miami Metro, Miami, Flórida – 10 de Outubro, 03:08pm


Dexter Morgan saiu do elevador e todos estavam alvoroçados. Debra corria de um lado para o outro até que viu o irmão entrando no local.

- Estou ansiosa demais. – disse ela.
- Fique calma. – pediu Dexter em dúvida.
- Masuka já tem o resultado do DNA. – ela o olhava apelativa.
- Ah, sim. Entregarei meu relatório sobre o espalhamento do sangue em algumas horas. – relatou ele.
- Dex! O pessoal da Califórnia chega amanhã pela manhã. Não concordo em dividir essa investigação. Esperava apenas obter as informações que eles tem.
- Deb, esse serial killer é um caso deles, não é? – perguntou Dexter.
- É, mas ele atacou aqui. Então não, eles não tem jurisdição, pois é um departamento Estadual.
- Mas eles sabem tudo sobre esse caso e vamos trabalhar em conjunto. – disse LaGuerta interrompendo a conversa dos irmãos.
- Sim senhora. – concordou Debra com uma feição de poucos amigos.
- Ela tem razão, Deb. – disse Dexter.
- Isso é foda, Dex. É o caso do ano e vamos ter que dividir. – Debra torceu os lábios e foi para sua mesa.

Dexter entrou em seu pequeno espaço privativo e deu de cara com Masuka mexendo em seu laptop.

- Dexter, eles irão trazer aquele médium famoso, o tal de Patrick Jane. – disse o nerd.
- E o que tem isso de mais? – perguntou Dexter jogando sua pasta embaixo da mesinha de trabalho.
- O cara é muito melhor que o Frank Lundy para solucionar os casos. – reverenciava Masuka.
- Se ele fosse assim tão bom, o tal Red John já teria sido pego. – comentou o analista.
- Talvez o cara seja melhor que esse médium. Tem sempre alguém melhor que você em alguma coisa. – Masuka virou a tela do laptop para Dexter.

Lá estava a história de Patrick Jane. Masuka havia feito uma pesquisa superficial sobre o consultor. Apenas o que havia saído na mídia. Dexter ficou um pouco preocupado, mas logo essa preocupação desapareceu. Patrick Jane estava indo procurar Red John e não tinha a mínima possibilidade de saber sobre seu passageiro sombrio.

Dexter sentou-se assim que Masuka foi para o laboratório. Terminou o relatório de espalhamento de sangue e decidiu procurar mais sobre esse Red John. Seria uma relíquia tê-lo em sua coleção de lâminas, não por ser um serial killer famoso, mas pelas obras primas que havia deixado. Dexter ficou vislumbrado com o trabalho de Red John.

- Você não devia continuar admirando assassinos. Não terminou bem da última vez. – disse Harry às costas de Dexter.
- Eu cometi um erro com Trinity. Devia tê-lo matado na primeira oportunidade. – respondeu Dexter em pensamento.
- Tome cuidado para não ser descoberto, filho. Esse médium parece ser alguém muito mais perspicaz que o Agente Lundy. – aconselhou Harry.
- Não corro perigo. – pensou Dexter.
- Se você encontrar esse assassino e matá-lo, como fará para que o médium pare de procurá-lo? Você, melhor que ninguém, sabe como a sede de vingança é saciada. – falou o inconsciente de Dexter, a imagem e semelhança de seu pai adotivo, Harry.
- Pensarei em algo.

Dexter desligou seu laptop, retirou as folhas que acabou de imprimir da impressora. Juntou tudo, organizou, grampeou em uma capa de cartolina timbrada e levou até a Ten. LaGuerta.

Terminado seu trabalho, Dexter foi para casa. Quando chegou, Jamie trazia Harrison no colo.

- Olha Harrison, o papai chegou – a babá entregou o bebê ao pai.
- Vem garotão. – disse Dexter, jogando a pasta no sofá e erguendo as mãos para pegar seu filho.

Jamie foi embora, deixando Dexter contando uma história de ninar para Harrison, que brigava com o sono e esticava as mãozinhas tentando pegar o pequeno coelhinho de pelúcia que o pai tinha nas mãos.

Quando finalmente Harrison adormeceu, Dexter tomou uma ducha. Vestido apenas de uma calça de moletom, ele deitou-se e olhando para o teto, ficou imaginando a maneira mais interessante de matar Red John.